PUBLICIDADE

Olimpíada 2016

Aprende, Fifa: COI dá aula de diplomacia em protesto no Rio

Presidente da entidade, após coletiva de imprensa em hotel em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, foi até os manifestantes para ouvi-los pessoalmente. Diante de xingamentos, entrou na van e deixou o local

28 fev 2015 - 17h23
(atualizado às 17h32)
Compartilhar
Exibir comentários
Go Home! Presidente do COI sofre com ira de manifestantes :

Se durante a Copa do Mundo a frase preferida dos manifestantes foi o famoso "Fifa, go home" (Fifa, volte para casa), os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016) prometem agora apresentar um novo slogan de protesto: "COI, go home". Diferentemente da entidade máxima do futebol, no entanto, o Comitê Olímpico Internacional deu uma aula de diplomacia neste sábado, ao lidar com o protesto inaugural contra a primeira Olimpíada a ser realizada na América do Sul.

Após dar uma coletiva de imprensa para toda a mídia internacional, o presidente da entidade, o alemão Thomas Bach, ao deixar um hotel em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, deu de cara com cerca de 30 manifestantes com faixas e vaias contra a sua pessoa. Orientado a entrar na van posicionada para retirar do local toda a comitiva, Bach disse que queria dar um "hello" para quem protestava.

O alemão então se dirigiu aos manifestantes e impediu até que policiais militares posicionados fizessem o tradicional cordão humano para impedir qualquer eventual contato com a autoridade do COI. "Vocês querem conversar, eu estou aqui", disse o dirigente. O máximo que os ativistas fizeram foi entregar um panfleto com as reivindicações do grupo, que alega degradação ambiental na área do campo de golfe, na Marina da Glória e a não despoluição da baía de Guanabara.

Protesto contra Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro
Protesto contra Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro
Foto: Pilar Olivares / Reuters

"Vocês querem conversar ou não", repetiu o dirigente. Diante das vaias e dos gritos de "COI, go home", sem que ninguém se manifestasse numa tentativa de diálogo, Thomas Bach então se dirigiu até a van para deixar o local. Em nenhum momento o presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, foi até os manifestantes ou tentou fazer algum tipo de intermédio para o diálogo.

Na coletiva de imprensa, o próprio Bach já havia se desculpado com os jornalistas por não ter ido conversar com quem protestava no local "já que eu estava ocupado e não podia deixar a reunião", a última do Comitê Executiva do COI. "Estamos abertos para o diálogo com todo mundo", completou na ocasião. Em seu lugar, desceu para o hall do hotel o diretor de comunicação da entidade, Mark Adams. Ele chegou diante dos manifestantes perguntando se alguém falava inglês.

Diante da negativa, prontamente conseguiu um tradutor e ouviu as reclamações - que prometeu serem totalmente repassadas para os dirigentes do COI. Bem diferente do que ocorreu durante a Copa do Mundo, uma vez que nenhum dirigente da Fifa se disponibilizou para falar com os ativistas. Mais inimaginável ainda seria o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ficar frente a frente com qualquer um deles.  

Thomaz Bach deu coletiva neste sábado no Rio de Janeiro
Thomaz Bach deu coletiva neste sábado no Rio de Janeiro
Foto: Pilar Olivares / Reuters

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade