Boxeador japonês que derrotou Esquiva em Londres estuda se aposentar
Alastair Himmer
27 ago2012 - 10h25
(atualizado às 11h05)
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O pugilista japonês Ryota Murata, medalha de ouro nos Jogos de Londres, está estudando deixar o esporte, depois de rejeitar uma oferta lucrativa para se tornar profissional.
Murata encerrou a espera de 48 anos do Japão por uma medalha olímpica de ouro no boxe ao ganhar o título dos pesos médios em Londres no começo do mês, derrotando o brasileiro Esquiva Falcão na final, mas agora planeja um longo descanso antes de decidir sobre seu futuro.
"É o fim de um capítulo para mim e o boxe", afirmou Murata ao jornal Nikkan Sports, na edição desta segunda-feira. "Basicamente, não tenho planos para continuar com a minha carreira."
"Sou uma pessoa que já abandonou um vez e retornou", acrescentou o pugilista, de 26 anos, que deixou o esporte por um breve período depois de não conseguir se classificar para os Jogos de Pequim, em 2008.
Murata recusou um contrato de 1 milhão de dólares para se profissionalizar e, em vez disso, planeja estudar ciência do esporte e línguas estrangeiras.
Ele não está entusiasmado pela busca de um segundo ouro nos Jogos do Rio 2016, e insiste que em vez disso preferiria treinar futuros boxeadores.
"Não estou pensando em retornar. Haverá novos e jovens boxeadores no Rio e eu não serei do interesse da mídia", disse ele em Nara, sua cidade natal, no oeste do Japão. "Eu só quero dar um tempo".
A edição dos Jogos Olímpicos de Londres foi especial para o boxe brasileiro, que fez a melhor campanha de sua história, com três medalhas. A família Falcão, com os filhos do lendário Touro Moreno, foi responsável por duas delas. Esquiva Falcão chegou à final da categoria até 75 kg e garantiu o melhor resultado de um boxeador brasileiro em Olimpíadas, mas ficou com a medalha de prata após a derrota por 14 a 13 para o japonês Ryota Murata
Foto: Getty Images
O irmão de Esquiva, Yamaguchi, parou nas semifinais da categoria até 81 kg, ao perder para o russo Egor Mekhontcev. Com isso, conquistou um lugar no pódio e levou a medalha de bronze
Foto: Reuters
Na estreia do boxe feminino em Jogos Olímpicos, Adriana Araújo também fez bela campanha na categoria até 60 kg, chegando às semifinais, quando perdeu para a russa Sofya Oochigava, e conquistando mais um bronze para o Brasil. A medalha foi especial por mais um motivo: foi a 100ª do País em todas as edições olímpicas
Foto: Getty Images
A britânica Nicola Adams levou o público da casa ao delírio ao sagar-se a primeira campeã olímpica da história do boxe olímpico feminino, vencendo a chinesa Ren Cancan por 16 a 7 na final da categoria até 51 kg
Foto: Getty Images
Os anfitriões, por sinal, foram os maiores vencedores em Londres, com três medalhas de ouro, uma a mais que Ucrânia e Cuba. Anthony Joshua ficou com a última delas, ao ser campeão da categoria acima de 91 kg, vencendo o italiano Roberto Cammarelle
Foto: Getty Images
A Rússia ficou com o maior número de medalhas, com seis, sendo duas de prata, três de bronze e apenas uma de ouro. Egor Mekhontcev, algoz de Yamaguchi nas semifinais, foi o responsável pelo título do país na categoria até 81 kg
Foto: Getty Images
Os cubanos, que têm tradição no boxe, venceram em duas categorias: acima de 64 kg e 52 kg. Nesta última, o campeão foi Robeisy Ramírez, que bateu o mongol Tugstsogt Nyambayar e comemorou demais, com direito a pulos, rodopios e flexões no ringue
Foto: AP
O multicampeão mundial de boxe James Toney classificou a equipe de boxe dos EUA como "lixo". O time masculino não conquistou uma medalha sequer. No feminino, Marlen Esparza ficou com o bronze na categoria até 51 kg e Claressa Shields foi a responsável pela única medalha de ouro americana nos ringues
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