Mergulhador mexicano passa de criança hiperativa a favorito ao pódio
- César Juárez Caudillo
- Direto de Londres
Na infância, as crianças buscam idolatrar atletas. Por isso não é estranho que os pequenos queiram ser um jogador de futebol, como Neymar, ou um jogador de basquete, como Kobe Bryant. Ou seja, brilhar em esportes bastante populares e que sejam fáceis de praticar. Contudo, quando alguma criança elege saltos ornamentais, sempre aparece uma dúvida do motivo da escolha de tal modalidade.
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O caso de Iván García, mexicano que participará dos saltos ornamentais, é muito peculiar e paradoxalmente comum. Como ele mesmo conta ao Terra, sua hiperatividade de criança obrigou seus pais, como os de muitos outros, a dar conselhos de buscar um esporte "para cansá-lo". Atualmente, este esporte o tem nos Jogos Olímpicos de Londres em busca de uma medalha.
"Comecei nos saltos porque era uma criança muito inquieta, tinha muitos problemas na escola e decidiram me colocar para praticar um esporte para me cansar. E sim, o mergulho é o que me mantém vivo, quando não o faço é raro", assegura o jovem de 19 anos, nascido em Guadalajara, no México.
Seu olhar parece se centrar na recordação de quando tinha 7 anos, quando seu sonho era chutar uma bola, mas sua atenção ficou direcionada aos meninos que se lançavam do trampolim e da plataforma. Sem dúvida, algo muito tentator para alguém como Iván.
"Sim, queria futebol, mas não me colocaram para jogar, então fui para a natação. Mas primeiro vi a piscina de saltos, vi como estavam se jogando, como se lançavam. Logo fui e olhei a natação, mas não gostei porque me irritou e preferi a adrenalina, tinha 7 anos", recorda.
Mesmo que hoje afirme que o mergulho é a sua vida e está em Londres com a intenção de triunfar, reconhece que naqueles anos usava o esporte para manter seus país tranquilos, mas com o passar do tempo surgiu o amor pela modalidade.
"Praticava para dar um pouco de alegria para meus pais, mas com o passar do tempo e das competições fui querendo este esporte. Os mergulhos são a minha vida, me trouxeram até aqui e agora quero ganhar", afirma.
Londres 2012 é sua primeira competição olímpica e, ainda que seja jovem, reconhece que esta característica o ajuda, como para a maioria de seus rivais, a executar saltos de maior dificuldade. Além disso, seu nível foi incrementado pelas disputas que já teve.
"São os meus primeiros Jogos Olímpicos. Sou jovem em comparação a outros esportistas, mas esta geração de mergulhadores, não só do México, mas também do mundo todo, é de mais jovens. Isso porque temos a facilidade de fazer mergulhos mais complicados. Sinto que mesmo com a minha pouca idade tive várias competições que me dão nível e que me dão a oportunidade de competir aqui", explica.
Hoje em dia, Iván confessa que segue sendo um pouco travesso, mas seus desejos por conseguir uma medalha lhe dão a serenidade para decidir, inclusive, não participar da cerimônia de abertura para não se desgastar fisicamente e estar pronto para sua estreia, em 30 de julho.
"A verdade é que não creio que poderei comparecer (à abertura) porque é no dia 27 e eu compito no dia 30. Prefiro descansar. Gostaria d ir, é verdade, mas sinto que venho para competir e tentar a medalha, não venho para desfrutar da abertura. Prefiro chegar a Guadalajara com uma medalha do que chegar dizendo 'fui à abertura, mas não fui bem na competição", conclui García, confirmando assim que os saltos ornamentais cumpriram seu papel e o de seus pais.
O Terra, maior empresa de internet da América Latina, transmitirá ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos Olímpicos de Londres, de 25 de julho e 12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a dia dos atletas, a cobertura conta com textos, vídeos, fotos, debates, participação do internauta e repercussão nas redes sociais.
