Nem calor anormal no Canadá e piso ruim tiram ouro de Yane
Temperatura alta no Canadá não atrapalhou medalhista de ouro brasileira, nascida em Pernambuco e acostumada a condições extremas
O ouro de Yane Marques que culminou no bicampeonato pan-americano do pentatlo moderno no último sábado parecia que viria com facilidade, mas não foi bem assim. Após obter grande vantagem nas provas de esgrima e natação, a brasileira sofreu quando saiu ao ar livre e por pouco não perdeu a medalha dourada – chegou apenas 1s à frente da mexicana Vega, que levou a prata. Parte disso se deve ao calor e ao terreno irregular que encontrou quando partiu para as últimas etapas.
No Canadá, há realmente um alerta para as anormais altas temperaturas deste verão. O fim de semana foi marcado por termômetros registrando mais de 30º C e sensações térmicas que beiravam os 40ª C. Segundo jornais canadenses, o próprio governo local emitiu avisos para os atletas que disputam o Pan tomarem cuidado com o calor. Não é nenhum problema para a pernambucana Yane.
“Eu sou de Afogados da Ingazeira. Lá faz calor, então estou sempre condições”, brincou, antes de falar sério. “Mas foi difícil, também para os cavalos, que sentiram na segunda série, principalmente o meu. Mas estava previsto, eu estou acompanhando as previsões, então estava pronta”, comentou a brasileira, já com a medalha de ouro no peito.
Outro desafio para a atleta foi o gramado encontrado no espaço reservado para a prova combinada de prova e tiro. O terreno do local era bastante irregular e tinha claramente trechos de grama implantados. Era difícil de caminhar, mais ainda de correr. Foi melhor, ao menos, do que as condições de Guadalajara em 2011, quando Yane ficou com a prata e criticou o evento.
“Não era o piso mais rápido”, citou. “Mas melhor que Guadalara. Hoje estava um pouquinho irregular”, explicou a medalhista de ouro.
Obviamente, o calor e o terreno eram os mesmos para todas as competidoras. Yane sabia que as mexicanas iriam crescer na corrida – perdeu vantagem de 35s no evento final e quase viu a medalha escapar - e por isso tem a exata noção de que precisa melhorar nesse aspecto para a Olimpíada do Rio.
“A preparação (para a Olimpíada) começou há muito tempo, mas com a classificação precoce (obtida com o bronze no Mundial há duas semanas) vai ser direcionada para 2016. Preciso melhorar essa corrida, otimizando as outras coisa, claro”, apontou.
Otimizar a corrida é realmente importante para não ocorrer o mesmo de 2012. Na época, Yane Marques chegou em primeiro lugar para o combinado final, mas perdeu um bom tempo e ficou com o bronze, assim como quase deixou o ouro escapar da mesma maneira em Toronto.
Ranking Geral | País | Ouro | Prata | Bronze | TOTAL |
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 50 | 41 | 44 | 135 |
2 | Canadá | 48 | 41 | 33 | 122 |
3 | Brasil | 28 | 23 | 35 | 86 |
4 | Cuba | 21 | 18 | 23 | 62 |
5 | Colômbia | 19 | 8 | 19 | 46 |
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