Diretor britânico teme que Tom Daley vire "nova Kournikova"
24 fev2012 - 12h35
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Diretor de performance da seleção britânica de saltos ornamentais, o russo Alexei Evangulov deu sequência à sua campanha de conscientização do jovem astro Tom Dailey, que às vésperas dos Jogos Olímpicos de Londres tem mostrado desempenho ruim e falta de foco - segundo ele, devido aos compromissos midiáticos. Nesta sexta-feira, Evangulov disse que teme que o atleta se torne uma "nova Kournikova".
Assim como Daley, Kournikova surgiu como jovem promessa do tênis e, por sua intensa beleza, rapidamente ganhou muito espaço na mídia, mas nunca chegou a se destacar em quadra por período consistente. Ao jornal Daily Mail, Alexei Evangulov ressaltou que a atleta continua aparecendo em sites de celebridades, mas se mantém aquém do que seu potencial jamais indicou. E com Daley pode ocorrer o mesmo.
Nas últimas semanas, o diretor de performance cobrou o atleta a reduzir os compromissos midiáticos e afirmou que ele "não é mais um menininho". Tom Daley disputou os Jogos Olímpcios de Pequim aos 14 anos, se sagrou o mais jovem campeão mundial com a mesma idade e, antes ainda, aos 10 anos, conquistou o título britânico sub-18 dos saltos ornamentais. Ultimamente, sequer tem chegado ao pódio das competições.
Segundo disse Evangulov, Daley é atualmente o quinto melhor do mundo na modalidade - eclipsado principalmente pelo chinês Qiu Bo, de apenas 18 anos, campeão mundial e favorito ao ouro em Londres. Se o britânico abandonar os compromissos de mídia, pode chegar ao terceiro lugar em um curto espaço de tempo. O atleta, por sua vez, sustenta que tem se dedicado o máximo possível.
Londres 2012 no Terra
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.
Com modelo de formação de atletas complexo e rigoroso, a China chega aos Jogos Olímpicos de Londres com uma das melhores equipes de saltos ornamentais de todos os tempos, e assim como aconteceu no Mundial do ano passado, pode frustrar os britânicos e ficar com todos os ouros na modalidade
Foto: Getty Images
O bem-sucedido processo de formação de atletas da China teve início em 2001, quando Pequim foi escolhida cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2008, e foi implementado o programa "Orgulho Vitorioso na Olimpíada"
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Desde o início do programa, estima-se que 3 mil escolas foram construídas pelo governo chinês. Todas funcionam também como centro de formação de atletas, e cada uma é especializada em um tipo de modalidade esportiva
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O processo de formação do atleta é quase clínico. Crianças de até seis anos são testadas para checar seu tamanho, físico, nível e tipo de habilidade, como parte da estratégia de identificação de talentos
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As crianças e os jovens são monitorados conforme se desenvolvem e os melhores mudam para escolas estaduais, regionais e nacionais
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O sistema de educação e formação de atletas da China causa a separação das crianças de seus pais por longos períodos, mas devido à situação socioeconômica do país, a maioria das famílias aceita bem esta situação, até porque a educação é gratuita e inclui alimentação e moradia
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A moradia das crianças faz parte do programa de formação de atletas da China. Elas têm seus dormitórios dentro das escolas ou centros de treinamento
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Crianças se alimentam em uma das 3 mil escolas do país que fazem parte do programa de desenvolvimento esportivo
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Todas as escolas e centros de treinamento são decorados com gigantescas bandeiras chinesas, para lembrar que os pupilos são propriedade nacional
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Apesar da rigorosidade do processo de formação de atletas, não há abusos de autoridade, segundo Steve Rouch, que, como chefe de desenvolvimento esportivo do Comitê Olímpico dos EUA, visitou a China mais de 20 vezes em missões de observação
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A chinesa Guo Jingjing, 29 anos, que tem quatro ouros olímpicos e 17 títulos mundiais no currículo, se aposentou dos saltos ornamentais no ano passado e afirmou que não quer se tornar técnica. "Sou uma pessoa de coração mole e não sirvo para isso. Você tem que ser rigoroso com jovens atletas durante os treinamentos e as competições, e eu temo não conseguir fazer isso"
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Outro "produto" do modelo chinês é Qui Bo, 19 anos, que conseguiu 25 notas 10,0 e dois ouros na fantástica campanha chinesa no Campeonato Mundial do ano passado, em Xangai, onde o país venceu todas as dez categorias disputadas
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Qui Bo é cotado como um dos favoritos às medalhas de ouro nos saltos ornamentais dos Jogos olímpicos de 2012, e deve atrapalhar os planos do jovem Tom Daley, grande esperança britânica na modalidade