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Atletismo

Bolt vira "lenda" em Jogos sem medalhas para o Brasil no atletismo

13 ago 2012 - 12h48
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Há quatro anos, nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, o jamaicano Usain Bolt assombrou o mundo com três medalhas de ouro e outros três recordes mundiais (100 m, 200 m e 4x100 m rasos). Quatro anos mais tarde, em Londres 2012, a história se repetiu, porém sem recordes mundiais, o que não impossibilitou o homem mais veloz do mundo virar uma verdadeira lenda no atletismo. Por outro lado, para os brasileiros, o atletismo da Olimpíada da capital britânica ficou marcado negativamente, já que o País não conquistou nenhuma medalha no esporte, fato que não acontecia desde Barcelona 92.

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Com sua irreverência dentro e fora das pistas, Bolt voltou a encantar os amantes do esporte nos Jogos de Londres. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, chegou a "desafiar" o jamaicano, afirmando que o velocista ainda não era uma lenda do esporte. Porém, após ver Bolt conquistar o bicampeonato olímpico também no revezamento 4x100 m, o dirigente mudou de opinião: "Usain Bolt é uma lenda com performances épicas. É um ícone, o melhor velocista de todos os tempos".

Bolt, acompanhado da equipe jamaicana, brincou na capital britânica. Nas eliminatórias, o atleta repetiu os gestos de Pequim, ao olhar para o lado nos últimos metros dos 100 m e dos 200 m rasos. Além disso, na prova dos 200 m, a Jamaica colocou três atletas no pódio: Usain Bolt, Yoham Blake e a revelação Warren Weir.

Com seis medalhas de ouro conquistadas em duas Olimpíadas, Bolt agora quer se dar o luxo de descansar. Se Pequim viu os primeiros feitos históricos de Bolt, e Londres testemunhou a transformação do jamaicano - em suas próprias palavras - em uma "lenda viva", o Rio de Janeiro não deverá ter a mesma sorte. Após vencer os 200 m rasos, o velocista deu fortes indícios que seus objetivos de carreira estão completos e que uma aposentadoria antes dos Jogos de 2016 é bastante provável.

Bolt evitou dar uma declaração definitiva, mas deixou no ar que o próximo ciclo olímpico verá outro protagonista nas provas de velocidade: seu compatriota Yohan Blake, 22 anos, que terminou com a prata nos 100 m e 200 m rasos. "Blake já está correndo 19s4, nos próximos quatro anos ele estará em chamas, então acho que gostaria de me aposentar antes que ele comece a correr rápido demais e me alcance. Minha vida vem sendo linda, com altos e baixos, mas ótima no geral, então não posso reclamar", disse o jamaicano, em tom de despedida. E ao sair do Estádio de Londres com sua sexta medalha olímpica no peito, Bolt foi aplaudido de pé pelos milhares de torcedores presentes no local.

Se por um lado a Jamaica foi o grande destaque do atletismo na capital britânica, o Brasil não conseguiu colocar sequer um atleta no pódio do esporte em Londres. As principais esperanças de medalha para o País, Maurren Maggi e Fabiana Murer, fracassaram e saíram de Londres de mãos abanando.

Atual campeã mundial do salto com vara, Fabiana Murer era o grande nome do Brasil na modalidade na capital britânica, mas ficou pelo caminho ainda nas eliminatórias. O drama de Murer iniciou-se quando o sarrafo estava em 4,55 m. Dona de uma marca expressiva de 4,85 m na carreira, Fabiana derrubou a barra nas duas primeiras tentativas e se complicou na competição. Na terceira chance, segundo a atleta, ventava muito e seria "perigoso" competir nessas condições. Ao demorar para executar o salto, os juízes levantaram a bandeira vermelha, dizendo que o tempo estava encerrado. Com isso, Murer acabou eliminada sem sequer chegar à final.

Na prova de Murer, outra surpresa. A russa Yelena Isinbayeva, recordista mundial da modalidade, não conquistou o tricampeonato olímpico. Principal favorita, ela ficou apenas com a medalha de bronze na capital britânica, sendo superada pela americana Jennifer Suhr e pela cubana Yarisley Silva, primeira e segunda colocadas, respectivamente.

O mesmo destino teve Maurren, que apesar de ter sido campeã olímpica do salto em distância em Pequim 2008 chegou a Londres após uma contusão que prejudicou sua preparação. O melhor salto da brasileira na capital britânica foi 6,37 m, abaixo da meta de 6,70 m que daria a classificação automática à decisão. A atleta ainda queimou a segunda chance e fez 6,27 m na terceira, sendo eliminada precocemente. Com o desempenho abaixo do esperado, a tricampeã pan-americana ficou no sétimo lugar do Grupo B e na 15ª colocação geral.

Desde Atlanta 96, o Brasil conquistou duas medalhas do revezamento 4x100 m rasos masculino, bronze em Atlanta 1996 e prata em Sydney 2000, e um bronze do maratonista Vanderlei Cordeiro em Atenas 2004, além do ouro de Maurren na China. Os triunfos garantiram ao atletismo brasileiro uma sequência de quatro Olimpíadas no pódio. Em Londres, porém, o resultado não se repetiu e o tabu foi quebrado.

Além disso, nenhum velocista brasileiro disputou as semifinais dos 100 m rasos no masculino. Já o maratonista Marilson Gomes dos Santos terminou os mais de 42 km de Londres em quinto lugar. Paulo Roberto de Paula completou a maratona na oitava colocação e Franck Caldeira em 13º. O revezamento 4x100 m feminino conseguiu chegar à final, mas terminou a competição na sétima colocação.

Já Mauro Vinícius da Silva, o Duda, queimou quatro de seis tentativas na final do salto em distância e, com a marca de 8,01 m no quarto pulo, ficou fora do pódio da modalidade nos Jogos na sétima colocação. Outra brasileira finalista foi Geisa Arcanjo, do arremesso de peso, que encerrou a sua participação em oitavo lugar, com 19,02 m, sua melhor marca pessoal.

Bolt conquista três ouros nos Jogos de Londres
Bolt conquista três ouros nos Jogos de Londres
Foto: Reuters
Fonte: Terra
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