Pentatleta do Brasil se inspira em judô para buscar medalha inédita
- Emanuel Colombari
- Direto de Londres
A brasileira Yane Marques é um dos principais nomes do mundo no pentatlo moderno, mas ainda busca a primeira medalha olímpica no esporte. Para conseguir o pódio em Londres, Yane se inspira em outro brasileiro que atingiu a meta nos Jogos Olímpicos de 2012: Rafael Silva, o Baby, judoca que foi medalhista de bronze na categoria acima de 100 kg.
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"Nos primeiros dias, a judoca (Sarah Menezes) abriu bem. O maior exemplo agora foi o judoca, o Rafael. Ele vinha atrás na luta para disputar o bronze", disse a pernambucana, lembrando a vitória de Baby sobre o húngaro Barna Bor para a repescagem, decidida apenas na bandeira. Na disputa pela medalha de bronze, ele venceu o sul-coreano Kim Sung-Min.
"Na esgrima, eu sinto muito isso. Às vezes, você tem um minuto para tocar a advserária, cinco segundos", afirma. "Você tem que arriscar sem pudor. Foi muito inspiradora aquela luta", completou, relembrando a reação de Baby no fim do combate contra Bor.
Apesar da inspiração, Yane chegou à Inglaterra tendo visto pouco da Olimpíada de 2012. Antes de viajar a Londres, ela se concentrou na Itália para treinamentos e mal conseguiu acompanhar os atletas brasileiros que já estavam em ação.
"Estávamos agora na Itália, não acompanhei muito as provas. Via só o que eles passavam, quando tinha italiano. Vi muita esgrima, de que eu gosto. Não tenho maiores problemas por chegar ao final (da Olimpíada). Como a gente está sempre concentrado, não consegui ver os amigos e colegas competindo", justificou.
Inspirada pelo pódio do judoca, Yane Marques ainda tem outros fatores a seu favor para correr atrás da medalha. O principal deles é o ranking mundial, no qual chegou ao terceiro lugar em 2011. Mesmo assim, ela vê o critério com naturalidade e tenta evitar a expectativa excessiva por resultados na Olimpíada de Londres.
"A cada 12 meses, a pontuação do atleta vence. Se você não conseguir repetir, você cai. No ano passado, eu oscilei entre as dez (primeiras), depois entre as seis, agora entre as três", disse ela, esquivando-se das projeções imediatas de medalhas. "É o sonho de todo atleta. Nós, das Américas, sonhamos com o Pan-Americano, com uma medalha. Depois com a Olimpíada".
Fã do hipismo na modalidade, Yane teve o quarto pior desempenho da prova na Olimpíada de 2008, quando somou 85.86 pontos. Desta vez, ela espera não repetir os problemas com o cavalo que teve em Pequim.
"Não gosto muito de contar com o fator sorte, mas na equitação isso acontece. O cavalo é sorteado na hora, e a gente tem 20 minutos para se adaptar", afirmou, lembrando ter feito "boas provas de equitação". "Cavalos difíceis existem. Que eu não pegue um deles", brincou a pentatleta de Afogados da Ingazeira (PE).
Na manhã desta quarta-feira, Yane Marques realizou treinos de combinado (corrida e tiro) e esgrima no Crystal Palace National Sports Centre, local escolhido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para a aclimatação dos atletas do Brasil em Londres. A programação de Yane conta com natação na tarde de quarta, com reconhecimento no Centro Aquático de Londres, e mais treinos em Crystal Palace na quinta-feira.
E ela, que competirá ainda no Ginásio Cooper Box (esgrima) e no Greenwich Park (combinado e hipismo), não reclama do vai e volta entre sedes. "É o que acontece sempre. Pode acontecer de tudo ser no mesmo estádio. Mas é natural que se desloque. É até melhor, porque a gente descansa mais", comentou, mostrando bom humor.
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