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Olimpíada 2016

Ex-presidente tentou tirar Baía de Guanabara da Rio 2016

27 jan 2016 - 12h45
(atualizado às 13h09)
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O ex-presidente da Federação Internacional de Vela (Isaf), Peter Sowrey, declarou que sua saída de entidade aconteceu graças ao seu plano de levar a as provas de vela das Olimpíadas do Rio de Janeiro para Búzios. As competições da modalidade estão programadas para acontecer na Baía de Guanabara, no entanto, o local possui um alto nível de poluição que pode colocar em risco a saúde dos atletas.

Peter Sowrey ficou apenas cinco meses no cargo. Na época, a Isaf divulgou um curto comunicado em seu site oficial explicando que o ex-dirigente “decidiu ir em busca de outros desafios que combinam com sua carreira”.

“Foi-me dito para me calar sobre o assunto. A diretoria sentiu que eu estava sendo muito agressivo. Eles basicamente me botaram para fora. Eu não me demiti. A diretoria, no final, me disse para sair”, revelou Peter à agência de notícias Associated Press, contrariando a justificativa da própria Isaf.

Para o ambientalista, além da degradação ambiental, a ampliação da atividade petrolífera é uma das causas da redução das áreas de pesca na Baía de Guanabara
Para o ambientalista, além da degradação ambiental, a ampliação da atividade petrolífera é uma das causas da redução das áreas de pesca na Baía de Guanabara
Foto: Agência Brasil

Na época, a saída de Peter Sowrey coincidiu com a publicação de um estudo encomendado pela própria Associated Press em que apontava um grande nível de poluição na Baía de Guanabara e coliformes fecais acima da média também na Lagoa Rodrigo de Freitas. Dois velejadores, um alemão e um sul-coreano, que competiram nos eventos-teste para a Rio 2016 realizados na Baía de Guanabara tiveram de ser internados no hospital, com indícios de que teriam sido contaminados por vírus presentes na região. Mesmo assim o Governo do Rio de Janeiro, a prefeitura e os organizadores dos Jogos Olímpicos decidiram manter o local com sede do torneio.

“Eu fiz um plano com Búzios e tentei levar à frente. Eu não podia vencer essa batalha, não internamente na Isaf, e eu não podia vencê-la com os organizadores. Eu fiquei perplexo, pois não havia um plano reserva para a vela. Afinal de contas, é apenas velejar, não curar o câncer”, comentou o ex-presidente em tom irônico.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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