Em possível adeus, Bernardinho vê "apagão" e sai com derrota amarga
12 ago2012 - 11h25
(atualizado às 12h00)
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Celso Paiva
Leandro Miranda
Direto de Londres
Quem está acostumado a olhar para a quadra e ver um Bernardinho enérgico, dando broncas e fazendo gestos fortes deve ter estranhado ao olhar a postura do treinador nos primeiros dois sets da sua terceira decisão olímpica consecutiva com a Seleção masculina de vôlei. Sem pular, sem berrar com a mesma frequência que dele se vê normalmente, a única característica que permaneceu no comandante do Brasil foi o nervosismo, só que dessa vez contido.
Rangendo os dentes, ele sabia que mesmo com o favoritismo o Brasil precisava mostrar dentro de quadra que era maior que os russos. Bernardinho sabia que sua equipe não poderia deixar escapar mais uma chance como fez em 2008, ao perder para os Estados Unidos na decisão. Perfeccionista, fazia pequenas reclamações principalmente com o meio de rede Lucão nos dois primeiros sets em que o Brasil passeou dentro de quadra.
Até aquele momento, o treinador não tinha nenhum motivo para reclamar. Tirando uma derrota para os algozes de 2008, o Brasil passeou durante a competição. Atropelou a Argentina nas quartas, não tomou conhecimento da Itália na semifinal e ainda fazia um confronto tranquilo para uma final de Olimpíada contra os russos. Quando o terceiro set se encaminhava para uma vitória fácil, veio a tormenta.
A Seleção sofreu um "apagão" no fim da parcial, deixou os russos reagirem e eles cresceram na partida. O lado explosivo do treinador então voltou à tona. Berros, reclamações e batendo as mãos nas pernas a cada erro, ele não poderia acreditar que um título tão próximo estava escapando. Os europeus passaram a sacar forte e a equipe brasileira se perdeu em quadra. O treinador tentou usar as armas que tinha no banco: promoveu a entrada de Giba e Ricardinho, dois mais experientes do time. De nada adiantou e os russos empataram o jogo.
O treinador conversava, buscava através de sua comissão técnica uma solução para não ter que reviver a tristeza de 2008. Porém, veio o tie-break e nele o Brasil se afundou ainda mais na areia movediça que entrou ao longo do confronto. Apática, a Seleção parou no bloqueio russo e tirou de vez Bernardinho do sério.
O nervosismo do técnico tem uma razão incluída neste enredo. Há alguns dias, dentro da Olimpíada, Bernardinho declarou que pode encerrar a sua passagem pela Seleção após Londres. Declarou que ou largará o time da Unilever, projeto que ajudou a fundar no vôlei e que tem contrato, ou deixará o comando do Brasil. Vários fatores devem influenciar nessa decisão: a necessidade de passar mais tempo com a mulher Fernanda Venturini e as filhas, o cansaço de tanto foco e noites mal dormidas por conta da Seleção ou até mesmo por não aguentar mais escutar as críticas por parte da imprensa e torcedores.
Se este é o fim de uma história, Bernardinho tem motivos de sobra para sair chateado. Após disputar uma Liga Mundial muito abaixo da expectativa, o time voava nos Jogos Olímpicos. Chegou na decisão como franco favorito para fazer a dobradinha com o vôlei feminino. A medalha de prata vem com um gosto provavelmente mais amargo que em Pequim. A derrota pode fazer Bernardinho repensar a possível saída.
O torneio olímpico feminino de vôlei terminou neste sábado, com vitória da Seleção Brasileira sobre os Estados Unidos. A partida, reedição da decisão dos Jogos de Pequim (vencida também pelo time nacional), foi o ápice de uma competição recheada de emoções. A seguir, imagens das mulheres do vôlei em Londres. Confira:
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Jaqueline (BRA)
Foto: AFP
Fabi (BRA)
Foto: Reuters
Fabi (BRA)
Foto: Reuters
Adenízia e Thaísa (BRA)
Foto: Getty Images
Seleção dos Estados Unidos
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Destinee Hooker (USA)
Foto: AP
Fabi (BRA)
Foto: AP
Fê Garay (esq.) e Jaqueline (BRA)
Foto: AP
Foluke Akinradewo (esq.) e Destinee Hooker (USA)
Foto: AP
Fê Garay (BRA)
Foto: Getty Images
Thaisa (BRA)
Foto: Reuters
Haeran (KOR)
Foto: AP
Han Song-yi (KOR)
Foto: AP
Jaqueline (BRA)
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Seleção Brasileira
Foto: Reuters
Erika Araki (JAP)
Foto: AP
Saori Sakoda (JAP)
Foto: AP
Jaqueline (BRA)
Foto: Reuters
Seleção Brasileira
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Jaqueline (BRA)
Foto: Getty Images
Paula Pequeno (BRA)
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Seleção Brasileira
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Sheila (BRA)
Foto: AP
Brenda Castilho (DOM)
Foto: AP
Stefana Veljkovic (SRB)
Foto: Getty Images
Nataliya Goncharova e Tatiana Kosheleva (RUS)
Foto: AP
Jaqueline (BRA)
Foto: AFP
Jovana Brakocevic (SRB)
Foto: Getty Images
Jogadoras da Sérvia
Foto: Reuters
Sanja Starovic (SRB)
Foto: Reuters
Jelena Blagojevic (SRB)
Foto: AP
Milena Rasic (SRB)
Foto: AP
Stefana Veljkovic (à esquerda) e Ivana Djerisilo
Foto: Bruno Santos / Terra
Esra Gumus (TUR)
Foto: Reuters
Bahar Toksoy (TUR)
Foto: Reuters
Jogadoras da Turquia
Foto: Reuters
Neslihan Darnel (TUR)
Foto: Reuters
Naz Aydemir (dir.) (TUR)
Foto: Reuters
Jogadoras da Turquia
Foto: Getty Images
Gozde Sonsirma (TUR)
Foto: Getty Images
Gulden Kayalar Kuzubasioglu (TUR)
Foto: Getty Images
Gulden Kayalar Kuzubasioglu (TUR)
Foto: AP
Ozge Kirdar Cemberci (TUR)
Foto: AP
Jogadoras da Turquia
Foto: AP
Jogadoras russas
Foto: Reuters
Liubov Shashkova (RUS)
Foto: Reuters
Ekaterina Gamova (RUS)
Foto: Reuters
Evgeniya Startseva (RUS)
Foto: Reuters
Ekaterina Gamova (RUS)
Foto: Reuters
Seleção da Rússia
Foto: Reuters
Evgeniya Startseva (RUS)
Foto: Getty Images
Maria Borisenko (RUS)
Foto: Getty Images
Svetlana Kryuchkova (RUS)
Foto: AP
Evgenia Estes (RUS)
Foto: AP
Nataliya Goncharkova (RUS)
Foto: AP
Nataliya Goncharova (RUS)
Foto: AP
Simona Gioli (ITA)
Foto: Getty Images
Carolina del Pilar Costagrande (ITA)
Foto: Getty Images
Paola Croce (ITA)
Foto: Getty Images
Antonella del Core (ITA)
Foto: Getty Images
Valentina Arrighetti (ITA)
Foto: Getty Images
Antonella del Core (ITA)
Foto: Getty Images
Paola Croce (ITA)
Foto: Getty Images
Carolina del Pilar Costagrande e Lucia Bosett (ITA)