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Jogos Olímpicos - 2012

Conheça 7 segredos da parceria vitoriosa de Scheidt e Prada

3 mar 2012 - 13h48
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Danilo Vital
Direto de São Paulo

Às vésperas dos Jogos Olímpicos de Londres e em pleno Carnaval, Robert Scheidt e Bruno Prada alcançaram mais uma expressiva marca ao conquistar o Campeonato Paulista da classe Star: juntos desde 2005, eles já somam 50 títulos. Estão invictos desde maio de 2011, período no qual triunfaram no evento-teste para os Jogos de 2012 e no Mundial de Perth, na Austrália. O sucesso desta relação tem alguns segredos.

Em conversa com a imprensa nesta semana, Bruno Prada riu ao ouvir comparação entre a parceria e um casamento. E então explicou que o projeto dos dois velejadores só funciona por conta de alguns fatores. Foi duro para ambos mudar de classe em 2005 e aceitar o desafio de competir na Star, que tem barco extremamente técnico e reúne os melhores velejadores do mundo.

Scheidt diz que foram necessários dois anos para que a parceria engrenasse, mas mesmo nos Jogos de Pequim, em 2008, quando conquistaram a prata, ainda não estavam em plena sintonia. "A gente tinha muita vontade, mas pouco conhecimento do barco. Éramos um cara da Laser e um da Finn tentando velejar na Star", relembrou Prada. Nesse ponto de vista, os dois evoluíram muito nos últimos quatro anos.

Além de alcançarem absoluto domínio técnico, com direito a desenvolvimento de peças para a embarcação, também adquiriram uma sintonia fina que resiste a meses de treinamento, proximidade, ao estresse das competições e outras dificuldades que qualquer relação de longo prazo encontra. A reportagem do Terra identificou sete segredos para o sucesso de Robert Scheidt e Bruno Prada; confira.

Hierarquia - o dono da palavra final

A definição da estratégia antes da prova e as decisões tomadas durante uma regata são primordiais para o resultado na vela. Portanto, é comum que Scheidt e Prada entrem em atrito por uma ou outra opção em vista. "A decisão final é sempre dele", apontou Bruno Prada. "Foi uma coisa que definimos desde o princípio", explicou. Mais experiente, é Scheidt quem fica com a responsabilidade de definir os rumos da dupla.

Afastamento - relação profissional

Scheidt e Prada se conhecem desde crianças, aos 8 ou 9 anos, e chegaram a competir juntos na classe Optimist, espécie de categoria de base da vela. Desde que passaram a treinar juntos, desenvolveram algumas regras para evitar atritos desnecessários. Eles nunca dividem quarto durante as viagens, e evitam até almoçar juntos. "A nossa fórmula de trabalho acaba sendo profissional mesmo. A gente trabalha e depois vai cada um para o seu lado", explicou Prada.

Liberdade - relação sem ciúmes

Robert Scheidt e Bruno Prada não detêm exclusividade um sobre o outro. Portanto, são livres para fazer competições com outros parceiros até mesmo na classe Star. "A gente não tem ciúme um do outro", disse Prada. Nada do que fazem separados, no entanto, compromete os planos principais - no caso, o sucesso no ciclo olímpico para chegar a Londres com chance de medalha.

Foco e entrosamento durante as competições

"Apesar de falar muito em Terra, o Bruno é bem quieto no barco, e isso ajuda muito", disse Scheidt, aos risos. O velejador usou o exemplo bem humorado para mostrar o foco e o entrosamento da dupla durante as provas. "Um bom proeiro tem que manter o timoneiro focado nas suas funções. Com o Bruno, eu é que peço alguma informação e ele diz. Já velejei com proeiros que ficavam me abastecendo o tempo todo, falando muito, e isso acaba complicando um pouco", complementou.

Trabalho sob pressão

Com quatro medalhas olímpicas no currículo, Robert Scheidt está mais do que acostumado a competir com o peso do favoritismo, algo que chega a Bruno Prada pelo retrospecto recente da dupla. Isso, no entanto, acaba sendo um dos trunfos de ambos. "Acho que nós rendemos melhor quando trabalhamos sob pressão, porque é uma coisa que te empurra, te ajuda. O que não pode acontecer é ela te colocar para baixo. Principalmente em grandes competições, nós conseguimos usar isso a nosso favor. Ou os outros não conseguem lidar com isso tão bem como nós", afirmou Prada.

Evolução técnica

"O barco da classe Star é extremamente técnico. Se você altera um mastro em um centímetro, por exemplo, ele pode ir de muito bem para muito mal", exemplificou Scheidt. Por isso, a dupla investe muito na pesquisa e desenvolvimento de materiais. Para Londres, estudam adotar barco diferente e buscam velas mais resistentes. "A busca tem que ser incansável. Se você achar que já tem o equipamento perfeito, acaba perdendo", disse Prada.

Insistência e sorte

A sorte faz parte da vida de grandes campeões, mas para Scheidt e Prada ela só surge de vez em quando porque eles permitem que isso aconteça com muita insistência. Foi assim com a medalha de prata em Pequim. "Onde qualquer outro velejador jogaria a toalha, nós continuamos acreditando", exaltou Scheidt. "Começamos mal e estávamos em oitavo até o final. Aí teve um dia com três regatas, ficamos em terceiro nas três e passamos para a medal race". Então, contaram com combinação de resultado: os concorrentes suecos ficaram na última posição. Eles chegaram em terceiro e garantiram a prata que antes parecia impossível.

Londres 2012 no Terra

O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.

Prada e Scheidt têm um sistema para manter relação boa
Prada e Scheidt têm um sistema para manter relação boa
Foto: Local / Divulgação
Fonte: Terra
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