PUBLICIDADE

Jogos Olímpicos - 2012

Grã-Bretanha triplica investimento em loterias e vira potência olímpica

10 ago 2012 - 20h58
(atualizado às 21h05)
Compartilhar
Cirilo Junior
Direto de Londres

A Grã-Bretanha começou a disputa da Olimpíada na qual é anfitriã com o objetivo de ficar entre as três primeiras colocadas, junto com chineses e americanos. A um dia do final dos Jogos de Londres, a terceira posição já está consolidada, com a conquista de 56 medalhas (25 de ouro, 15 de prata e 16 de bronze). Trata-se do maior número de medalhas conquistada pela equipe desde os Jogos de 1908.

» Veja as mais belas atletas, torcedoras e cheerleaders de Londres 2012

» Vote na maior decepção brasileira nos Jogos de Londres

» Escolha o esporte e assista aos vídeos da Olimpíada de Londres

» Saiba tudo sobre os medalhistas do Brasil em Londres

» Confira a programação de ao vivo do Terra

» Veja a agenda e resultados dos Jogos de Londres

O desempenho mostra que o aumento do investimento público no esporte é fundamental para se obter resultados. Outro fato ratificado com a ascensão britânica é o investimento no longo prazo. O grande salto de recursos gerados para o esporte foi dado no período de preparação para Pequim, pelo menos oito anos antes de sediarem a Olimpíada em casa.

Depois de Atenas, a Grã-Bretanha ampliou os repasses de um fundo fomentado por dinheiro arrecadado com loterias para programas voltados para a formação e preparação de atletas. Em 2004, os recursos obtidos com o dinheiro das apostas não passava dos 70 milhões de libras (cerca de R$ 220 milhões), segundo informa reportagem do diário inglês The Independent.

Já no período até Pequim esse valor praticamente triplicou, chegando a 235 milhões de libras (R$ 740 milhões). Os resultados foram evidentes. A Grã-Bretanha teve um crescimento de 56% no quadro de medalhas conquistadas, saindo das 30 obtidas em Atenas, para 47 na Olimpíada chinesa.

Em 1996, a Grã-Bretanha tinha patamar semelhante ao que o Brasil tem hoje no quadro de medalhas. Na Olimpíada de Atlanta, a equipe britânica conquistou 15 medalhas, sendo uma de ouro, oito de prata e seis de bronze. Não passou de um 36º lugar no quadro geral. Quatro anos depois, em Sydney, praticamente dobrou o número de conquistas, levando 11 de ouro, dez de prata e sete de bronze, terminando em 10º.

Atenas, em 2004, representou uma estagnação para o time britânico. Naqueles Jogos Olímpicos, o país faturou 30 medalhas (nove de ouro, nove de prata e 12 de bronze). Em Pequim ocorreu novo salto, que levou a equipe a terminar na quarta colocação, com 47 medalhas obtidas, das quais 19 de ouro, 13 de prata e 15 de bronze.

Presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Londres, Sebastian Coe argumenta que o financiamento de recursos e o trabalho a um prazo mais largo são fundamentais. Ele ressaltou que ter apenas uma enxurrada de dinheiro não é o suficiente. A verba tem que ser bem aplicada e direcionada, destaca Coe.

"A partir daí, com os talentos identificados, deve-se dar a melhor estrutura de treinamento possível. Tudo isso com muito planejamento", explica Coe.

Se separados os recursos destinados a cada esporte, fica mais clara a influência do dinheiro no resultado final. No ciclismo, uma das paixões dos ingleses, o talento de atletas como Chris Hoy e Bradley Wiggins foi impulsionado por uma elevação considerável nas verbas direcionadas à modalidade. Em Atenas, foram 8,6 milhões de libras (R$ 27 milhões) e um resultado final de quatro medalhas (duas de ouro, uma de prata e uma de bronze).

Em 2008, com o crescimento de 158% nos recursos do fundo da loteria destinados ao ciclismo, os atletas britânicos conseguiram 14 pódios, sendo oito medalhas de ouro, quatro de prata e duas de bronze. Para 2012, o investimento foi mantido, com recursos do fundo somando 26 milhões de libras (R$ 81 milhões) para o esporte, que fechou sua participação em Londres com 12 medalhas (oito de ouro, duas de prata e duas de bronze).

Há casos em que houve avanços com o dinheiro investido, mas nem tão evidentes assim. A natação, por exemplo, recebeu 6,4 milhões de libras (R$ 20 milhões) no período até Atenas, e nos quatro anos seguintes teve verba 223% maior, chegando a 20,7 milhões de libras (R$ 65 milhões). Se em 2004 foram apenas duas medalhas de bronze, os britânicos conseguiram seis medalhas quatro anos depois, das quais duas de ouro, duas de prata e mais duas de bronze.

De Pequim a Londres, os repasses do fundo lotérico aumentaram para 25,1 milhões de libras (R$ 79 milhões), mas os resultados da natação não foram tão bons. Os atletas britânicos não passaram de uma medalha de prata e duas de bronze.

Modalidades como o ciclismo ganharam salto de investimentos e conseguiram desempenho melhor nos Jogos
Modalidades como o ciclismo ganharam salto de investimentos e conseguiram desempenho melhor nos Jogos
Foto: AP
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade