Britânicos exaltam sucesso e prometem Paralimpíada em "novo nível"
15 ago2012 - 07h22
(atualizado às 07h45)
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Com três semanas de antecedência, os Jogos Paralímpicos de Londres quebraram o recorde de ingressos vendidos - atualmente, a marca é de 2,1 milhões, restando cerca de 400 mil. A 15 dias da Cerimônia de Abertura, a empolgação dos britânicos é tão evidente que o chefe-executivo do Comitê Paralímpico Britânico, Tim Hollingsworth, já fala em levar o evento a um "novo nível", inédito e melhor do que nunca.
Em entrevista ao jornal The Independent, Hollingsworth afirmou que está mais animado do que jamais ousaria em relação à Paralimpíada, que será disputada de 29 de agosto a 9 de setembro. Ele afirmou que os britânicos estão tão orgulhosos do evento quanto estiveram dos Jogos Olímpicos e anunciou: a competição representará uma nova era do esporte paralímpico por conta da paixão que público está demonstrando.
A realização de uma Paralimpíada em Londres é, de fato, especial por conta do histórico do evento: foi em Stoke Mandeville, pequena cidade britânica, que o médico Ludwig Guttmann, exilado alemão de origem judia, usou o esporte para reabilitar soldados que serviram na Segunda Guerra Mundial. O Comitê Organizador londrino já anunciou que, por isso, o movimento paralímpico está "voltando para casa".
Por conta disso, o público tem se mostrado tão interessado nas competições. Isso deve fazer com que os ingressos se esgotem pela primeira vez na história. Além disso, a cobertura midiática vai colocar a Paralimpíada em "um novo nível", anunciou Tim Hollingsworth. A Grã-Bretanha é uma das potências paralímpicas: em Pequim 2008, terminou em segundo no quadro de medalhas, atrás apenas da anfitriã China.
Apesar de ter ficado em 9° lugar no quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008, ser potência mundial na natação, judô e futebol de cinco, e ter esportistas destacados em todos os esportes, como a recordista mundial do atletismo, Terezinha Guilhermina, o Brasil foi excluído da lista de estrelas da Paralimpíada realizada pelo jornal britânico The Guardian. Veja as apostas da publicação para o evento que será realizado em Londres, de 29 de agosto a 9 de setembro
Foto: Getty Images
Oscar Pistorius (África do Sul)Primeiro biamputado a competir nos Jogos Olímpicos, Pistorius correrá mais uma vez em Londres para confirmar o favoritismo nos 100 m, 200 m e 400 m, provas nas quais é o detentor do recorde mundial. Teve as pernas amputadas ainda criança, já que nasceu sem a fíbula, um dos dois ossos que sustentam o membro. Estrela mundial, foi apelidado de Blade Runner. Tem cinco medalhas paralímpicas: quatro de ouro e uma de bronze
Foto: Getty Images
Pierre Mainville (Canadá)O canadense é uma das promessas da esgrima em cadeira de rodas e é também dono de uma das grandes histórias de superação. Ficou paraplégico da cintura para baixo quando o ex-namorado policial de sua prima a perseguiu por uma estrada, atirando diversas vezes no carro dela. Pierre estava no veículo e foi atingido nas costas. A prima, Lucie Gélinas, morreu baleada
Foto: Getty Images
Tatyana McFadden (Estados Unidos)Tatyana nasceu na Rússia com um buraco na coluna vertebral e viveu seus primeiros anos em um orfanato até ser adotada por um funcionário público americano. Correndo em uma cadeira de rodas, se tornou favorita às mais diversas provas, já que tem seis medalhas paralímpicas conquistadas em Atenas 2004 e Pequim 2008 (quatro de prata e duas de bronze), nos 100 m, 200 m, 400 m, 800 m e revezamento 4x100 m
Foto: Getty Images
Martine Wright (Grã-Bretanha)Integrante do inexpressivo time de vôlei sentado da Grã-Bretanha, Martine Wright terá destaque pelo legado que representará nos Jogos Paralímpicos de Londres. Ela perdeu as duas pernas no atentato terrorista ao metrô londrino em 7 de julho de 2005, mas deu a volta por cima e representará todas as vítimas durante o evento, se mostrando reabilitada pelo esporte
Foto: Getty Images
Lee Pearson (Grã-Bretanha)Pearson nasceu com músculos mal formados em seus membros. A deficiência não atrapalha na prática do hipismo: é dono de nove medalhas de ouro paralímpicas, competindo desde Sydney 2000. Para Londres, o extrovertido atleta é favorito a manter o predomínio
Foto: Getty Images
Peter Norfolk (Grã-Bretanha)Bicampeão paralímpico no tênis em cadeira de rodas em Atenas 2004 e Pequim 2008, Peter Norfolk compete profissionalmente há mais de duas décadas e é um dos símbolos do esporte. As deficiências do britânico o deixaram sem o movimento de duas pernas e um braço, o que não o impede de se exercitar, sendo um dos mais conhecidos do mundo
Foto: Getty Images
Nigel Murray (Grã-Bretanha)Dono de três medalhas paralímpicas (duas de ouro e uma de prata), Nigel é a estrela da disputa BC2, para atletas com paralisia cerebral ou problemas motores que não precisam de assistência. O britânico é considerado o melhor jogador do mundo na modalidade
Foto: Getty Images
Chen Liangliang (China)Herói do título paralímpico em Pequim 2008, Chen Liangliang é a estrela chinesa do goalball, única modalidade praticada exclusivamente por atletas com deficiência - ao contrário de outros esportes, que foram adaptados para a realidade paralímpica. Liangliang é craque no esporte praticado por equipes de três cegos, no qual o objetivo é acertar o gol com uma bola atirada com as mãos