PUBLICIDADE

Olimpíada 2016

Gigogas apontam alta poluição no coração dos Jogos Olímpicos

2 mai 2016 - 15h12
(atualizado às 15h16)
Compartilhar
Exibir comentários

A invasão de grande quantidade de gigogas, plantas que se proliferam rapidamente em águas com níveis elevados de contaminação, deixou moradores da Barra da Tijuca assustados no fim de semana e suscitou mais dúvidas com relação à qualidade da água e do ar no bairro que vai concentrar a maior parte das competições olímpicas, em agosto. A vegetação chegou ao mar pelo Canal da Barra e deixou um rastro de sujeira e mau cheiro. O Parque Olímpico faz margem com uma parte do complexo lagunar da região e também foi afetado pelo odor.

O incidente foi provocado pelo rompimento de uma ecobarreira na Lagoa da Tijuca e a situação expõe o fracasso das promessas de recuperação do ecossistema da Barra - um dos pontos mais enfatizados durante a candidatura do Brasil para sediar a olimpíada.

De acordo com o biólogo Mario Moscatelli, responsável por um projeto de recuperação de manguezais na região, o sistema lagunar da Barra e entorno está morrendo e o Brasil corre o risco de passar por um vexame internacional em agosto, diante de jornalistas, competidores e turistas do mundo todo que vão vir para os Jogos.

“Se houver chuva forte ou ressaca, vai ser um caos, com o fundo das lagoas sendo remexido, mais gigogas e muito provavelmente a interdição de praias do Rio, não só as da Barra, para qualquer atividade. As autoridades têm de torcer muito para o tempo ficar bom em agosto. Qualquer reviravolta, com ventos mais fortes, vai pôr em risco a saúde de banhistas e atletas, mesmo os que vão nadar em Copacabana ou disputar provas na Lagoa Rodrigo de Freitas”, disse Moscatelli,  em entrevista ao Terra.

"A área do Parque Olímpico, na Lagoa de Jacarepaguá, sofre com esse descaso, de promessas não cumpridas, de crimes ambientais. Em agosto de 2015, seis toneladas de peixes mortos foram retiradas dali. Além do mau cheiro, houve uma invasão de urubus, mosquitos, etc. Se a natureza quiser dar o troco, pode arrumar problemas no próximo mês de agosto. Está com a faca e o queijo na mão."

Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio de Janeiro
Fonte: Silvio Alves Barsetti
Compartilhar
Publicidade
Publicidade