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Olimpíada 2016

De olho em 2016, Rio recebe debriefing dos Jogos de Londres

17 nov 2012 - 18h19
(atualizado às 22h39)
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Marcus Vinícius Pinto
Direto do Rio de Janeiro

O que o Rio pode aprender com Londres para organizar bem os Jogos Olímpicos de 2016 é o que vai ser discutido nos próximos cinco dias em um hotel da Barra da Tijuca. O chamado Debriefing Oficial do COI dos Jogos de Londres é na verdade um programa de transferências de conhecimentos. Não só de Londres para o Rio, mas também as cidades que vão receber os dois próximos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na Rússia em 2014, e PyeongChang, na Coreia em 2018, além das cidades candidatas aos Jogos Olímpicos de 2020: Istambul, na Turquia, Madri, na Espanha e Tóquio no Japão lutam pela indicação que sai no dia 7 de Setembro do próximo ano.

Nesse primeiro dia de evento, estiveram presentes cerca de 500 pessoas, entre elas o presidente do Comitê Organizador do Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o diretor executivo de Jogos Olímpicos do COI, Gilbert Felli, e o responsável do COI para os Jogos de Londres, Denis Oswald, além do presidente do Comitê Organizador dos Jogos londrinos, Sebastian Coe e a vice-presidente do COI, a ex-atleta marroquina Nawal El Moutawakel.

"Temos que assegurar a repetição do sucesso de Londres no Rio e melhorar. Não viemos aqui trazer um modelo fixo, mas ideias que possam ser aproveitadas e adaptadas ás próximas cidades olímpicas" disse, em nome do presidente do COI, Jacques Rogge.

Criado para os jogos de Sydney, o programa do COI tomou grandes dimensões devido à complexidade da montagem de toda a estrutura olímpica e já chega à sua sétima edição (acontece sempre após a edição de Jogos Olímpicos ou de verão ou de inverno).

Nesse ponto o Rio de Janeiro pode se considerar a cidade mais avançada já que desenvolveu uma ampla rede de parceria com Londres durante os últimos anos o que possibilitou o trabalho de observação dos membros do Comitê Organizador do Brasil durante a preparação e dos Jogos Olímpicos deste ano.

"Viemos compartilhar tudo o que deu certo e o que não deu certo¿ disse Sebastien Coe. Carlos Arthur Nuzman agradeceu o apoio e disse que Londres é a inspiração do Rio por ter conseguido envolver a população no projeto dos Jogos. ¿Principalmente a juventude. Temos que transformar a sociedade e construir os campeões do futuro do Brasil através do exemplo dos atletas que vamos receber aqui", afirmou Nuzman.

Além de discussões em plenário, vão acontecer encontros menores em área específicas de esporte, hotelaria, transporte, logística, cultura, educação e tecnologia (que começou no dia 14 de novembro e se estenderá até o dia 23, devido à complexidade do tema) e um voltado apenas para os Jogos Paralímpicos.

Durante esses dias os membros dos comitês organizadores das cidades olímpicas vão ouvir experiências de atletas, espectadores, trabalhadores e da imprensa sobre o que aconteceu em Londres e sobre o que pode ser melhorado nas próximas edições dos jogos. "Todas as questões-chave de Londres serão transferidas para o Rio. Não seremos capazes de fornecer todas as respostas, porque cada cidade tem sua característica, mas o importante é que todos os problemas sejam resolvidos", disse Gilbert Felli, diretor executivo dos Jogos.

O evento de abertura ficou marcado pelo caráter político e pela confirmação do apoio dos três níveis de governo ao Comitê Organizador. Além de Eduardo Paes, prefeito da cidade, estiveram presentes o vice-governador Luiz Fernando Pezão, virtual candidato ao governo do Estado em 2014 e coordenador técnico do Estado para o evento, que afirmou que o Rio vive um momento único tendo virado, segundo ele, modelo de política de segurança para o país e o vice-ministro de esportes Luiz Fernandes.

"O Brasil é um país em desenvolvimento. Temos muitos desafios, mas ao mesmo tempo uma oportunidade única. Temos a sorte de termos dois eventos grandes em sequencia e o que está sendo feito para a Copa vai ajudar muito aos Jogos Olímpicos", disse Fernandes, cometendo a gafe de se referir à Copa do Mundo ao invés dos Jogos Olímpicos em sua fala inicial, causando certo mal estar na sala. Nuzman acrescentou que nunca uma cidade olímpica passou por tantas transformações como o Rio para 2016.

Antes de começar, Sebastien Coe deu um conselho aos organizadores do Rio. Pensar no atleta antes de qualquer coisa. "Pensar no bem estar dele na Vila Olímpica, nos locais de treino, onde passam a maior parte do tempo, e nos locais de competição. Eles são os personagens principais¿ ressaltou Coe. Para o Comitê Olímpico Internacional é importante também pensar em quem não vai aos Jogos e disse que Londres avançou muito bem na questão de levar o evento a todos os cantos do mundo.

"Londres avançou o projeto olímpico pelo mundo com audiências nunca vistas na TV e na Internet", disse Nawal E El Moutawakel. Um tom de brincadeira o chefe do Comitê Organizador de Londres, Denis Oswald disse que até o no mau tempo de Londres o LOCOG deu jeito. "Deixamos o mau tempo para o jubileu da Rainha".

Além desse evento oficial do COI, o Rio recebe nos dias 26 e 27 de Setembro, em Copacabana, dois dias de workshops promovidos pelo Governo Britânico junto com a Autoridade Olímpica Brasileira sobre cooperação em diversas áreas de organização em nível governamental. O evento é uma oportunidade encontrada pelo Comitê Ro 2016 de apresentar aos jornalistas estrangeiros as obras que estão sendo feitas na cidade para os Jogos Olímpicos. As visitas guiadas serão feitas de domingo a terça-feira.

No fim do evento, uma troca de presentes entre Nuzman e Sebastien Coe parece ter colocado ponto final no tema polêmico sobre um possível roubo de dados sigilosos por parte de membros do Comitê Organizador do Rio durante a cooperação em Londres. Nuzman deu a Coe uma escultura com silhueta do Rio, obra da artista Karol Hofke, e Nuzman ganhou um pétala da pira olímpica de Londres.

Reunião de autoridades serviu como troca de informações sobre Olimpíadas
Reunião de autoridades serviu como troca de informações sobre Olimpíadas
Foto: JP Engelbrecht / Divulgação
Fonte: Terra
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