PUBLICIDADE

Olimpíada 2016

Rio 2016 faz 5 anos e vai das broncas ao otimismo exagerado

Cinco anos depois de Copenhague, Comitê Organizador passa por sua sétima missão de controle do COI sem críticas; Nuzman exagera e diz que atletas de um evento teste pularam nas águas ainda poluídas da Guanabara “de tão felizes que ficaram”

2 out 2014 - 09h03
(atualizado às 09h32)
Compartilhar
Exibir comentários

É fato que a organização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 avançou, mostrou um canteiro de obras mais sólido e, por isso, na sétima visita da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI), ganhou elogios após tantos puxões de orelha e boatos de que, devido ao eventual despreparo, Londres estaria pronta para receber as 44 modalidades. Talvez por isso o presidente do Comitê Organizador tenha até exagerado na dose de otimismo que cerca os preparativos iniciados há exatos cinco anos, quando no dia 2 de outubro de 2009 o Rio foi escolhido sede olímpica.  

<p>Competição de vela foi elogiada por Comitê Organizador</p>
Competição de vela foi elogiada por Comitê Organizador
Foto: Daniel Ramalho / Terra

“Foi um evento-teste magnífico”, disse Carlos Arthur Nuzman sobre o Aquece Rio, que em agosto reuniu 23 medalhistas olímpicos da vela na baía de Guanabara, local de competição da modalidade em 2016.

“Os atletas comemoraram, e alguns, de tão felizes que ficaram, se jogaram na água e pularam na baía de Guanabara”, completou. Vale lembrar que dois dias antes do início das regatas um cachorro morto foi encontrado boiando nas águas pelos competidores e o local ainda está longe do nível razoável de despoluição. 

A declaração é o real estado de satisfação ufanista das autoridades brasileiras em dizer que, após relatórios em que sofriam críticas pelos atrasos, enfim, como foi em março passado, passa por uma inspeção na qual a chefe da equipe, a marroquina Nawal El Moutawakei, diz que “são diversos progressos a relatar”.

Nem o imbróglio judicial envolvendo o campo de golfe atrapalhou o dia em que o prefeito Eduardo Paes também aproveitou a oportunidade favorável. “Está tranquilo, que esse é o terceiro processo em relação ao campo porque o Brasil é um país livre e as pessoas podem argumentar o que quiserem na Justiça”

Por mais que Nuzman tenha se irritado um pouco com a insistência dos jornalistas com o tema e tenha passado a bola para a Prefeitura, uma vez que o campo pode sofrer intervenção liminar que paralisaria as obras, o presidente do Comitê Organizador enalteceu a evolução de locais como Parque Olímpico, Vila dos Atletas e até mesmo Deodoro, o mais atrasado local de equipamentos, “que está demonstrando uma rápida evolução”.

<p>Rio de Janeiro corre contra o tempo para sediar Jogos Olímpicos</p>
Rio de Janeiro corre contra o tempo para sediar Jogos Olímpicos
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Ainda não existe uma nova atualização do andamento das obras – a última foi feita há pouco mais de três meses e Deodoro já configura em área de execução, muito embora tenha sido o último local a ter o início do trabalho dos operários autorizado após licitação. É o local que ainda traz uma ponta de preocupação ao COI.

Mesmo assim, surfando na onda, momentânea ou não, Rio 2016 não teve que levar os inspetores ao local. Uma equipe do COI passou imagens para a comitiva, que se disse satisfeita. Um novo relatório sobre o andamento de todas as obras deve ser divulgado até o final do ano.

“Vimos muito progresso em relação ao mês de março”, respondeu Nawal.  “O que nós vimos até agora é impressionante. Alguns de nós trabalham em Deodoro e vimos que lá avançou”, complementou, antes de enaltecer também que “estamos deixando o Rio satisfeitos com os progressos que foram feitos e confiantes que mesmo com o calendário apertado as autoridades brasileiras terão capacidade de entregar e fazer os Jogos Olímpicos”.

Enquanto Eduardo Paes afirma com todas as letras que o Rio de Janeiro terá mais legados do que Barcelona 92, Nawal respondeu da seguinte forma ao ser indagada se o Rio de Janeiro, de fato, está com tudo ordem, e se não existe mesmo nenhuma crítica: “o tempo que nos separa para a cerimônia de abertura será o suficiente”.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade