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Jogos de Paris

Destruição ambiental marca os preparativos para Olimpíada na Rússia

2 jul 2013 - 09h21
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Cerca de 2 mil hectares estão em risco na região metropolitana de Sochi
Cerca de 2 mil hectares estão em risco na região metropolitana de Sochi
Foto: Luciano Fernandes / Especial para Terra

O sonho de sediar uma Olimpíada tem seus custos. E no caso da Sochi, estes custos podem estar saindo mais altos do que se imaginava. Quando foi escolhida para ser a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, já estava claro que muitas mudanças teriam que ser feitas para que o local pudesse receber o evento.

Sochi tem a sorte de estar situada na pequena região subtropical úmida da Rússia, entre o mar Negro e as montanhas do Caúcaso, fazendo dela o paraíso quente de um país de rigoroso inverno. O resort de praia por excelência para os russos teve que se transformar em um resort de neve.

Além do elevado investimento financeiro, que segundo os críticos já ronda 1,5 trilhões de rublos (R$ 100 bi) e quase quadruplica o valor anunciado inicialmente, a massiva destruição ambiental da região vem sendo apontada como o principal legado que os Jogos deixarão para a região de Sochi.

A Ong Observatório Ambiental do Norte do Cáucaso declarou no início do ano que um ecossistema único está sendo destruído de maneira irreversível em uma área de aproximadamente 2 mil hectares na região metropolitana de Sochi.

<p>Local de depósito do lixo preocupa ambientalistas</p>
Local de depósito do lixo preocupa ambientalistas
Foto: Luciano Fernandes / Especial para Terra

“Há ameaças de deslizamento de terra e erosão. Tudo isso é resultado do desmatamento contínuo e da construção de pistas de esqui”, apontou uma análise da ONG.

O grupo denuncia também que o lixo produzido na zona olímpica está sendo transferido para áreas fora de Sochi, como o aterro de Beloerechensky, violando assim o que havia sido garantido no Livro de Propostas (quando a Rússia se candidatou a país-sede).

De acordo com a análise da ONG, “o vale do rio Mzymta foi desmatado e resíduos tóxicos despejados no rio”. Além disso, territórios do patrimônio mundial da Unesco foram retirados do selo de proteção do patrimônio e há uma intensa atividade extrativa de brita na área da reserva do Parque Nacional de Sochi. O desaparecimento de inúmeras espécies também foi registrado.

Para conseguir abastecer a demanda de energia do megaevento, está sendo levada a cabo a construção de usinas que, segundo a ONG Observatório Ambiental do Norte do Cáucaso, irão inevitavelmente prejudicar o ecossistema de Sochi. Além disso, estão sendo construídas plantas que não estavam previstas, como a central térmica Kudepstinkaya.

O desrepeito aos direitos humanos também é levantado por grupos críticos ou contrários aos Jogos. “Desde o início, o governo russo vem degradando a dignidade de seus cidadãos e isso contradiz o chamado espírito olímpico, que seria exatamente fomentar o respeito pela dignidade humana”, acusa o grupo, que pede para que o público não compre lembrancinhas de Sochi e nem participe de eventos relacionados às Olimpíadas.

Os Jogos Olímpicos de Inverno acontecem entre os dias 7 e 23 de fevereiro do próximo ano e Sochi receberá mais de 2,5 mil atletas de 37 países.

Confira "bastidores" da produção das medalhas dos Jogos de Inverno

Fonte: Especial para Terra
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