Diretor do Rio 2016 diz que faltou alma na abertura da Copa
A festa de abertura da Olimpíada de 2016 deve reunir cinco mil voluntários no Maracanã. E eles terão de demonstrar espontaneidade. Essa orientação foi um consenso entre os três diretores artísticos do evento, Fernando Meirelles, Daniela Thomas e Andrucha Waddginton, e Leonardo Caetano, diretor de Cerimônias do Comitê Rio 2016, e vem no rastro do fiasco da apresentação da Copa do Mundo no ano passado.
Para Leonardo, a cerimônia que abriu o Mundial pecou pela falta de identidade. Ele criticou o "conceito" apresentado pela diretora artística daquele evento, a belga Daphné Cornez. "É melhor você gastar menos dinheiro e emocionar com algo que mostre a alma de um povo. Nossa ideia é exibir para o mundo um Brasil do qual cada brasileiro se orgulhe. Agora, uma festa dessas dirigida por alguém de fora ... Aí é difícil. Faltou alma."
Em entrevista na sede da Rio 2016, nesta quinta, Leonardo disse que a direção das cerimônias dos Jogos Olímpicos e Paralimpicos já aprovou "a linha narrativa" que vai ser adotada. "Não queremos fazer um compêndio de todas as manifestações culturais do País e sim contar uma história que se apoie nos elementos da cultura brasileira. A nossa vantagem, nessa hora, é não ter de pegar três mil anos de história para contar. Nossa abordagem vai ser mais contemporânea."
Ao todo, para as cerimônias, o Rio 2016 quer contar com 12 mil voluntários. O recrutamento começou em maio e termina no início de setembro. As escolhas recaem em geral para quem tem noção de teatro, dança, cinema, patinação, etc. "A exigência é a espontaneidade, que mesmo sem dominar uma dessas técnicas, a pessoa possa ir para o palco e ali mostrar que é cara de pau, desinibida, comprometida com o resultado final", disse Leonardo.
Em um primeiro momento, grupos limitadosvão ensaiar coreografias. Depois, isso vai se estender para todos. Até que, por último, haverá dois ou três ensaios gerais no Maracanã, na semana que anteceder a abertura. Ele ressaltou que o evento não se resume à festa. "Tem o lado protocolar, como o momento de acender a pira, e outros."
