Moeda que explica impedimento está errada, dizem árbitros
6 jan2012 - 11h04
(atualizado em 7/1/2012 às 09h20)
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Considerada uma das regras mais complicadas de se explicar para uma pessoa leiga ou pouco familiarizada ao futebol, a lei do impedimento acabou homenageada, em nome da modalidade, pela organização dos Jogos Olímpicos de Londres em conjunto com a Casa da Moeda britânica nas moedas de 50 centavos de libra (R$ 1,42). Porém, nesta sexta, o The Guardian publicou reportagem mostrando que a figura retratada na moeda remete à lei antiga da regra e é totalmente confusa aos padrões atuais.
Nela, um atleta tem duas opções de passe: a primeira, à esquerda, mostra um triângulo "à frente" do penúltimo zagueiro - o que caracteriza a infração. Já a segunda figura, à direita, tem a representação dos jogadores (um quadrado ao lado de outro triângulo, representando atletas de times distintos) que traz a inscrição "não impedido".
Porém, como explica a reportagem do veículo britânico, a representação mostraria a lei de impedimento que vigorava no futebol até 1995, ano da aplicação do chamado "impedimento passivo" pela International Board - órgão responsável pela regulamentação das regras do futebol mundial.
O impedimento passivo acontece quando um jogador em situação irregular receba um lançamento em sua direção, mas opte por se omitir da jogada para que um companheiro, em condição legal, possa chegar até a bola e prosseguir com o ataque. A regra geral do impedimento diz que, no momento do lançamento, o jogador do ataque alvo do passe deve estar posicionado, ao menos, na mesma linha do seu penúltimo adversário, postado no campo de defesa.
Como resposta às críticas, a Casa da Moeda britânica alegou que a inscrição gravada na moeda foi feita para "provocar discussão" sobre o tema, argumento prontamente rebatido por Mal Davies, membro da Associação de Árbitros da Inglaterra, que explicou que o uso da informação antiga é "embaraçosa" e pode se tornar uma forma de pressionar os árbitros em partidas, além de fazer a regra ficar ainda mais confusa.
A polêmica ficou completa com a defesa por parte do designer da moeda, Neil Wolfson, explicando que ela apenas sinaliza uma posição de impedimento e que a falta de espaço não permitiu que a figura tivesse maiores detalhes sobre a regulamentação.
A Casa da Moeda colocou o objeto em circulação na Inglaterra na última quarta-feira, ao lado de outras 29 moedas representando diversas modalidades esportivas. São aproximadamente 500 mil moedas homenageando o futebol, com a inscrição alusiva ao impedimento.
Londres 2012 no Terra
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.
Já imaginou uma competição de cabo de guerra em uma Olimpíada? Ou aviões planando em busca da medalha de ouro? E o que dizer, então, de um torneio esportivo com disputas de esculturas, pinturas, orquestras e corais? Pois saiba que tudo isso já fez parte de algum cronograma olímpico no passado, seja no programa oficial ou como esporte de demonstração. Veja, a seguir, mais curiosidades:
Foto: Getty Images
A Olimpíada de Estocolmo sediou algumas modalidades inusitadas no programa do atletismo - dentre elas, o arremesso de peso com duas mãos. O competidor tinha direito a seis tentativas, três delas de direita e mais três de canhota, e o melhor resultado com cada mão era somado para totalizar o desempenho final. Ainda em 1912, em um esquema semelhante, se deu a disputa de lançamento de dardo. Já o lançamento de disco exigia o movimento com as duas mãos
Foto: Getty Images
Não é novidade ver ou ouvir discussões com o tema: "o esporte é uma arte?". No passado, porém, a arte também foi um esporte - olímpico -, de 1912 a 1948. Eram cinco macro-categorias: arquitetura, literatura, música, pintura e escultura. Cada uma delas possuía suas competições por medalhas, como orquestra, aquarelas, cunhagem de medalhas, dentre outras
Foto: Getty Images
Difícil encontrar alguém que nunca tenha praticado esse esporte, que hoje em dia possui mais um caráter lúdico do que competitivo: o cabo de guerra. Pois saiba que essa "brincadeira" com uma corda e dois times em cada ponta, que alia força física e trabalho em equipe, compôs o programa olímpico de 1900 a 1920
Foto: Getty Images
Este esporte que consiste em golpear uma bola com um taco (semelhante à marreta biônica do Chapolin Colorado) por meio de arcos no chão é bastante comum na Europa, mas, no Brasil, é conhecido apenas por fazer parte de alguns desenhos animados mais antigos. No entanto, o croquet já fez até parte do programa olímpico, tendo sido realizado na edição de 1900, em Paris
Foto: Getty Images
Os Jogos de Paris, apesar de todo o glamour, foram palco de uma matança singular na história olímpica: o tiro ao pombo, que consistia em premiar quem matasse o maior número possível de pássaros. Esta foi a primeira - e única - vez que animais foram mortos propositalmente em Olimpíadas. Não à toa, a modalidade foi descontinuada depois de 1900
Foto: Getty Images
A Olimpíada de Paris 1900, aliás, foi palco de outra disputa insólita: a escalada de corda, que, na verdade, fazia parte da competição de ginástica. A prova consistia em 16 exercícios, sendo alguns "comuns" na ginástica artística atual (solo e barras paralelas) e outras como o salto com vara, levantamento de peso e a própria escalada de corda
Foto: Getty Images
O kabaddi é um esporte bastante popular em países como Índia e Bangladesh, que entrou no cronograma olímpico de Berlim 1936 como exibição. Resumindo, a regra desta modalidade consiste em dois times, que se postam cada um em um lado de uma quadra. O time que estiver atacando envia um jogador ao território rival para tentar pontuar derrubando os adversários. Depois, o atleta tem que voltar ao seu campo cantando "kabaddi" e segurando a respiração
Foto: AP
Atualmente, quando se ouve falar de halterofilismo como esporte olímpico, imagina-se fortões erguendo pesadíssimos halteres. Mas no passado, nos Jogos Olímpicos de 1896 e 1904, houve também a disputa do levantamento de peso com uma mão, na qual o atleta realizava seis tentativas (três com cada braço). O melhor resultado com cada mão era somado e vencia aquele que obtinha a pontuação mais alta
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Um dos esportes mais belos plasticamente falando, o nado sincronizado consiste atualmente nas disputas do dueto e de equipes. Contudo, uma modalidade insólita já fez parte de três programas olímpicos (1984, 1988 e 1992): o nado sincronizado individual. É difícil imaginar como era feita a avaliação da sincronia da apresentação, visto que as atletas competiam sozinhas
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Uma competição bastante animada foi realizada nos Jogos Olímpicos de Paris, em 1900: a natação com obstáculos, na qual os competidores deveriam nadar no Rio Sena passando por entre barcos ou até mesmo sob eles
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Até mesmo um esporte com aviões já integrou um cronograma olímpico na história: o planadorismo, demonstração nos Jogos de Berlim em 1936. A modalidade, aliás, estava planejada para fazer parte do programa oficial quatro anos depois, mas acabou descontinuada com o cancelamento da Olimpíada de 1940 por conta da Segunda Guerra Mundial
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As primeiras edições olímpicas contavam com uma série de esportes semelhantes aos atuais, mas que proibiam os atletas de tomarem impulso: eles deveriam iniciar os movimentos com os dois pés no chão. Assim eram disputados o salto em altura em pé, o salto em distância em pé e o salto triplo em pé. O americano Ray Ewry foi referência nessas modalidades, conquistando nove medalhas de ouro entre 1900 e 1908
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Uma modalidade hoje em dia não-olímpica, mas bastante comum de se ver em piscinas de clubes e prédios, foi disputada nos Jogos de Paris, em 1900: o nado submerso, no qual o atleta era proibido de subir à superfície para respirar. Naquela época, sem câmeras submersas, esse tipo de competição tinha pouco apelo junto aos fãs, que mal podiam ver as apresentações