Exército assume controle de entrada no Parque Olímpico no lugar da G4S
Após a confirmação de que a empresa G4S não enviará o número prometido de profissionais para a segurança da Olimpíada e que o Exército britânico suprirá essa lacuna, o jornal The Independent noticia que militares de alto escalão foram enviados para trabalhar de dentro da sede da G4S, dando às forças armadas um papel mais ativo no controle das tropas posicionadas em Londres. São elas também que assumiram nesta terça-feira o controle da entrada no Parque Olímpico.
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A medida expressa uma sensação crescente do ministério da Defesa britânico de que é necessário combinar o comando da G4S e do Exército, com maior poder de decisão dado aos militares, que teriam um controle geral sobre a segurança dos Jogos. A decisão veio após a ministra do Interior, Theresa May, admitir que não sabe quantos funcionários serão mobilizados pela empresa privada para o evento.
A falta de informações sobre o efetivo da G4S durante a Olimpíada tem irritado políticos britânicos de oposição, que questionam a veracidade das informações de May. A ministra do Interior insistiu que só ficou sabendo que o número prometido não seria atingido apenas na última quarta-feira, o que irritou Yvette Cooper que declarou ao diário The Independent que "é incompreensível que faltando 11 dias para os Jogos a ministra do Interior ainda não saiba um número provável de funcionários que a G4S providenciará".
May se defendeu, afirmando que em encontros com o a empresa lhe foi "repetidamente assegurado" que os números combinados seriam cumpridos.
A G4S venceu uma concorrência de 300 milhões de libras (aproximadamente R$ 950 milhões) e deveria ter fornecido 10 mil seguranças para os Jogos, mas às vésperas da abertura da competição, marcada para 27 de julho, foi noticiado que a companhia deixou um rombo de 3,5 mil homens para promover a segurança.
Nesta terça-feira, Nick Buckles, chefe-executivo da G4S, admitiu ter causado "uma confusão humilhante" ao ser questionado por membros do governo britânico no Palácio de Westminster. Ele se comprometeu a reembolsar os gastos gerados pelas falhas na entrega dos serviços contratados - os membros do Exército convocados para reforçar a segurança combateram recentemente no Afeganistão, o que exige uma compensação, segundo as autoridades do Reino Unido.
A partir desta terça, as entradas do Parque Olímpico de Londres passaram a contar com a vistoria do próprio Exército, o que comprova que o atendimento da empresa vencedora da concorrência não estava à altura do esperado.
No mesmo dia, o presidente do Comitê Organizador Local (Locog), Sebastian Coe, tentou negar a existência de uma crise, mas, bastante pressionado pela imprensa, admitiu: "se vocês me perguntarem se gostaríamos de estar nessa situação, vou ser sincero: é claro que não. Mas estou muito focado em resolver isso. Minha responsabilidade é garantir exatamente a segurança que precisamos".
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