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Jogos Olímpicos - 2012

De vôlei a handebol, conheça os esportes só "para inglês ver"

10 jul 2012 - 16h27
(atualizado em 11/7/2012 às 09h24)
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Leandro Miranda
Direto de Londres

A meta do Reino Unido como país-sede da Olimpíada de Londres 2012 já foi definida pelo UK Sport, órgão do governo que cuida do esporte britânico: 40 a 70 medalhas e uma possível briga com a Rússia pelo terceiro lugar dos Jogos, atrás das potências Estados Unidos e China. Entre as modalidades em que os donos da casa possuem chances concretas de pódio, aparecem principalmente ciclismo, atletismo, remo e boxe. Mas e os esportes nos quais nem os próprios anfitriões depositam a mínima esperança de uma medalha?

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Oito modalidades, de acordo com a entidade esportiva britânica, não apresentam expectativa de resultados expressivos: basquete, handebol, levantamento de peso, lutas, nado sincronizado, polo aquático, tênis de mesa e vôlei. Destas, a maioria não tem tradição no Reino Unido, que só colocou atletas na Olimpíada por ser o país-sede. Saiba mais sobre os esportes "café com leite" da delegação britânica nos Jogos.

Basquete

O basquete britânico viveu uma situação curiosa, ficou perto de ser o único esporte sem a presença do país-sede, já que a Fiba (Federação Internacional de Basquete) só confirmou a classificação automática dos anfitriões no ano passado, após uma votação. Apesar da popularidade mundial, o esporte recebe mínima atenção de público e imprensa no Reino Unido; a principal liga do país, a British Basketball League (BBL), tem 13 times, e somente algumas são partidas transmitidas na TV fechada.

Mesmo com a falta de tradição, o time britânico de basquete - reformado em 2005 especialmente para a Olimpíada - terá ao menos um nome de peso: o ala Luol Deng, que nasceu no Sudão e defende o Chicago Bulls na NBA. Já a equipe feminina é composta de atletas praticamente desconhecidas. Será a segunda participação do Reino Unido no basquete: a primeira foi em 1948, quando Londres também sediou os Jogos.

Handebol

Para o handebol britânico, os Jogos de Londres serão a estreia: nunca o país havia tido uma equipe da modalidade em uma Olimpíada. Isso já diz muito sobre a baixa popularidade do esporte, que foi formado em 2006 para competir no principal evento esportivo do mundo e teve a maior parte de seu financiamento - que vinha da loteria nacional - cortado abruptamente três anos depois.

O time precisou superar grandes obstáculos para continuar treinando e jogando sem o financiamento: oito atletas da equipe feminina, por exemplo, foram acolhidas por um clube da segunda divisão da Noruega, e passaram a viver em uma casa de três dormitórios. Mesmo com as dificuldades, a equipe se tornou, em 2009, o primeiro selecionado britânico da história a alcançar a fase classificatória do Campeonato Europeu - a partir daí, porém, foram seis derrotas em seis partidas.

Levantamento de peso

O cenário do levantamento de peso no Reino Unido é mais positivo em relação aos demais esportes com previsão de zero medalha: o país soma sete medalhas na história dos Jogos Olímpicos. O problema é que a última delas, um bronze na categoria masculina de 90 kg, aconteceu em 1984, na edição de Los Angeles. E neste ano, a previsão é que o jejum de pódios na modalidade se mantenha em casa.

Sem nomes de primeiro nível no cenário mundial, a equipe britânica ganhou cinco vagas (três masculinas e duas femininas) por representar o país-sede, e as distribuiu entre as 15 categorias disponíveis nos Jogos. A principal halterofilista da casa é Zoe Smith, apenas 18 anos, que conquistou um inédito bronze para o Reino Unido nos Commonwealth Games de 2010 na categoria de 58 kg.

Lutas

A federação que comanda as lutas amadoras no Reino Unido, a British Wrestling, já falhou em um de seus objetivos para a Olimpíada antes mesmo de o evento começar. A intenção era classificar dois ou três atletas diretamente para os Jogos, mas apenas uma conseguiu a vaga: a ucraniana Olga Butkevych, medalhista de bronze no Campeonato Europeu de 2011, que se naturalizou somente em maio.

A outra meta da entidade é colocar a lutadora entre as oito melhores de sua categoria, a de 55 kg, nos Jogos de Londres. Este objetivo deve ser bem-sucedido, apesar de as chances de uma medalha serem pequenas, como o próprio UK Sport reconhece. É pouco para um país onde o wrestling profissional alcançou muito sucesso na TV, sobretudo nos anos 50 e 60.

Nado sincronizado

O Reino Unido vai competir no nado sincronizado em dois eventos, cujas vagas também foram conquistadas pela vantagem de ser o país-sede: dueto, com Olivia Federici e Jenna Randall, e equipe. Diferentemente da maioria das modalidades lista, o esporte recebe investimento e é relativamente popular no país; no último Mundial de Esportes Aquáticos, por exemplo, as nadadoras britânicas foram às finais nos eventos que disputaram. A impossibilidade da medalha, neste caso, fica por conta da distância ainda enorme para as nações favoritas, como Estados Unidos, China e principalmente Rússia.

Polo aquático

Os britânicos são nada menos que os inventores do polo aquático e chegaram a vencer o ouro olímpico em quatro oportunidades: 1900, 1908, 1912 e 1920. Porém, em situação parecida com a do futebol, os criadores foram rapidamente superados em sua própria criação. Somente em 2006 o UK Sport resolveu investir na modalidade, e hoje a meta realista da Federação Britânica de Natação, que controla o esporte, é somente chegar perto do pódio.

Tênis de mesa

O tênis de mesa é outro esporte onde o Reino Unido não tem praticamente nenhuma tradição. Os atletas nacionais não passaram nem perto da classificação olímpica, e apenas um mesatenista masculino e uma feminina receberam vagas de país-sede na chave de simples. Os britânicos também terão equipes nas chaves masculina e feminina. Mas a esperança de medalha é inexistente, com os asiáticos dominando o esporte - seja jogando por seus próprios países, ou naturalizados para defender nações ao redor do globo.

Vôlei

Assim como o handebol, o time feminino de vôlei britânico teve que lidar com um corte repentino em seu financiamento durante a preparação para os Jogos Olímpicos. As atletas tiveram que deixar suas casas e procurar equipes pela Europa para se manter ativas, e precisaram levantar dinheiro sozinhas para continuar treinando e jogando. Só o fato de chegarem à Olimpíada já é um grande feito para o time, que tem nível bastante baixo em comparação com as principais seleções do mundo.

Já os homens continuaram recebendo a ajuda financeira do UK Sport, mas dificilmente causarão algum impacto nos Jogos. A expectativa britânica é apenas que uma das equipes vença ao menos um jogo, o que dá uma dimensão do quanto o esporte é desvalorizado e sem tradição no país - será a primeira participação do vôlei britânico em uma Olimpíada em toda a história.

Londres 2012 no Terra

O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.

Olga Butkevych se naturalizou britânica e vai lutar na Olimpíada
Olga Butkevych se naturalizou britânica e vai lutar na Olimpíada
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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