De "peixe de aquário" a triatleta, Pâmella mira top 10 no Pan
- Vagner Magalhães
- Direto de San Luis Potosí (México)
Prestes a completar 24 anos no próximo dia 6 de outubro, a triatleta brasileira Pâmella Oliveira vai disputar os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no próximo mês, sem a pressão imediata de disputar um lugar no pódio. Ela está sendo preparada para os Jogos Olímpicos de 2016, no Brasil, onde aí sim quer estar entre as melhores do mundo na competição. Ao lado de Bruno Matheus, outra promessa brasileira no esporte, a triatleta está em Portugal há quase um ano, sob o comando do lusitano Sérgio Santos, técnico que levou a portuguesa vanessa Soares à medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
Aos 5 anos, a sargento do exército brasileiro começou a dar as primeiras braçadas na piscina. Treinava em Vila Velha, no Espírito Santo, sua cidade Natal. Cresceu, competiu na prova dos 800 m, mas os resultados não evoluíam.
"Não estava em uma fase fácil, treinava bastante, mas o resultado não vinha. Tinha de começar tudo de novo. Passei 15 anos nadando, até que comecei a me interessar pelo triatlo", diz.
A troca da piscina pelo mar, pela bicicleta e pela corrida aconteceu há quatro anos. Pâmella começou a acompanhar os exercícios de atletas que treinavam em seu Estado natal e segundo ela própria, entrou de cabeça.
"Não sabia se ia dar certo. A boa natação me favoreceu no aspecto competitivo. Sempre fui forte, não tive dificuldades na bicicleta. A corrida, estou aperfeiçoando", confessa.
A atleta conta que as suas primeiras experiências no mar não foram das mais tranquilas. "No mar é muita gente. Na piscina, a gente brinca que é peixe de aquário. Quando a gente vai virar a boia, são 60 com o mesmo objetivo. No começo apanhava e reclamava que não dava para nadar. Tem tente maliciosa. Já seguram o meu calcanhar. É muita porrada", afirma.
Apesar de fazer parte do projeto 2016, Pâmella quer estar também em Londres, em 2012. Sabe que ainda precisa evoluir e que os resultados só devem começar a aparecer no médio prazo.
"Este é o meu primeiro Pan e ainda não estou preparada para estar entre as três melhores. Carla tem as melhores chances. Queria ficar entre as dez, melhorar a minha corrida, pois sou um pouco pesada. Mas estou evoluindo".
Pâmella conta que a experiência que está vivendo em Portugal é boa e que está contente com o estilo e a filosofia do novo técnico. "No início do triatlo, pulei muito de técnico. Gostei do Sérgio, do seu estilo, da sua filosofia. Ele passa treino também para alguns russos e é um incentivo principalmente para os meninos, já que eles acabam elevando o ritmo dos treinamentos", afirma.
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