Rafael Silva se "refina" para combater fenômeno francês em Londres
1 abr2012 - 09h51
Compartilhar
Danilo Vital
Direto de São Paulo
Quem poderá vencer Teddy Riner no judô? O brasileiro Rafael Silva está trabalhando firme para que isso seja possível durante os Jogos Olímpicos de Londres, em agosto. Representante brasileiro no peso pesado (+ 100 kg), o atleta encara treinamento intenso para ficar mais forte e poder competir com o francês, fenômeno do esporte. Até hoje, enfrentou Riner em três oportunidades, sendo derrotado em todas.
"A principal característica que eu sinto em relação a ele é a diferença de força", disse Rafael Silva, em entrevista exclusiva ao Terra. No Ginásio do Esporte Clube Pinheiros, ele relembrou das três derrotas - uma delas no Mundial de judô de Paris, em 2011, quando levou a luta para golden score. "Estou fazendo trabalho bem intenso de força, de explosão para realmente chegar bem", disse.
O treino é cuidadosamente montado para que o grandalhão, apelidado de Baby, possa segurar Teddy Riner em uma eventual disputa em Londres. Com 2,03 m e aproximadamente 160 kg, ele está cada vez mais forte. Com extrema facilidade, atirou ao chão um dos garotos com o qual divide o período de treinos em São Paulo. Para se vingar, o jovem judoca subiu nos ombros de um dos colegas. "Agora eu quero ver", provocou, causando risos em Rafael Silva.
"Na verdade, pelo fato de termos os Jogos Olímpicos pela frente, a gente tem um tratamento mais diferenciado. A gente treina com maior qualidade, com mais cuidado. É um negócio mais refinado", definiu. Sem Teddy Riner pela frente, Rafael Silva tem conseguido bons resultados, como no Masters do Cazaquistão, em 2011, uma das mais importantes competições do calendário: ficou com o ouro. Agora, se vê mais respeitado pelos rivais, inclusive pelo francês.
"Eu acho que os atletas que estão ali entre os 22 primeiros do ranking estão sempre sendo estudados. Depois que eu ganhei o Masters e fiz boas lutas, acho que o foco maior está sendo no meu jogo, no meu judô", disse. "É complicado, mas ao mesmo tempo em que o adversário pensa muito nos seus atributos, acaba esquecendo as qualidades", continuou o atleta.
"Estou apostando nisso: que vou estar bem para caramba fisicamente e bem de cabeça. É só estar bem tranquilo para lutar. Aí vou fazer um bom resultado", afirmou. Para isso, precisará quebrar uma vistosa marca: Teddy Riner não perde há quatro anos. A última derrota foi registrada na semifinal da Olimpíada de Pequim, em 2008 - está aí uma boa perspectiva para o brasileiro.
Londres 2012 no Terra
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.
Nadadora com perna amputada se classifica para Olimpíada:
Os britânicos estão insatisfeito com o uniforme olímpico moderno, querem impedir atletas com histórico de doping de competir e exigem padrão de qualidade para que seus representantes não decepcionem em casa; Entenda a postura rígida do Reino Unido para os Jogos Olímpicos de Londres
Foto: Getty Images
Padrão de qualidadeApesar de ser agraciado com o direito de colocar representantes em todas as modalidades olímpicas por ser país-sede, o Reino Unido exige de seus atletas padrões mínimos de qualidade para confirmar o uso das vagas. A equipe de ginástica rítmica não alcançou a meta e quase ficou fora do evento
Foto: Getty Images
Padrão de qualidadeO objetivo do Comitê Organizador comandado por Sebastian Coe, em parceria com o Comitê Olímpico Britânico, é assegurar representatividade para que haja um legado em todos os esportes
Foto: Getty Images
Padrão de qualidadeA equipe feminina de ginástica rítmica ficou a apenas 0.273 da meta exigida no evento-teste para a Olimpíada e foi excluída do evento. As atletas precisaram recorrer ao Sports Resolution UK, tribunal independente criado para resolver disputas na área esportiva
Foto: Getty Images
Doping Para o Comitê Olímpico Britânico (BOA), trata-se de uma questão de honra não contar com atletas que tenham caso de doping no histórico. Um atleta tenta romper essa tradição: Dwain Chambers
Foto: Getty Images
Doping Atletas com condenação por uso de substâncias ilegais são impedidos de disputar Olimpíada pelo Comitê Olímpico Britânico, independentemente da punição já ter sido cumprida. Para a Agência Mundial Antidoping (Wada), a medida configura um castigo extra e seria ilegal
Foto: Getty Images
Doping Chambers foi pego por doping em 2003, admitiu o erro, ajudou nas investigações e cumpriu os dois anos de suspensão do esporte. Agora, tenta obter a liberação com a ajuda da Agência Mundial Antidoping
Foto: Getty Images
Wild cardExcluído do revezamento da Tocha Olímpica pelo território britânico, o ex-esquiador Eddie Edwards expôs uma opinião do presidente do Comitê Organizador Local dos Jogos de Londres, o ex-atleta Sebastian Coe: a contrariedade ao wild card
Foto: Getty Images
Wild Card O Wild Card é um passe que permite que atletas possam disputar o evento mesmo sem ter cumprido os critérios de classificação pré-estabelecido. Seu uso mais comum é para incentivar o desenvolvimento do esporte em nações carentes. Coe seria contrário por acreditar que apenas os melhores merecem vaga
Foto: Getty Images
Wild CardO presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, também já se manifestou neste sentido, defendendo o fim do sistema de distribuição de vagas
Foto: Getty Images
Britânicos de Plástico "Britânicos de plástico" foi a denominação usada para se referir a atletas não nascidos na Grã-Bretanha, mas que representarão o país nos Jogos Olímpicos de Londres. As críticas vêm principalmente pela conveniência encontrada pelos estrangeiros no time britânico e pela falta de patriotismo dos mesmos
Foto: Getty Images
Britânicos de plástico O maior exemplo disso vem da velocista Tiffany Porter, que nasceu nos Estados Unidos, é filha de pai nigeriano e mãe britânica, e foi a capitã do time de atletismo da Grã-Bretanha no Mundial Indoor de Istambul, em março. Um jornalista pediu à atleta para cantar o hino ingles God Save the Queen durante uma entrevista, e ela não soube recitar sequer os primeiros versos
Foto: Getty Images
Uniforme "moderno" Desenhado por Stella McCartney, filha do ex-Beatle Paul McCartney, o uniforme britânico para os Jogos Olímpicos tem traços modernistas que desconstroem a bandeira do Reino Unido, espalhando formas geométricas pelo tecido. No entanto, não agradou entre os britânicos
Foto: Getty Images
Uniforme "moderno" Os jornais fizeram muitas críticas ao modelo principalmente por não apresentar a bandeira britânica de forma clara. A falta do vermelho também incomodou muito, gerando um temor de que pudesse causar protestos por parte dos atletas galeses
Foto: Getty Images
Uniforme "moderno" O jornal The Guardian até resgatou um estudo indicando que atletas em vermelho se destacam mais em competições