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Ginástica

Cavaleiro e acolhedor: conheça o paizão inglês da ginástica brasileira

14 jul 2012 - 21h34
(atualizado em 15/7/2012 às 12h52)
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Emanuel Colombari
Direto de Ipswich

Ethiene de Franco e Harumy de Freitas foram cortadas nesta sexta-feira da equipe brasileira que disputará a ginástica artística na Olimpíada de Londres e devem ficar com as cinco convocadas apenas até o dia 25 de julho. Mesmo assim, o consolo para a dupla estará mais próximo do que se imagina: em Ipswich, a 150 km de Londres, onde as ginastas do Brasil treinam para a competição. E o "paizão" que acolherá as duas é um inglês.

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Andy Wood, 51 anos, é o responsável pelo Centro de Ginástica de Ipswich, local escolhido pela Confederação Brasileira de Ginástica para os treinos das sete pré-convocadas antes dos Jogos Olímpicos de 2012. Andy se tornou uma espécie de anfitrião das brasileiras em todos os eventos da modalidade na Inglaterra desde 2007. Velho conhecido de Daiane dos Santos, Daniele Hypólito e companhia, ele tem um envolvimento de mais de três décadas com a modalidade - mais exatamente, desde que tinha 17 anos.

"Fui da seleção nacional Sub-18, mas me machuquei e tive que parar. Na faculdade, meus amigos eram atletas e passei a treiná-los para conseguir algum dinheiro", explicou Wood ao Terra durante os treinos das brasileiras no ginásio de Ipswich, contando como começou o bom relacionamento da cidade com as ginastas do Brasil.

"Em 2007, a Grã-Bretanha teve uma competição contra o Brasil aqui. O Brasil fez uma semana de preparação aqui (em Ipswich). Depois, em 2009, enviamos cartas-convite para que diversas federações treinassem aqui, e o Brasil aceitou", disse. "Acho que damos sorte".

Entre as atletas mais experientes do Brasil, Andy Wood aponta relacionamento mais antigo com nomes como Daniele Hypólito, Daiane dos Santos e Laís Souza. Foi dele a ideia de receber a equipe brasileira em uma limusine cor-de-rosa na última quarta-feira, em Londres. Diante do aval da chefia da delegação e da cessão de dois veículos por parte de um amigo (uma limusine branca apanhou os técnicos no Aeroporto de Heathrow), Wood acolheu a equipe com estilo.

"Treinei ginastas, inclusive em Mundiais e em uma Universíade, na Coreia (do Sul, em 2003, na cidade de Daegu). Quando chegamos lá, fomos recebidos de limusine. Foi muito especial. Eu queria que a Olimpíada fosse especial para as brasileiras, pois o Brasil é nosso amigo", disse.

Não bastasse o bom relacionamento com a ginástica brasileira, Andy Wood ainda é nome importante em Ipswich e na modalidade entre os ingleses. Graças a iniciativas comunitárias envolvendo a ginástica, ele recebeu uma das mais altas honrarias concedidas a civis pelo Império Britânico: tornou-se cavaleiro da rainha, um título simbólico a cidadãos que prestam serviços relevantes ao Reino Unido. Também foi convidado a ser um dos carregadores da tocha olímpica pelas ruas do município.

"Fiz projetos em 2006 para a inclusão de 50 mil jovens na ginástica em quatro anos. Tornei-me MBE em 2006, conheci a rainha. Pelo projeto, fui indicado", conta Andy, que levou a tocha para o treino das atletas - segundo ele, praticamente toda a delegação do Brasil fez registros com o item. "Tiramos fotos de cada atleta com a tocha. Até os técnicos tiraram", contou ele, mostrando as imagens em seu telefone celular.

Acolhedor, carregador de tocha olímpica, técnico de ginástica, condecorado... Ninguém duvida de que Andy Wood virou o paizão das ginastas brasileiras em Inglaterra, e as próprias atletas destacaram o papel importante que o ex-atleta teve na preparação do local de treinos. "Toda vez que a gente vem para cá, ele tenta fazer o melhor para a gente", comentou Daiane dos Santos", diz Daiane. "O Andy faz de tudo para que a gente se sinta em casa", concordou Daniele.

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Fonte: Terra
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