Larissa e Juliana comemoram "bronze de ouro" com dança e invasão
- Marina Novaes
- Direto de Londres
De virada, as jogadoras brasileiras de vôlei de praia, Juliana e Larissa, derrotaram as adversárias chinesas Xi Zhang e Chen Xue, em um confronto emocionante nesta quarta-feira, no Horse Guards Parade, e conquistaram a medalha olímpica de bronze para o Brasil. Na comemoração, as jogadoras extravasaram a frustração do dia anterior, quando foram derrotadas pela dupla americana Kessy e Ross, escalaram a arquibancada para abraçar colegas da delegação, e Juliana ainda dançou com os cheerleaders que animam os jogos no intervalo.
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"Eu dancei porque a nossa alegria é uma coisa que eu tenho dentro de mim. A Larissa diz que se eu não fosse jogadora eu seria palhaça. Essa forma eu tenho sempre assim bacana de extravazar. Estou muito feliz, nós demos nosso melhor", disse Juliana, explicando a dancinha na areia com a bandeira do bandeira do País nas mãos.
Após um primeiro set sofrível, em que as brasileiras perderam por 10 pontos de diferença (21 a 11), a situação parecia irreversível, mas Larissa e Juliana conseguiram equilibrar o jogo e viraram o placar no set seguinte, fechando por 21 a 19. Questionadas sobre o "apagão" nos primeiros 15 minutos de jogo, as atletas admitiram que estavam nervosas e que a decepção com o resultado da partida anterior influenciou o início da partida e quase as fez perder o confronto.
"A gente estava com uma ressaca de ontem. Ontem foi um baque muito grande, não porque a gente não chegou na final propriamente, mas porque a gente estava com o jogo ganho, pra ganhar de 2 a 0, e de repente a gente perdeu o jogo pelas nossas mãos. Então foi muito sofrido, a gente sofreu muito, e hoje não começou tão bem. Mas a gente conseguiu mostrar que Larissa e Juliana é isso. A gente conseguiu reverter placar, não desiste nunca, e hoje foi mais um dia desses. No segundo set, Deus iluminou a minha mão, a mão dela, eu fiz ponto de saque, ela bloqueou, e a aí a gente virou. E quando a gente virou eu falei: 'agora é nosso, agora a gente não pode perder de jeito nenhum'", contou Larissa.
No intervalo, as duas conversaram e decidiam "acordar" - até as jogadoras admitiram que o jogo só começou, de fato, no segundo set, quando melhoraram a atitude e decidiram que não poderiam deixar a arena sem uma medalha. No tie-break, elas superaram as rivais por 15 a 12 e saíram, literalmente, para o "abraço".
Após a vitória, Juliana surpreendeu a companheira, saiu correndo e escalou a arquibancada para abraçar o namorado, que é fisioterapeuta da dupla. Diante da reação inesperada da amiga, Larissa também pulou e se uniu aos integrantes da delegação, que a colocaram sobre os ombros e a jogavam pra cima - sendo ovacionadas pela torcida brasileira, que dominava o local. De volta à areia, Juliana se uniu aos cheerleaders que dançavam e arriscou uns passinhos, arrancando mais aplausos entusiasmados dos torcedores.
"A gente conseguiu reverter um placar que parecia impossível. Muita gente desacreditava, mas eu nunca desacreditei. Agora vou extravasar descansando com a minha família, é isso o que eu quero", disse Juliana, que saiu aos berros comemorando a virada no segundo set, provocando gargalhadas da companheira.
Essa foi a primeira Olimpíada de Larissa e Juliana como dupla, embora as duas joguem juntas desde 2004. Em 2008, elas chegaram a se classificar para a Olimpíada de Pequim, mas uma lesão impediu que Juliana participasse. Sem a parceira, Larissa disputou a competição com Ana Paula, mas as atletas não conseguiram avançar para a final e terminaram na 5ª colocação.
"Acho que isso coroa uma história bacana. Independente da cor da medalha, quem estava aqui hoje, quem viu pela TV, sabe que a gente lutou. Essa representatividade com essa medalha mostra a nossa dignidade", completou Juliana. "Essa medalha veio para coroar a nossa história, esse momento com chave de ouro. Foi um bronze, mas tem gosto de ouro", concordou Larissa.
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