PUBLICIDADE

Jogos Olímpicos - 2012

De Afogados da Ingazeira para o mundo: saiba mais de Yane Marques

12 ago 2012 - 15h45
(atualizado às 16h48)
Compartilhar
Eduardo Amorim
Direto do Recife

A última medalha brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres saiu neste domingo, com a pernambucana Yane Marques. Nascida na pequena Afogados da Ingazeira, cidade do sertão do Estado a 377 km e 5h de carro da capital Recife, a pentatleta chegou a liderar a última prova do combinado, mas foi superada pela número 1 do mundo Laura Asadauskaite e se esforçou ao máximo para conseguir garantir a terceira colocação, na modalidade que é o ponto fraco dela na prova. Após a chegada, extenuada, ela caiu ao chão e foi às lágrimas.

» Veja as mais belas atletas, torcedoras e cheerleaders de Londres 2012

» Vote na maior decepção brasileira nos Jogos de Londres

» Escolha o esporte e assista aos vídeos da Olimpíada de Londres

» Saiba tudo sobre os medalhistas do Brasil em Londres

» Veja os resultados dos Jogos de Londres

Os cabelos louros e os olhos azuis representam muito bem a população do interior de Pernambuco, onde é comum ver o biotipo dos "galegos", como são conhecidos os descendentes dos holandeses que fugiram do litoral após a vitória das tropas portuguesas.

Nascida na cidade sertaneja, Yane Marques tem se tornado conhecida pela população brasileira pelos resultados expressivos no esporte. Antes de competir em Londres, a atleta chegou a afirmar que "é muito bom ser abordada na rua e ser reconhecida pelo esporte que você pratica".

Mesmo ainda não sendo famosa no País inteiro, Yane foi homenageada no Carnaval fora de época de Afogados da Ingazeira. Praticante de um esporte que tem se tornado conhecido pelos brasileiros, ela é a terceira colocada no ranking mundial do pentatlo moderno, feito inédito para sul-americanos.

A atleta mora no Recife desde os 11 anos e foi selecionada para treinar pentatlo depois de vencer uma prova de biatlo. Aos 28 anos, há nove treina o esporte criado pelo Barão de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos.

Nos Jogos de Pequim, a pernabucana terminou na 18ª colocação, depois de ter tido problemas com o cavalo sorteado para a prova de hipismo. Antes de sua primeira participação olímpica, já havia sido ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007.

Já como número 3 do mundo, Yane Marques sofreu uma decepção no Pan-Americano de Guadalajara, em 2011. Favorita ao ouro, a brasileira teve dificuldades na prova, não pelo desempenho em si, mas pela estrutura e condições adversas que ela foi disputada, como uma piscina com a temperatura mais elevada do que o comum. No evento combinado, a pernambucana acabou superada pela americana Margaux Isaksen, quarta colocada neste domingo na Olimpíada, e ficou com a prata.

Determinada, a brasileira acumulou outros bons resultados antes dos Jogos de Londres, como o ouro no Aberto da França, no último mês de julho. Antes de chegar a Londres, foi para a Itália para se aclimatar às condições que encontraria nos Jogos Olímpicos.

Viagens e treinos no exterior são comuns na vida da pentatleta, que treina seis dias por semana durante a manhã e a tarde, praticando três esportes diferentes diariamente.

A preparação, que conta até com apoio psicológico, foi recompensada neste domingo. Tendo na corrida o ponto fraco, a brasileira se manteve tranquila, apesar de ver duas adversárias ultrapassarem no evento combinado, para terminar a prova em terceiro e levar o bronze inédito.

"Se você não tem uma cabeça preparada, não vai saber agir corretamente no momento", declarou a atleta em janeiro deste ano ao Terra. Mantendo um bom ritmo na etapa final da decisão olímpica, mostrou estar bem preparada psicologicamente.

Acostumada a treinar com cavalos diferentes, já que no pentatlo moderno os equinos utilizados são sorteado antes da prova, Yane teve boa aclimatação neste domingo, terminando a etapa de hipismo na nona colocação, o que a deixou empatada com Laura Asadauskaite, líder do ranking mundial, para a largada do evento combinado.

Inspirada nos judocas brasileiros, Yane Marques conseguiu o que esperava nos Jogos de Londres: a primeira medalha do Brasil no pentatlo moderno. "Você é aquela menina que faz um monte de coisa", disse a pernambucana antes de competir em Londres sobre como ela era reconhecida pela população. Bronze olímpica, a brasileira coloca o esporte em evidência no País e o nome na história.

Nascida no sertão pernambucano, pentatleta alcançou feito inédito neste domingo
Nascida no sertão pernambucano, pentatleta alcançou feito inédito neste domingo
Foto: Reuters
Fonte: Brisa Comunicação e Arte – Especial para o Terra
Compartilhar
Publicidade