Yamaguchi lembra pai lutador e homenageia irmão caçula após vitória
8 ago2012 - 20h21
(atualizado em 9/8/2012 às 00h20)
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Allan Farina
Direto de Londres
Touro Moreno é um pai orgulhoso. Com 18 filhos, o lendário lutador vê dois de seus garotos brilhando na Olimpíada de Londres. Tanto Esquiva quanto Yamaguchi já garantiram medalha no boxe, encerrando jejum de pódios que durava desde o bronze de Servílio de Oliveira na Cidade do México, em 1968. A segunda condecoração foi assegurada na noite desta quarta-feira, quando Yamaguchi Falcão derrotou o cubano Julio César la Cruz Peraza pelas quartas de final da categoria dos meio-pesados (até 81 kg).
Ao fim da luta, o brasileiro estava radiante e fez questão de valorizar a importância do pai em sua carreira. "Isso tudo eu ofereço a ele, à minha esposa, minha mãe e todo mundo que me apoiou forte e torceu para mim. Vitória em cima do cubano ainda, ele deve estar explodindo por dentro", celebrou Yamaguchi.
O boxeador conseguiu, além da medalha, a revanche sobre o cubano, que lhe havia derrotado na final dos Jogos Pan-Americanos. O brasileiro chegou a dizer que seu foco na verdade era a "vingança" contra o lutador e não a condecoração. Ao fim, com ambos os objetivos alcançados, Yamaguchi mandou um recado a Touro Moreno.
"Olha, paizão. Eu me preparei. Você é um cara que me dá várias forças, me apoia o máximo, me dá conselhos sempre. Tudo que eu tenho a fazer é agradecer a você e toda a minha família. A gente procura fazer o máximo para chegar aqui no ringue e dar resultado. Paizão, te amo muito. Mãe, te amo também", afirmou.
Yamaguchi ainda dedicou seu triunfo a seu irmão caçula, Luciano, que pediu a homenagem em caso de vitória sobre Peraza. "Esse L é do meu irmão Luciano, o menorzinho, que falou: Yamaguchi, quando você ganhar do cubano faz o L para mim?. Prometi que faria e está aqui o L. Essa é sua, Luciano!", avisou o boxeador fazendo uma letra L com os braços.
A brasileira Adriana Araújo confirmou nesta quarta-feira a "cor" da segunda medalha da história do boxe em Jogos Olímpicos. A atleta, aluna de Luiz Dórea (ex-treinador de Popó e atual de Junior "Cigano", campeão peso pesado do UFC), acabou derrotada pela russa Sofya Ochigava, vice-campeã mundial neste ano, por 17 a 11 e ficou com o bronze na categoria peso leve (até 60 kg), destinada aos derrotados nas semifinais do torneio da modalidade
Foto: AP
O resultado negativo desta quarta-feira, o segundo consecutivo para a russa (Adriana foi superada nas quartas de final do Mundial deste ano) confirmou o segundo bronze da história do boxe brasileiro em Olimpíadas
Foto: Reuters
A primeira medalha do País ocorreu na Cidade do México, em 1968, quando Servílio de Oliveira subiu no degrau mais baixo do pódio. Foi também a 100ª premiação da história do esporte nacional nos Jogos
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Em busca de garantir o melhor resultado da história do boxe brasileiro em uma Olimpíada, Adriana Araújo assumiu uma postura agressiva no início do combate desta quarta-feira. Entretanto, diante de um adversária experiente, a brasileira sofre com a velocidade da rival, que apostou nos contra-ataques para manter o duelo equilibrado. Ao final do primeiro round, as duas pugilistas terminaram empatadas por 3 a 3
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A velocidade da atleta russa afetou a brasileira na parcial seguinte. Variando a sequência entre jabs e cruzados, Sofya Ochigava encaixou bons golpes e conseguiu neutralizar a potência de Adriana. O desempenho nos dois minutos convenceu os juízes, que deram uma vantagem de dois pontos para a competidora europeia. Placar de 5 a 3
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Em desvantagem, Adriana adotou uma postura mais solta no terceiro round. Agressiva dentro do ringue, a brasileira chegou a atacar a atleta russa até em momento no qual a rival ajeitava os shorts - o árbitro não interrompeu o combate e, por consequência, não puniu a baiana. No final, a representante nacional encaixou dois diretos, mas que não foram suficientes para virar o duelo: 5 a 3 para Ochigava
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A vantagem de quatro pontos fez a diferença no último round. Adriana precisou adotar uma postura ainda mais ofensiva, na busca pelo empate, e abriu a guarda durante a maior parte da parcial. A russa, experiente e ciente do jogo da baiana, trabalhou no contra-ataque
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A russa confirmou a tranquila vitória depois de oito minutos de duelo
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Os juízes deram 4 a 2 no último round e 17 a 11 no geral a favor de Sofya Ochigava
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Apesar da tristeza pela derrota, Adriana pode comemorar a primeira medalha do boxe feminino brasileiro