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Olimpíada 2016

Chefe do COB explica meta modesta: não se compra medalha no mercado

10 mar 2012 - 11h49
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André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

No final do mês passado, o superintendente de esportes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marcus Vinícius Freire, em entrevista a um site estrangeiro especializado no movimento olímpico mundial, afirmou que a meta brasileira para os Jogos Olímpicos de Londres, em agosto, era a mesma de Pequim, há quatro anos: de treze a dezoito medalhas. Ficou no ar, então, a pergunta: é razoável o país que sediará a Olimpíada de 2016 trabalhar com a mesma meta, sem perspectivas de crescimento?

"Como você vai justificar que essa é a melhor preparação da história brasileira se o objetivo é o mesmo da Olimpíada anterior? Porque realisticamente é o que a gente tem para entregar, não deu tempo", explica Freire, em entrevista exclusiva ao Terra após ser um dos palestrantes da British Council, que promoveu na última sexta-feira o 1º Fórum da Língua Inglesa como Política Pública. Em Pequim, em 2008, o Brasil ficou com três medalhas de ouro, quatro de prata e oito de bronze, totalizando 15, no 23º lugar do quadro geral.

"É um objetivo realista. Nós passamos a ter uma diferença de financiamento, de vontade política e recursos, a partir da nossa vitória em 2009, que foi o nosso divisor de águas em termos de patrocínios, e vontade das prefeituras, e dos estados", reafirmou. "Não adianta chegar agora e receber US$ 1 bilhão, que é o que a Inglaterra fez, porque você não compra medalha no supermercado. Demanda um projeto, um tempo", completou o superintendente.

Ex-atleta do vôlei, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, 1984, Freire assumiu a chefia da delegação brasileira. É o grande embaixador, quem resolve os "pepinos" no que se refere a instalações e hospedagem dos atletas brasileiros. Sabe como poucos como está a preparação dos atletas para as mais de 40 competições que serão disputadas na capital da Inglaterra.

"Vai direto nos grandes atletas e pergunta. A Maurren (Maggi) vai dizer que foi a melhor preparação, o Diego (Hypólito) vai dizer que foi a melhor, a Natália Falavigna, o vôlei", relembrou. A reportagem retruca: tem o próprio basquete masculino, voltando depois de dezesseis anos.

"Bom exemplo. Nós estamos pagando metade do salário do técnico argentino, por exemplo (o Ruben Magnano). Então a gente tem conseguido dar um suporte. Mas não adianta o técnico argentino que chegou o ano passado achar que mudou uma geração em um ano. Vai ter resultado isso tudo? Vai, mas por isso estamos colocando uma meta bem agressiva para daqui a quatro anos em todas as modalidades", completou.

Top 10

A tal meta agressiva para os Jogos no Rio de Janeiro, em 2016, já divulgada pelo próprio COB, contrariando a política até então costumeira de ser resistente a projeções, é de 30 medalhas. O grande projeto olímpico brasileiro sonha em ficar entre os dez primeiros no ranking geral de países. Sonho mais do que plausível, de acordo com Freire.

"Temos recursos para isso, a presidente Dilma está empenhada em todos os sentidos. A outra base são os ótimos contratos que o comitê organizador está conseguindo, e isso tem reflexos, porque temos de 8% a 12% de todas essas vendas, de acordo com determinação do COI, sendo passado para a preparação da equipe local. E isso é uma bela de uma ajuda para o nosso time Brasil. Nosso objetivo é factível, sim", finalizou.

Londres 2012 no Terra

O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.

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Foto: Luiz Pires/VIPCOMM / Divulgação
Fonte: Terra
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