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Olimpíada 2016

Prazos para obras de megaeventos estão sob suspeita no País

22 abr 2016 - 10h07
(atualizado às 11h37)
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Foto: Futura Press

A tragédia na ciclovia da Avenida Niemeyer – obra que faz parte do legado carioca das olimpíadas – chamou a atenção da imprensa internacional por um aspecto: Estariam as promessas políticas e a obrigação de cumprir prazos acima da responsabilidade pela segurança das pessoas?

Não se sabe ainda se isso vem ao caso no acidente da ciclovia, que deixou pelo menos dois mortos. Mas desperta um sentimento de desconfiança pelo que foi visto no Brasil nos últimos anos. 

Para o jornal britânico The Guardian, a tragédia na zona sul do Rio atinge a credibilidade da sede dos Jogos de 2016 e suscita questionamentos sobre a segurança. A BBC também fez as mesmas ponderações, quase na mesma linha adotada pelo New York Times.

Ciclovia desabou deixando ao menos dois mortos no Rio de Janeiro
Ciclovia desabou deixando ao menos dois mortos no Rio de Janeiro
Foto: Onda muito forte pode não ter sido prevista no projeto / BBCBrasil.com

Em julho de 2014, um viaduto em construção desabou em Belo Horizonte e também provocou duas mortes, além de ter deixado várias pessoas feridas.

O viaduto fazia parte do pacote de obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo, mas não ficou pronto a tempo. Dias antes, um ônibus com a seleção argentina passara pelo local do acidente.

A tragédia em Minas também levou parte da imprensa estrangeira a questionar se houve erros na execução do projeto em razão da proximidade do Mundial.

A revista alemã Der Spiegel e o jornal espanhol El Pais, entre outros, puseram em dúvida a segurança de obras relacionadas à Copa do Mundo.

Essa suspeita de que o Brasil dita o ritmo de obras a toque de caixa pode ser extensiva ao Engenhão, o estádio que vai abrigar as provas de atletismo na Olimpíada. Ele foi inaugurado em 2007, para os Jogos Pan-Americanos, e somente em 2013 foi interditado por causa da constatação de que um vento de 63km/h seria suficiente para levar sua cobertura a desabar.

Ou seja, durante seis anos milhares de pessoas que acompanharam jogos no Engenhão não tinham a menor ideia do risco que corriam. Bastaria uma mudança de tempo repentina no Rio, por exemplo, para que um vendaval pudesse provocar uma tragédia sem precedentes. Se isso ocorresse, alguns falariam em fatalidade. Outros culpariam o vento.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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