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Jogos Olímpicos - 2012

COI nega que a organização dos Jogos acabe com a economia das cidades-sede

5 jul 2012 - 12h29
(atualizado às 15h42)
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Pequim, Londres, Sotchi: as últimas edições podem fazer acreditar que os Jogos Olímpicos são fatalmente caros e prejudiciais para as cidades-sede, apesar da medida de redução de gastos adotada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2003.

Jacques Rogge, presidente do COI, disse que cidades tem autonomia para investir
Jacques Rogge, presidente do COI, disse que cidades tem autonomia para investir
Foto: Getty Images

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Quase R$ 38 bilhões para Londres este ano, quase R$ 125 bilhões para Pequim em 2008. Sem contar os R$ 75 bilhões calculados para Sotchi (Rússia) nos Jogos de Inverno de 2014, o mais caro da história para o evento na neve.

A inflação fica patente desde os modestos Jogos de Sydney 2000, que custaram "apenas" dez bilhões. Mas o custo desmedido dos Jogos, geralmente atribuído às exigências do COI, frequentemente é o resultado de gastos excessivos das cidades sedes.

Entrevistado em 2008 sobre a conta olímpica de Pequim, o presidente do COI, Jacques Rogge, explicou a situação. "Em Pequim, o principal aeroporto era suficiente e não pedimos mais nada. O mesmo para a quinta avenida circular. Mas os Jogos são um meio para concretizar em dois ou três anos investimentos que normalmente são feitos em 20 anos".

O orçamento olímpico está composto de três parcelas, controlado pelo comitê local de organização. A primeira parte é operacional e cobre a estadia dos atletas, o funcionamento dos estádios, os transportes, a alimentação, as construções temporárias.

O valor muda de acordo com o custo de vida do país-sede, mas fica perto dos R$ 5 bilhões e, desde 1984, dá lucro graças à venda de ingressos e os direitos de marketing e televisão.

A segunda parte reagrupa todas as infraestruturas (esportivas, estádios, vila olímpica, centros de imprensa), temporárias ou definitivas, necessárias para os 15 dias do evento olímpico.

Seu impacto sobre as finanças públicas depende, às vezes, do estado do equipamento urbano da cidade sede e da participação dos investidores privados. Atlanta 1996 e Los Angeles 1984, por exemplo, construíram muito pouco, em contraposição com Sydney 2000 e Atenas 2004.

A terceira e última parcela orçamentária, assumida pelo Estado ou cidade-sede, é a mais complicada de administrar para o COI, que em 2003 adotou 117 medidas para que a tendência de gigantismo fosse contida. Entre as medidas estão o teto de 10.500 atletas por Jogos e 28 modalidades.

Dick Pound, autor do catálogo de reformas, afirma que os melhores livros de ficção que leu são os projetos das cidades candidatas às Olimpíadas. "Sim, o COI tenta controlar os custos. Mas se uma cidade quer aproveitar os Jogos para remodelar todo seu metrô, construir metade de seus bairros, não podemos fazer nada", afirma Gilbert Felli, diretor executivo do COI, que menciona o projeto do Rio de Janeiro de reformar a zona portuária para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Uma evolução do projeto que não constava do projeto de candidatura. "Vai ser extremamente caro, mas o COI não tem interferência", disse.

O COI também cai em contradição ao escolher como sede dos Jogos de Inverno 2014 a russa Sotchi, cidade balneária. "O que podemos fazer é reduzir a capacidade dos estádios, aconselhar que construam locais temporários e não permanentes", completou Felli, antes de recordar o caso de Atenas. "Os aeroportos, as estradas, o metrô são êxitos. O que causa problema é o restante, construíram de maneira definitiva, ao invés de temporária", completa.

Além das obras para os Jogos, também deve ser somado o custo cada vez maior da segurança, sobretudo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, que passará de R$ 2 bilhões em Londres. Nestas condições, a maior parte das cidades do planeta fica fora da disputa. O último exemplo foi Roma, que desistiu da candidatura para os Jogos de 2020 por problemas econômicos.

Londres 2012 no Terra

O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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