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Olimpíada 2016

Nuzman promete Brasil no top 10 e evita falar de planos pós-2016

5 out 2012 - 15h18
(atualizado às 15h23)
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, falou de seus objetivos no quinto mandato à frente da entidade. Não há planos de alterar o regimento do comitê para criar uma limitação às reeleições e o dirigente preferiu não falar sobre o que pode acontecer depois da Olimpíada de 2016. De concreto, pretende colocar o Brasil entre os 10 países com maior número de medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

A meta, a principal anunciada após a ratificação de sua reeleição, foi objeto de questionamentos porque o dirigente não falou em quadro de medalhas ¿ o modelo oficial do Comitê Olímpico Internacional (COI), onde o valor das medalhas de ouro é maior -, mas sim em número absoluto de pódios.

"O atleta que ganha uma medalha é um herói. Sou atleta olímpico, fui 7º colocado e não ganhei medalha. A decisão é em fração de milésimo de segundo, há dia em que você é surpreendido e não tem a medalha que poderia ganhar. As três medalhas são muito importantes e basta ver a reação dos atletas", afirmou Nuzman.

"Não teve mudança, teve constatação do que é importante. Sempre defendi o total de medalhas desde meus tempos de atleta. Vivi os dois lados. Sentimos isso em duas finais olímpicas do vôlei, uma ganhando a de prata e outra ganhando a de ouro. Sei o sentimento", completou.

Nos critérios utilizados por Nuzman e o COB, o Brasil subiria da 22ª colocação no quadro de medalhas da Olimpíada de Londres para a 14ª colocação. No entanto, mesmo nos novos parâmetros anunciados, o País demonstra pouca evolução. Se nos últimos Jogos Olímpicos conquistou 17 medalhas, o resultado em Atlanta 1996 foi parecido: 15.

"Eu não trataria como questão de garantia. Trataria como trabalho que as confederações vêm desenvolvendo. O aumento de recursos e os projetos vão poder ser analisados. Um trabalho de Marcus Vinicius Freire (superintendente do COB) mostra que, na virada dos anos 2000, houve uma pulverização de medalhas por vários países devido à dissolução do bloco socialista. O trabalho que vem sendo feito é muito grande, de muita dedicação e parceria dá grande esperança de dar a alegria de estarmos entre os 10 primeiros no quadro em 2016," declarou o dirigente.

Nuzman deu pouca importância às preocupações do Ministério do Esporte, que gostaria que houvesse um limite de reeleições para cargos à frente do COB e das confederações para garantir um processo mais democrático. "Ninguém deve se sentir incomodado com nada. Democracia e opinião são liberdades dadas. Mais importante do que discutir tempo de mandato é avaliar qualidade de gestão, o que incluiu suas conquistas e realizações", disse o presidente do comitê.

O dirigente explicou o motivo de haver tanto consenso entre as confederações ¿ excluído o caso da Confederação de Desportos de Gelo (CBDG), que sofreu intervenção na Justiça e cujo presidente Eric Maleson foi o único a votar contra a reeleição de Nuzman. "Nós realizamos reuniões permanentes com as confederações e é natural que democraticamente a gente discute as questões. Nós chegamos sempre aos denominadores que devemos chegar na harmonia necessária a uma democracia."

Nuzman evitou falar de seus planos para depois da Olimpíada de 2016, quando poderia enfrentar outro processo eleitoral para tentar permanecer mais quatro anos à frente do COB ¿ até Rio 2016, o dirigente completará 21 anos no comando do comitê. "Na vida a gente tem de ter metas e desafios. Agora a motivação é muito grande pelo comprometimento de entregar os Jogos Olímpicos. Vivemos uma nova era. Estou focado até 2016. Depois nós conversamos sobre o que vai acontecer. Meu foco é exclusivamente organizar os Jogos", finalizou.

Dirigente disse que todos os atletas que ganham medalhas são herois
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Foto: AFP
Fonte: Terra
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