Frio e conta alta afastam britânicos das comemorações dos 100 dias
18 abr2012 - 12h39
(atualizado às 12h56)
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Ulisses Neto
Direto de Londres
Faltando pouco mais de três meses para o início das competições, a população do Reino Unido ainda não está totalmente motivada para os Jogos de Londres. Pelo contrário. Grande parte da população acredita que muito dinheiro está sendo gasto na preparação da Olimpíada.
Duas pesquisas divulgadas nesta quarta-feira, data em que é celebrada a marca de cem dias para a cerminônia de abertura no Estádio Olímpico, revelam a insatisfação de grande parte dos britânicos. Um levantamento publicado pelo jornal London Evening Standard mostra que 53% dos moradores da Grã-Bretanha dizem não estar interessados no evento. Já um estudo feito pela BBC, aponta que 64% dos contribuintes do país acham que os Jogos custaram caro demais.
No total, 9,3 bilhões de libras (cerca de R$ 27,5 bilhões) saíram dos cofres públicos para sanar os gastos olímpicos. Parte do financiamento foi coberta com o aumento do imposto de moradia de Londres, chamado de council tax. Alguns distritos da cidade elevaram a cobrança em 20 libras (aproximadamente R$ 60) por residência para ajudar a pagar a conta.
Apesar do descontentamento, os organizadores da Olimpíada apostam que os britânicos vão reconhecer a importância do evento depois de sua realização. "É como perguntar para alguém se ele acha que gastou muito no Natal logo depois das compras, mas antes da ceia", disse Jeremy Hunt, secretário de Cultura, Esporte e Olimpíada. "O momento de perguntar (se os Jogos foram caros ou não) é depois do evento, quando as pessoas terão visto o verão maravilhoso que vamos ter", acrescentou.
Hunt ainda citou outro dado da pesquisa, apontando que para 55% dos britânicos o investimento público vai compensar em termos de benefícios para o país.
Apesar da grande corrida por ingressos olímpícos no ano passado, a população britânica ainda dá poucos sinais de motivação para os Jogos. O evento desta quarta-feira para marcar os 100 dias até a Olimpíada foi bastante comentado na mídia local. A população, entretanto, não compareceu a Trafalgar Square, um dos locais mais movimentados da cidade, para acompanhar as apresentações musicais organizadas.
Apenas alguns turistas e muitas câmeras de televisão enfrentaram o frio e a chuva fina que caia na capital britânica durante todo o dia. Para Seb Coe, presidente do Comitê Organizador local (Locog), a verdadeira mobilização no país deve começar com a chegada da tocha olímpica, em 18 de maio, para um percurso de 70 dias que inclui praticamente todo o Reino Unido. "Nossas pesquisas sugerem que 9 milhões de pessoas devem acompanhar a passagem da tocha", disse.
Também nesta quarta-feira, o Comitê confirmou a instalação de 69 telões em 22 localidades ao redor do país para transmissão das competições. A expectativa é de que 500 mil pessoas assistam ao evento nas festas oficiais.
Londres 2012 no Terra
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.
Brasil de Ronaldinho Gaúcho cai diante de Camarões; reveja:
Os britânicos estão insatisfeito com o uniforme olímpico moderno, querem impedir atletas com histórico de doping de competir e exigem padrão de qualidade para que seus representantes não decepcionem em casa; Entenda a postura rígida do Reino Unido para os Jogos Olímpicos de Londres
Foto: Getty Images
Padrão de qualidadeApesar de ser agraciado com o direito de colocar representantes em todas as modalidades olímpicas por ser país-sede, o Reino Unido exige de seus atletas padrões mínimos de qualidade para confirmar o uso das vagas. A equipe de ginástica rítmica não alcançou a meta e quase ficou fora do evento
Foto: Getty Images
Padrão de qualidadeO objetivo do Comitê Organizador comandado por Sebastian Coe, em parceria com o Comitê Olímpico Britânico, é assegurar representatividade para que haja um legado em todos os esportes
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Padrão de qualidadeA equipe feminina de ginástica rítmica ficou a apenas 0.273 da meta exigida no evento-teste para a Olimpíada e foi excluída do evento. As atletas precisaram recorrer ao Sports Resolution UK, tribunal independente criado para resolver disputas na área esportiva
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Doping Para o Comitê Olímpico Britânico (BOA), trata-se de uma questão de honra não contar com atletas que tenham caso de doping no histórico. Um atleta tenta romper essa tradição: Dwain Chambers
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Doping Atletas com condenação por uso de substâncias ilegais são impedidos de disputar Olimpíada pelo Comitê Olímpico Britânico, independentemente da punição já ter sido cumprida. Para a Agência Mundial Antidoping (Wada), a medida configura um castigo extra e seria ilegal
Foto: Getty Images
Doping Chambers foi pego por doping em 2003, admitiu o erro, ajudou nas investigações e cumpriu os dois anos de suspensão do esporte. Agora, tenta obter a liberação com a ajuda da Agência Mundial Antidoping
Foto: Getty Images
Wild cardExcluído do revezamento da Tocha Olímpica pelo território britânico, o ex-esquiador Eddie Edwards expôs uma opinião do presidente do Comitê Organizador Local dos Jogos de Londres, o ex-atleta Sebastian Coe: a contrariedade ao wild card
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Wild Card O Wild Card é um passe que permite que atletas possam disputar o evento mesmo sem ter cumprido os critérios de classificação pré-estabelecido. Seu uso mais comum é para incentivar o desenvolvimento do esporte em nações carentes. Coe seria contrário por acreditar que apenas os melhores merecem vaga
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Wild CardO presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, também já se manifestou neste sentido, defendendo o fim do sistema de distribuição de vagas
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Britânicos de Plástico "Britânicos de plástico" foi a denominação usada para se referir a atletas não nascidos na Grã-Bretanha, mas que representarão o país nos Jogos Olímpicos de Londres. As críticas vêm principalmente pela conveniência encontrada pelos estrangeiros no time britânico e pela falta de patriotismo dos mesmos
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Britânicos de plástico O maior exemplo disso vem da velocista Tiffany Porter, que nasceu nos Estados Unidos, é filha de pai nigeriano e mãe britânica, e foi a capitã do time de atletismo da Grã-Bretanha no Mundial Indoor de Istambul, em março. Um jornalista pediu à atleta para cantar o hino ingles God Save the Queen durante uma entrevista, e ela não soube recitar sequer os primeiros versos
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Uniforme "moderno" Desenhado por Stella McCartney, filha do ex-Beatle Paul McCartney, o uniforme britânico para os Jogos Olímpicos tem traços modernistas que desconstroem a bandeira do Reino Unido, espalhando formas geométricas pelo tecido. No entanto, não agradou entre os britânicos
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Uniforme "moderno" Os jornais fizeram muitas críticas ao modelo principalmente por não apresentar a bandeira britânica de forma clara. A falta do vermelho também incomodou muito, gerando um temor de que pudesse causar protestos por parte dos atletas galeses
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Uniforme "moderno" O jornal The Guardian até resgatou um estudo indicando que atletas em vermelho se destacam mais em competições