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Lutas

Irmãos Falcão comandam ressurgimento do boxe olímpico brasileiro

13 ago 2012 - 07h28
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Uma família grande da cidade de Jacaraípe, no município de Serra, no Espírito Santo, assiste a dois representantes subiram no pódio no principal evento esportivo do planeta. Mais que isso. O grupo reunido em uma pequena casa, liderado por um senhor de 75 anos apelidado de Touro Moreno, testemunhou acima de tudo o ressurgimento do boxe olímpico nacional. Com Yamaguchi e Esquiva Falcão, o País, enfim, voltou a subir no pódio na nobre arte, encerrando um jejum de 44 anos sem medalhas na modalidade.

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Yamaguchi e Esquiva, filhos do lendário Touro Moreno, lutador de 75 anos que continua na ativa, desembarcaram em Londres com a esperança de uma boa campanha, mas deixam o Reino Unido como grandes nomes da modalidade no País desde Popó, superando até mesmo o companheiro de Seleção Everton Lopes, que, na Olimpíada, acabou eliminado no primeiro combate pelo cubano Roniel Iglesias, campeão posteriormente do peso meio-médio ligeiro (até 64 kg).

A campanha dos irmãos Falcão acabou premiada com duas medalhas. Pela categoria meio-pesado (até 81 kg), Yamaguchi, 24 anos, derrotado na semifinal pelo russo Egor Mekhontcev, deixa Londres com a medalha de bronze, repetindo a campanha de Servilio de Oliveira na Cidade do México, em 1968, até então o único pódio do Brasil no boxe em Jogos Olímpicos. O Seu Touro Moreno, contudo, teria ainda outro motivo para vibrar pela televisão.

Esquiva, por sua vez, foi além dentro da competição. O jovem de apenas 22 anos conseguiu a classificação para a primeira final do Brasil no boxe em toda a história. Na decisão da categoria dos médios (até 75 kg), o pugilista do Espírito Santo encontrou um antigo algoz: o japonês Ryota Murata, responsável pela queda do brasileiro na fase semifinal do Mundial de Baku, em 2011 - posteriormente, o nipônico terminou com o vice-campeonato.

Em uma final tensa e polêmica, Esquiva sofreu com o jogo fechado do adversário. Derrotado no primeiro round, o brasileiro se movimentou mais e encontrou a distância necessária para superar o rival. Contudo, uma punição logo no início do terceiro round mostrou-se decisiva para o resultado final do combate. Os dois pontos concedidos ao oriental fizeram a diferença no placar: vitória por 14 a 13 para Murata e prata (histórica) para o brasileiro.

Além das históricas participações dos membros do clã Falcão, o Brasil pôde comemorar uma medalha inédita também no boxe feminino, que pela primeira vez fez parte dos Jogos Olímpicos. Pupila de Luiz Dórea, treinador reconhecido por ter trabalhado com Popó no auge da carreira do ex-pugilista e por liderar o córner do campeão dos pesos pesados do UFC, Junior "Cigano" dos Santos, Adriana Araújo conquistou o bronze na divisão até 60 kg.

A baiana, dona da 100ª medalha da história do esporte brasileiro em Olimpíada, caiu somente na fase semifinal para a russa Sofya Oochigava, assegurando, assim, o bronze. O ouro na divisão ficou com a queridinha irlandesa Katie Taylor, que promoveu uma das maiores festas populares dos Jogos. Os irlandeses lotaram o Complexo ExCel para comemorar o ouro da pugilista e atacante da seleção do país nas "horas vagas".

Com um bronze e uma prata, filhos de Touro Moreno lideram campanha histórica do boxe brasileiro em Londres
Com um bronze e uma prata, filhos de Touro Moreno lideram campanha histórica do boxe brasileiro em Londres
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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