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Ginástica

"Cabeça forte", Zanetti comemora ouro após 15 anos de treinamentos

6 ago 2012 - 22h26
(atualizado às 23h25)
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Marina Novaes
Direto de Londres

Aos 22 anos e em sua primeira Olimpíada, o paulista Arthur Zanetti, de São Caetano do Sul, conquistou uma medalha de ouro inédita para a ginástica artística brasileira e entrou para a história do esporte nacional. Mas a trajetória do atleta, até então desconhecido entre a maioria dos brasileiros, começou muitos anos antes da competição que coroaria sua carreira, ainda em 1997, quando foi "descoberto" por um professor de educação física, que aconselhou sua família a incentivá-lo a adotar o modalidade, aos 7 anos de idade.

Atleta brasileiro levou o primeiro ouro do País na ginástica em Jogos Olímpicos
Atleta brasileiro levou o primeiro ouro do País na ginástica em Jogos Olímpicos
Foto: Bruno Santos / Terra

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Do encontro com a ginástica à vitória olímpica foram 15 anos de trabalho, que incluíram acompanhamento com fisioterapeuta e nutricionista, além de treinamentos diários com o técnico Marcos Goto, com quem trabalha desde 1999, e sessões semanais de terapia com a psicóloga Maria Cristina Nunes Miguel, que o ajudaram a deixar com a "cabeça forte" para competir - o que disse ter sido seu diferencial para vencer.

"É a cabeça o que faz a diferença entre o campeão dos outros colocados, porque na hora seu corpo já está trabalhado para os movimentos. É a cabeça que tem que estar boa", disse o novo campeão olímpico, já com a medalha nas mãos.

De fato, desde que botou os pés em Londres, Zanetti falava com uma calma e serenidade surpreendente para sua idade. De acordo com a psicóloga, era feito um trabalho específico para que ele visualizasse a vitória em cada uma das competições em que participava, etapa por etapa, sendo que a medalha era apenas o objetivo final.

Foi a "mente forte" também o que o ajudou a superar as lesões e as cirurgias que perseguem grande parte dos atletas de alto nível - o jovem sofreu duas contusões em 2003 (uma no punho direito), mais uma contusão, desta vez no ombro direito, em 2005, e outra mais séria, em 2010, quando teve de se submeter a uma cirurgia no mesmo ombro, o que afastou dos treinamentos por quatro meses.

Ao se tornar campeão, o ginasta não esqueceu o apoio que teve até então e, ao descer do pódio, lembrou da equipe que o ajudou, a quem fez questão de citar em todas as entrevistas. "É uma sensação enorme de dever cumprido. É um trabalho de longos anos, e não é só meu, que deram resultado agora", disse o medalhista, ao deixar a arena onde competiu.

Além do suporte profissional, Zanetti teve grande apoio da família, que sempre o incentivou a investir no esporte - e que viajou de São Paulo a Londres para assisti-lo competir, na esperança de vê-lo vencer. Para possibilitar que o filho conseguisse treinar em equipamentos bons, sem gastar o que não podia, o pai dele, o serralheiro Archimedes, fabricava - e ainda fabrica - as argolas e outros produtos usados no treino, os quais Zanetti faz questão de considerar melhores que os equipamentos importados.

"As pessoas falam que é caro investir nos atletas, mas não custa tanto. E o que custa compensa, a gente tem que é pensar em saídas pra incentivar nossos atletas", disse o pai de Zanetti, emocionado ao lembrar da história do filho, coroado com uma medalha de ouro.

Apenas uma pessoa ficou fora da caravana: a avó Neide, 74 anos, que o levava diariamente para os treinos. "Ele fazia manha pra ir, a minha mãe (a avó dele) levava ele a pé todo dia para treinar, às vezes carregava ele no colo, ou convencia ele a ir em troca de uma bomba de chocolate. Ela deve ter chorado muito hoje", contou Roseane, mãe de Zanetti, também emocionada. Dona Neide não pôde viajar a Londres, mas não foi esquecida nos agradecimentos do ginasta. "Vó, te amo muito, um beijo pra você", afirmou.

Mas embora seja de longe sua conquista mais famosa, essa não foi a primeira vitória de Zanetti. Em 2011, ele se tornou vice-campeão mundial nas argolas, em competição em Tóquio, mesmo ano em que conquistou uma medalha de ouro (equipe) e outra de prata (argolas individual) nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Consolidado como "revelação" da ginástica, o atleta agora espera abrir portas para outros ginastas e, com isso, conseguir classificar a Seleção Brasileira de ginástica artística masculina na Olimpíada de 2016.

"É a primeira medalha do Brasil na ginástica. E eu estou bem satisfeito mesmo, espero que isso abra portas não só pra mim, mas pra toda a ginástica, de todos os Estados e de cidades brasileiras", completou.

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Fonte: Terra
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