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Grand Slam

Na expectativa por Murray, torcida vê "eletricidade" em Wimbledon

7 jul 2012 - 07h09
(atualizado às 07h12)
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EMANUEL COLOMBARI
VAGNER MAGALHÃES
Direto de Londres

O britânico Andy Murray conquistou nesta sexta-feira uma das vagas para a final de 2012 de Wimbledon. Graças à vitória por 3 sets a 1 nas semifinais sobre o francês Jo-Wilfried Tsonga, parciais de 6/3, 6/4, 3/6 e 7/5, o escocês quebrou um longo jejum e avançou, colocando um representante do Reino Unido na decisão pela primeira vez em mais de 70 anos. Mas mesmo diante do tabu e das esperanças da torcida inglesa, que aguarda o surgimento de um grande tenista da casa para fazer frente aos principais nomes do tênis, os frequentadores do torneio festejam o escocês por um motivo especial: trata-se de um ingrediente para empolgar ainda mais o tradicional evento na Zona Sul da capital inglesa.

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A presença de Murray entre os principais tenistas do circuito na ATP na atualidade manteve a esperança londrina de acompanhar um representante britânico no topo da modalidade, encarando rivais como Novak Djokovic (Sérvia), Rafael Nadal (Espanha) e Roger Federer (Suíça). Entre os torcedores que frequentam o All England Lawn Tennis Club (AELTC), onde acontece o Grand Slam inglês, Murray é um fator importante de um evento, que tem uma atmosfera descrita como "fantástica" e "elétrica".

Na fria manhã desta sexta-feira, centenas de torcedores se dirigiram ao local para acompanhar as semifinais Murray x Tsonga e Djokovic x Federer - uma única entrada assegura presença em todos os eventos do dia de determinadas quadras. Diante da garoa que atingiu Londres nas primeiras horas do dia da definição dos finalistas, como de costume, a maioria dos fãs deixou os carros em casa e se dirigiu ao AELTC de trem, metrô, ônibus ou a pé. Na chegada, poucas filas para as entradas e até mesmo o empréstimo de guarda-chuvas com a marca do Slam para os detentores de ingressos da área VIP.

"Acho que ele vai vencer", disse Sarah Priestley, 45 anos, aguardando sua entrada no portão principal antes dos jogos desta sexta-feira. Acompanhada dos filhos, Allie, 15, e George, 10, ("todos jogadores de tênis", segundo ela), Sarah ia ao torneio pela primeira vez em 2012, mas se mostrava otimista com o experiente Andy Murray e listava motivos para que os fãs de tênis comparecessem ao terceiro Grand Slam da temporada.

"Há uma atmosfera fantástica", explicou ela, sob a garoa. "A atmosfera é fantástica, e há o champanhe (para frequentadores da Quadra Central). Não há outro clube. É uma tradição, muito britânico", completou ela.

A família Priestley não era a única a chegar ao local para as partidas da sexta-feira. Taleb Araim, 45, descia a rua rumo aos portões de acesso para tentar ir com as filhas aos jogos. "Podemos comprar ingressos na hora. Temos contatos, temos sorte", disse Taleb, morador das proximidades, com mais facilidade de acesso aos jogos de duplas, de cadeirantes ou de juvenis.

Explica-se tal dificuldade: segundo a imprensa londrina, ingressos na final para duas pessoas podem custar a bagatela de 45 mil libras, o equivalente a mais de R$ 140 mil. Mesmo para as semifinais, os torcedores vinham adquirindo entradas para as semifinais desde a temporada 2011 - caso de Ann Appleby, 41 anos, que foi ao local acompanhada da mãe, Dorothy.

"É uma ocasião, não podemos deixar passar", disse Dorothy. A filha, que pagou 150 libras (mais de R$ 470 em valores atualizados) pelas entradas antecipadas em agosto de 2011, vê um ambiente de "pura eletricidade" no Grand Slam inglês e aposta no sucesso de Murray. "Acho que é a primeira oportunidade desde 1938. Ele tem a grande chance", afirma Ann.

Com a vitória desta sexta-feira sobre Tsonga, como disse a torcedora, Murray se tornou o primeiro britânico a chegar à final de Wimbledon desde 1938, quando Bunny Austin perdeu o título para o americano Don Budge por 3 sets a 0. O último título do Reino Unido no Grand Slam inglês aconteceu em 1936, quando Fred Perry venceu o alemão Gottfried von Cramm com facilidade: 6/1, 6/1 e 6/0. A decisão do título de 2012 será contra Roger Federer, que derrotou Novak Djokovic por 6/3, 3/6, 6/4 e 6/3.

ingressos na final para duas pessoas podem custar mais de R$ 140 mil
ingressos na final para duas pessoas podem custar mais de R$ 140 mil
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Fonte: Terra
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