Judoca saudita aceita proibição e compete sem véu islâmico
A representante do judô feminino saudita irá competir na Olimpíada de Londres sem o "hijab", ou véu islâmico, disse Marius Vizer, presidente da Federação Internacional de Judô, nesta quinta-feira.
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Wodjan Ali Seraj Abdulrahim Shaherkani, uma das duas primeiras mulheres enviadas aos Jogos pelo conservador reinado muçulmano, deve competir no torneio de judô de pesos pesados na próxima sexta-feira.
"Ela lutará de acordo com o princípio e o espírito do judô, portanto sem o "hijab", declarou Vizer.
A decisão provavelmente causará polêmica na Arábia Saudita, onde a participação feminina nos esportes é assunto controverso. Clérigos poderosos denunciam mulheres por se exercitar, dizendo ir contra seu papel natural.
No início deste mês, uma autoridade saudita afirmou que espera que as mulheres tenham que obedecer o código de vestimenta da lei islâmica. Ele não elaborou, mas outros países muçulmanos conservadores interpretaram isso como o uso de véu, mangas e calças longas.
Shaherkani, que lutará na categoria dos 78kg, e a adolescente corredora dos 800 m, Sarah Attar, foram as primeiras mulheres sauditas que tiveram permissão de participar de uma Olimpíada depois de conversas entre o Comitê Olímpico Internacional.
A decisão de permitir atletas sauditas mulheres de competir em Londres foi elogiada pelo presidente da entidade, Jacques Rogge, à época. "Esta é uma notícia muito positiva, e ficaremos encantados de dar as boas vindas a estas duas atletas em Londres", disse Rogge em um comunicado no início de julho.
"O COI vem lutando para garantir um equilíbrio maior de gêneros nos Jogos Olímpicos, e a notícia pode ser vista como uma evolução encorajadora."
A Arábia Saudita era um de três países, ao lado de Brunei e Catar, que nunca tinha enviado atletas mulheres aos Jogos, mas no início do ano os dois últimos confirmaram que suas delegações incluiriam mulheres.
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