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Jogos Olímpicos - 2012

Ingleses citam Havelange e Teixeira e constrangem Comitê Rio 2016

10 ago 2012 - 11h36
(atualizado às 12h47)
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Carolina Capozzi
Cirilo Junior
Marcelo do Ó
Direto de Londres

Era para ser somente uma conferência de imprensa para apresentar o papel do Brasil na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres. Mas para um claro incômodo de integrantes do Comitê Organizador dos Jogos de 2016, os nomes de João Havelange e Ricardo Teixeira protagonizaram a entrevista, constrangendo especialmente Leonardo Gryner, diretor do comitê.

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Durante a entrevista nesta sexta-feira, a imprensa estrangeira questionou de forma veemente o fato de o Estádio Olímpico da próxima Olimpíada, no Rio de Janeiro, levar o nome do ex-presidente da Fifa, João Havelange, acusado de corrupção."Não penso que dar o nome ao estádio seja prejudicial aos Jogos do Rio. Estamos muito orgulhosos por tudo que ele fez. Seja o que tenha feito de errado, foi punido pela Justiça e pagou pelo que fez", afirmou o diretor do Comitê dos Jogos 2016, Leonardo Gryner.

A Fifa confirmou recentemente que Havelange e Ricardo Teixeira receberam propina da ISL, empresa de marketing parceira da entidade, em troca de vantagens no processo de venda dos direitos de transmissão da Copa do Mundo. Em meio ao escândalo, Havelange renunciou ao Comitê Olímpico Internacional (COI), do qual era membro desde 1963, enquanto que seu ex-genro, Teixeira, renunciou à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL).

Ainda falando sobre o Engenhão, cujo nome oficial é Estádio Olímpico João Havelange, Leonardo Gryner salientou que o Comitê Organizador dos Jogos de 2016 não tem o poder de alterar o nome do local, que foi construído para sediar competições durante o Pan-Americano de 2007.

"O Comitê não dá nome aos estádios. Dono do estádio é o município. Não cabe ao comitê alterar nomes", observou. O Engenhão pertence à prefeitura fluminense e está atualmente arrendado ao Botafogo.

O questionamento sobre Havelange e Teixeira começou quando Gryner disse que sentia orgulho dos atletas brasileiros. Foi a senha para um jornalista inglês perguntar a respeito do ex-presidente da CBF.

"Ricardo Teixeira orgulha também?", interrogou o repórter, enquanto que Gryner desconversou: "que eu saiba, Teixeira não foi atleta. Nossos esportistas nos orgulham".

Em seguida, quando o nome de Havelange foi abordado novamente, Gryner ressaltou ter orgulho do que o ex-presidente da Fifa fez pelo esporte. "Não nos incomoda ter estádio com seu nome. É uma lenda do esporte do Brasil".

Não faltou também questionamentos sobre a presença de Pelé na organização da Olimpíada de 2016. A imprensa lembrou o episódio no qual o governo brasileiro interveio e nomeou o ex-jogador de futebol como um dos embaixadores da Copa de 2014. Na ocasião, a nomeação feita pela presidente Dilma Rousseff contrariou Teixeira, então presidente da CBF e do COL.

"Pelé trabalhou conosco na proposta da candidatura e ajudou em muitas ocasiões. Ele esteve conosco no dia da escolha da cidade-sede, e teremos gosto de ter outras vezes no futuro. Amamos Pelé", afirmou Gryner.

Leonardo Gryner sofreu com as perguntas sobre Havelange
Leonardo Gryner sofreu com as perguntas sobre Havelange
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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