Líderes do ranking, Mayra e Guilheiro evitam favoritismo olímpico

Flavio C. D'Almeida

Direto de São Paulo

Uma das modalidades que mais cresceu desde a última Olimpíada, o judô brasileiro chega à Londres com números inéditos e como uma das grandes esperanças de medalha. Para quebrar o jejum de ouros do judô, que vem desde 1992, quando Rogério Sampaio sagrou-se campeão em Barcelona, o Brasil conta com dois atletas no topo do ranking mundial de suas respectivas categorias.

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Mas tanto a gaúcha Mayra Aguiar, 20 anos, quanto o paulista Leandro Guilheiro, 28 anos, preferem evitar o favoritismo à medalha de ouro nos Jogos de Londres. "Acho que não existe favoritismo. Minha categoria é bastante disputada, cada vez ganha uma, o Mundial ganhou uma, em outro ganhou a outra, então acredito realmente que eu não tenha este favoritismo", disse Mayra em entrevista ao Terra.

Já Guilheiro parece acreditar na existência de um favoritismo, mas acha que outro judoca ostenta esta condição: "Se eu tivesse que dar um favorito à medalha de ouro eu daria ao coreano (Jae-Bum Kim, 2º no ranking). Ele foi o campeão dos dois últimos mundiais, 2010 e 2011, então se tivesse que ter um favorito seria o coreano, não eu."

"Eu estou em primeiro no ranking, mas nas duas competições mais importantes do ciclo olímpico ele foi o campeão, é um cara que está na categoria há mais tempo, que já foi vice-campeão nessa categoria em Pequim, então o favorito é ele", completou o líder da categoria até 81 kg na entrevista ao Terra.

Guilheiro disse que seu objetivo em Londres é "simples": realizar a melhor performance de sua carreira. "Pode ser maluco, mas eu quero lutar bem. Claro que todo mundo que ser campeão olímpico, quer ganhar medalha, mas é uma coisa que foge muito do nosso controle. Então realmente eu quero lutar bem, quero ter o melhor desempenho da minha vida lá no tatame de Londres, e se eu merecer, se o meu desempenho for aquele que eu mereço uma medalha, eu vou ganhar medalha."

Mayra e Leandro assumiram o primeiro posto do ranking da IJF (Federação Internacional de Judô) neste ano. A primeira competição que participaram com o novo status foi o Pan-Americano da modalidade, realizado na última semana em Montreal, no Canadá. Lá, ambos foram campeões em suas categorias.

Os dois judocas observaram algumas mudanças comportamentais desde que assumiram a liderança do ranking, como na postura dos adversários, por exemplo. "A galera me estuda muito, está sendo cada vez mais difícil lutar, eu estou sempre tendo que inventar alguma coisa diferente, caras que eu ganhava com muita facilidade, hoje está mais difícil. Então eu não me sinto pressionado, eu só me sinto na obrigação de estar tentando sempre melhorar", afirmou Guilheiro.

Mayra, que compete na categoria até 78 kg, acha que o respeito das outras competidoras não aumentou, mas concorda com Leandro que as lutas estão mais difíceis: "a adversária entra com mais atenção na luta. Então tem bastante isso, este estudo. Você fica muito visada."

Outro aspecto que mudou na vida dos judocas é o assédio que sofrem da imprensa. "Aumentou bastante. Desde o começo, vai passando de ano em ano, quando vai chegando perto (dos Jogos Olímpicos) vai aumentando", disse Mayra. Leandro concorda: "eu era o número 2 até então, já tinha um assédio, já tinha uma procura, já tinha essa condição de ser favorito à Olimpíada, mas quando virei número 1 aumentou muito, drasticamente. O número 1 é uma coisa meio mágica no imaginário das pessoas."

Londres 2012 no Terra

O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.

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