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Olimpíada 2016

Rio 2016: limpeza de Guanabara e crise da água ligam alerta

27 jan 2015 - 15h17
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Baía de Guanabara não deve ter sua limpeza completa a tempo dos Jogos
Foto: Sergio Moraes / Reuters

A crise da água vai atingir diretamente os Jogos Olímpicos de 2016. Por enquanto a falta dela ainda não é algo que preocupe muito o Comitê Organizador, mas a limpeza da Baía da Guanabara para as provas de vela, tida como um dos principais legados do planejamento dos Jogos não vai sair como planejado. Na semana passada o Secretário Estadual do Ambiente, André Correa, admitiu que não vai conseguir despoluir as águas da Baía em 80%.

Ainda assim, o Comitê Organizador segue confiante: “A posição do comitê é de que o governo vai conseguir tratar 80% do esgoto jogado na Baía. Continuamos preocupados com a quantidade de lixo jogada nas águas, mas por enquanto as condições da água são favoráveis”, afirmou Mario Andrada e Silva, diretor de comunicação do Comitê Organizador dos Jogos, na manhã desta terça-feira.

De acordo com Andrada, a meta sempre foi do tratamento do esgoto em 80%, e não da despoluição das águas em 80%, que já foi descartada pelo secretário. Na semana passada, Correa (o quarto ocupante da pasta em seis meses) disse que o seriam necessários R$ 10 bilhões para que o projeto fosse concluído, contra R$ 1,2 bilhões do orçamento destinado pelo Governo Estadual.

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Apesar de o interlocutor direto do Comitê Organizador não ser a secretaria de Ambiente, os dirigentes confiam nas informações recebidas. “Não vai ter TV flutuando na regata de medalha e nem lixo na área de competição”, disse Mário Andrada. Com números, ele lembra que em 2007 o esgoto tratado era de apenas 11% e que já ultrapassou os 50% este ano.

No próximo mês a cidade recebe a visita de membros da Federação Internacional de Vela para inspecionar o local de competição. Mario Andrada e Silva descartou, porém, qualquer mudança ou plano B para as competições. “Búzios foi uma opção apenas no universo da imprensa. Não vai ter nenhum risco para a saúde dos atletas, e as competições vão acontecer na Baía de Guanabara”, diz.

Além de não despoluir as águas, o Governo do Estado também não vai cumprir a meta de ampliar o número de estações de Tratamento de Resíduos de duas para oito, como tinha sido anunciado ano passado pelo então secretário Carlos Minc. As duas que existem serão ampliadas. “O governo preferiu tratar o efeito e não a causa”, disse Tânia Braga, diretora de Sustentabilidade dos Jogos.

Crise da água

Tânia falou ainda sobre um possível plano de contingência para que não falte água durante os Jogos Olímpicos de 2016. “Nossa ênfase no momento é na economia”, afirma, prevendo que até a competição a organização deve economizar de R$ 1 a 2 milhões (cerca de 230 milhões de litros) com instalações mais voltadas para a economia como banheiros temporários e utilização de água da chuva para irrigações ou lavagens. O próximo passo é avaliar o que será usado nos Jogos e o que precisará ser reservado, tanto em água como em energia elétrica.

<p>Brasil enfrenta crise de abastecimento de &aacute;gua</p>
Brasil enfrenta crise de abastecimento de água
Foto: Eco Desenvolvimento

Preocupações

Outra preocupação da organização é o velódromo no Parque Olímpico, cujas obras estão atrasadas, mas que entraram em bom ritmo desde o fim de dezembro. O campo de golfe ainda segue em pendência judicial com o Ministério Público, embora a organização afirme que “tudo é feito com respeito ao Meio Ambiente”. Sobre o atraso nas obras de Deodoro, onde empreiteiras ligadas à Operação Lava-Jato estão envolvidas, Mario Andrada e Silva, reafirmou a confiança no governo. “Confiamos de olhos bem abertos. Não cegamente”.

As sedes do futebol também vão ser definidas pela Fifa e pela organização em fevereiro. Embora Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Salvador tenham sido anunciadas como sedes, Manaus, Porto Alegre e Fortaleza também têm interesse em receber as partidas do torneio. A Fifa quer incluir o Engenhão no programa do futebol e o futuro presidente da CBF, Marco Polo del Nero, quer incluir o estádio do Palmeiras.

A partir de fevereiro as atividades começam a ficar mais intensas na cidade por conta dos Jogos. Reunião do Comitê de Coordenação, reunião do Comitê Olímpico Internacional, além de visitas de Federações Internacionais e Comitês Olímpicos. Para março estão previstas a divulgação do calendário final de eventos esportivos, início efetivo da venda de ingressos e festa para marcas os 500 dias para a abertura dos Jogos. 

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Fonte: Terra
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