Atirador israelense arrecada verba na internet por sonho olímpico
Por mais de sete horas por dia, Sergey Richter olha por uma mira e repetidamente atira em alvos a longa distância. Ele também está mirando algo muito mais difícil: como levantar dinheiro suficiente para competir nos Jogos Olímpicos de Londres. Richards está entre os melhores atiradores do mundo e é uma das maiores esperanças de medalha de Israel em Londres. Mas sem o suficiente apoio do governo, o atleta de 22 anos foi forçado a buscar na internet a verba necessária.
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Sua condição é típica de competidores que enfrentam problemas no mundo todo em uma ampla gama de esportes sem alcance. Os problemas são ainda mais profundos em Isreal, um país obcecado por segurança com prioridade muito baixa quanto aos esportes. "Eu quero chegar a uma situação na qual eu possa ir a Londres e dizer a mim mesmo que dei o máximo, e não que poderia ter feito melhor", disse Richter, após uma sessão de tiros em um centro de treinamento ao norte de Tel Aviv.
Ele disse que compreende os problemas financeiros enfrentados pelo Comitê Olímpico Israelense. "Eu não os culpo. Nós não somos os Estados Unidos ou a Rússia", afirmou. "(Mas) eu quero estar no nível dos melhores atletas do mundo e quero paz e segurança financeira enquanto me preparo para ir à Olimpíada."
Há dois meses, Richter criou um site oferecendo camisetas, medalhas e lições de tiro particulares por dinheiro. A medida conseguiu 150 doadores, que deram ao israelense US$ 13.500 (cerca de R$ 25 mil) necessários para treinar até a Olimpíada, em julho. Ele não é o primeiro atleta a usar essa estratégia: o corredor britânico James Ellington usou o site de vendas eBay para arrecadar mais de US$ 50 mil (R$ 90 mil) em patrocínios.
Porém, o desafio do israelita é bem maior do que o de Ellington - o tiro esportivo tem menor valor comercial e sua conotação militar é desanimadora para alguns potenciais patrocinadores. "Não há muita exposição em campo. É muito difícil compreender o que estamos fazendo", disse. "Muita gente diz que a conotação de uma arma é nociva para sua empresa. Eu acho que vivemos em um país onde as pessoas têm medo da palavra 'arma'."
Ironicamente, o melhor atirador israelense não serve em funções de combate militar. Ritcher foi classificado como "atleta excepcional" pelos militares e, como um pequeno número de atletas de elite, ganhou isenção do serviço obrigatório para que pudesse se dedicar aos treinamentos. Seu técnico acha que isso é um erro.
Guy Starik diz que os atiradores do exército poderiam se beneficiar de treinamento profissional, e os atletas olímpicos poderiam aproveitar as melhores condições - como as dadas aos seus colegas americanos na unidade de Fort Benning. "A maior parte dos atiradores americanos é de oficiais do exército, sendo pagos como oficiais, e seu trabalho é treinar e atirar. Eles também ajudam como instrutores do exército americano, e eu acho que nossos atiradores podem ajudar muito o exército israelita", disse Starik.
"Sergey é um dos 10 melhores atiradores do mundo, e na sua idade ele é o melhor agora", disse Starik, que disputou quatro edições de Jogos Olímpicos. "Sergey tem um sonho e está fazendo o possível para que se torne realidade... Eu estava treinamento por meio dia, e trabalhando por meio dia, mas espero que Sergey possa treinar duas vezes por dia como seus adversários fazem no mundo todo."
Graças à iniciativa colocada na internet, e particularmente a um grande patrocínio dado pela empresa de alta tecnologia Cellact, Richter agora pode fazer isso. Ele não precisa mais trabalhar em um escritório ou fazer "bicos", e consegue se manter e se dedicar inteiramente ao treinamento para entrar em forma.
Londres 2012 no Terra
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.
