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Olimpíada 2016

Relatório da Wada indica que Japão comprou Jogos de 2020

15 jan 2016 - 09h24
(atualizado às 11h58)
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Em informe divulgado nesta quinta-feira, a Agência Mundial Antidoping acusa o ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, de ter recebido propina em troca de votos para a escolha de Tóquio como cidade-sede das Olimpíadas de 2020. A capital japonesa concorria com Istambul, na Turquia, que não aceitou efetuar pagamento em troca da candidatura e acabou sendo derrotada.

Segundo o documento, Khalil Diack, um dos filhos do ex-presidente da entidade que regula o atletismo mundial, seria o responsável por receber a quantia de R$ 20 milhões, com a justificativa que seria parte do valor de patrocínios de empresas japonesas para a Iaaf. Uma das empresas que poderiam estar envolvidas no esquema seria a gigante do segmento de fotografia Canon, segundo o jornal inglês The Guardian.

“Segundo o relato da conversa, os japoneses fizeram o pagamento de tal soma e os Jogos Olímpicos foram concedidos a Tóquio”, revela o informe. Tóquio acabou vencendo a votação por 60 a 36 e irá sediar o maior evento esportivo do mundo pela segunda vez. Em 1964 a capital japonesa já havia abrigado as competições.

Wada denúncia possível compra de votos do Japão para sediar Olimpíadas de 2020
Wada denúncia possível compra de votos do Japão para sediar Olimpíadas de 2020
Foto: Kimimasa Mayama / EFE

A Agência Mundial Antidoping (Wada) é a responsável pelas investigações das atividades ilícitas que aconteciam na Iaaf, como omissão de flagrantes de doping e corrupção. Analisando alguns documentos, o relatório divulgado nesta quinta-feira também descobriu novas irregularidades, como a compra de votos.

Após a quebra do sigilo bancário e telefônico dos dirigentes da Iaaf, as investigações também tiveram acesso a e-mails que levaram à acusação. Papa Diack e Khalil Diack teriam se comunicado com atletas turcos e importantes nomes que comandavam os planos de Istambul se candidatar às Olimpíadas. No entanto, nenhum deles aceitou pagar a propina imposta por Lamine Diack, algo que foi aceito pelos japoneses.

Atualmente, quatro dos sete patrocinadores da Iaaf são empresas japonesas como Toyota, Seiko, TDK e Canon. Papa Diack também estariam envolvidos na escolha de sedes do Campeonato Mundial com os mesmos moldes da política adotada para as Olimpíadas. Em 2011 o Mundial aconteceu na Coreia do Sul, ano em que a Samsung assinou contrato com a Iaaf. Já em 2013, o banco russo VTB também investiu em patrocínio na entidade e, coincidentemente, quando o torneio foi realizado em Moscou.

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