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Lutas Olímpicas

Guilheiro evita "auge" e viaja a Paris em busca de "poder de improviso"

25 jan 2012 - 16h23
(atualizado às 16h44)
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Danilo Vital
Direto de São Paulo

Leandro Guilheiro é o judoca brasileiro com mais pontos no ranking mundial, está classificado antecipadamente à Olimpíada de Londres, é a maior esperança de medalhas entre os homens e pode se tornar o número 1 do mundo sem sequer competir nos próximos meses. E, no entanto, não está no auge. Em grande fase, ele viaja a Paris com a Seleção Brasileira nos próximos dias para período de treinamento tentando ganhar mais "poder de improviso".

Após treino no complexo do Ibirapuera na manhã desta quarta-feira, Guilheiro se mostrou incomodado com o termo "auge". Pelo seu raciocínio, significa que não poderia ir além disso após a Olimpíada. "Estatisticamente, estou melhor do que em qualquer outra fase da minha carreira", ressaltou, usando as palavras certas. "Mas pode ser que eu lute o melhor judô da minha vida e fique sem medalha. Acontece.". Para evitar isso, prometeu empenho máximo. O próximo passo é o período de treinos em Paris.

A Seleção Brasileira de judô vai à capital francesa para disputar o Grand Slam, competição importante do circuito, mas que Guilheiro abriu mão de participar. Em condição confortável, ele vai apenas para observar os adversários, ser um "espião da própria categoria", como definiu o coordenador técnico Ney Wilson. Dependendo do resultado do sul-coreano Jae-Bum Kim, pode pular da segunda colocação para a liderança do ranking mundial, que valoriza os pontos disputados recentes e desvaloriza os antigos com o passar do tempo.

Ney Wilson vê o judoca pronto para lidar com qualquer tipo de pressão e responsabilidade que o posto de melhor do mundo possa trazer nos meses antes da Olimpíada. Guilheiro, por sua vez, diz que não liga: "minha ideia sempre foi me classificar o quanto antes e com a maior folga possível para ter tempo de focar os treinos. Ser líder não muda nada, isso não vai me tirar qualquer condição para os Jogos, então tanto faz". Após o evento, o grupo todo fará treinamento de campo em Paris.

Assim, Leandro Guilheiro espera melhorar a preparação e descarta focar os principais adversários que serão observados no Grand Slam de Paris - especialmente Kim, para quem já perdeu três vezes, todas no Golden Score. "Prefiro estudar reações com que eu possa me deparar durante a luta, procurar evoluir. Aí, quando eu lutar contra o cara, para o que ele me apresentar eu resolvo na hora, tenho poder de improviso", explicou. Paris, portanto, é o local certo para buscar essas características.

"É o lugar onde a maioria das equipes fica para treinar depois da competição, então vou poder lutar com caras do mundo todo, mais leves e mais pesados. Durante os treinos, certamente vou me deparar com algumas dificuldades, e é com esses problemas que vão se apresentando que você vai tentando chegar a uma solução. É aí que a gente evolui", complementou Guilheiro, que não está no auge, mas que, em grande fase, tenta ficar ainda melhor para a Olimpíada de Londres.

Londres 2012 no Terra

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Leandro Guilheiro pode ser o melhor do mundo mesmo sem lutar, por conta do sistema de cálculo do ranking
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Foto: Luiz Pires/Vipcomm / Divulgação
Fonte: Terra
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