PUBLICIDADE

Olimpíada 2016

Nawal sobre protesto: "somos parte do problema e da solução"

Chefe da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI) se assustou com protesto no último evento da entidade no Rio de Janeiro, mas diz respeitar manifestantes e estar aberta ao diálogo

28 fev 2015 - 18h18
Compartilhar
Exibir comentários
Manifestantes levaram faixas ao hotel em Copacabana onde o COI se reuniu
Manifestantes levaram faixas ao hotel em Copacabana onde o COI se reuniu
Foto: André Naddeo / Terra

Ela é a principal fiscal das obras e de tudo que envolve os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016). E, pela primeira vez, pode experimentar a reação de quem não concorda com a presença do Comitê Olímpico Internacional no Brasil, nem com os gastos públicos e intervenções na capital fluminense. Nawal El Moutawakel é chefe da Comissão de Coordenação do COI e se assustou ao se deparar com um protesto em frente a um hotel em Copacabana, na zona sul do Rio, no último dia de encontros dos dirigentes da entidade máxima do esporte olímpico mundial.

"Vocês querem conversar sobre o que está acontecendo lá fora?", perguntou, antes de, enfim, aceitar o pedido de entrevista do Terra e de outro repórter. "Nós somos parte do problema, mas também parte da solução", disse a marroquina, lembrando que muitas das intervenções em infraestrutura do Rio de Janeiro ficarão como legado, em sua opinião, para quem mora ou visita a sede dos Jogos.

"Isso faz parte do processo", reiterou ainda. Quando a comitiva do COI se dirigiu para uma van que retiraria todos do hotel, Nawal, percebendo os gritos dos manifestantes, fez sinal de relutância em sair - e mostrou-se um pouco assustada, parecendo temer ser reconhecida, já que iria embora para o aeroporto de táxi.

Go Home! Presidente do COI sofre com ira de manifestantes :

"Não estou com medo", garantiu ao ser questionada. "Estamos abertos para ouvir qualquer tipo de reclamação, o presidente foi até os manifestantes para ouvi-los", completou ainda, sobre o fato do presidente do COI, ao final da reunião do Comitê Executivo, tentar uma aproximação com quem protestava no local.

Legados

Na coletiva de imprensa que encerrou a semana do COI no Rio de Janeiro (tanto a oitava visita da Comissão de Coordenação, quanto a reunião do Comitê Executivo), o presidente Thomas Bach, mais uma vez, foi questionado acerca do objetivo que ainda está longe de ser cumprido: a meta dos 80% de despoluição da baía de Guanabara, palco de competições de vela, por exemplo.

Alguns dos manifestantes invadiram o lobby do hotel com apitos
Alguns dos manifestantes invadiram o lobby do hotel com apitos
Foto: André Naddeo / Terra

"Só posso te informar o que o estado e as autoridades reportaram para a nossa comissão. A mensagem foi clara de que eles mantêm o objetivo de 80%", repetiu Bach, lembrando, porém, que o legado dos Jogos Olímpicos já é algo visível e real para o Rio de Janeiro, na sua opinião.

"Antes a despoluição estava em 11%, e agora já está em mais de 50%. O estado está trabalhando para atingir em 80%. Sem os Jogos, isso não teria acontecido", afirmou, levando em conta ainda outros aspectos como a linha 4 do metrô até a Barra da Tijuca, os corredores expressos de ônibus e o setor de hotelaria.

"O legado desses Jogos não é apenas por uma linha de metrô, mas linhas de ônibus que atingem outras áreas do Rio de Janeiro e muito mais infraestrutura que os Jogos vão proporcionar para todos no RIo de Janeiro", esclareceu. "Os Jogos vão aumentar a questão do turismo no Rio de Janeiro. Até os Jogos o número de quartos e hotéris terá dobrado de 18 mil para 36 mil. Eu não conheci ninguém que não gostaria de vir para o Rio de Janeiro", completou. 

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade