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Jornal: relatório provaria que UCI encobriu doping de Armstrong

21 jan 2013 - 11h28
(atualizado às 11h47)
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O jornal francês Le Monde publicou nesta segunda-feira um documento que comprovaria que a União Ciclística Internacional (UCI) teria encoberto um resultado positivo de exame antidoping de Lance Armstrong, durante a Volta da França de 1999, o primeiro dos sete vencidos pelo americano.

Armstrong confessou uso de doping pela primeira vez na semana passada, em entrevista a Oprah Winfrey
Armstrong confessou uso de doping pela primeira vez na semana passada, em entrevista a Oprah Winfrey
Foto: Reuters

A informação é de um relatório efetuado pelos controladores da UCI durante a primeira etapa da edição, disputada no dia 4 de julho daquele ano, entre Montaigu e Chalans.

O texto publicado pelo jornal está assinado por Armstrong e pelo diretor de sua equipe, Johan Bruyneel. O ciclista reconhecia não tomar nenhum medicamento, nem estar sujeito a qualquer tratamento.

Posteriormente, quando se soube do resultado positivo, o ciclista apresentou uma receita que a UCI teria aprovado, embora, segundo a publicação francesa, não havia nenhuma data de expedição da mesma.

O diário aponta que esta seria a receita médica que o ciclista afirmou ter falsificado para ocultar um resultado positivo, revelação feita durante entrevista na semana passada em entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey, no qual assumiu pela primeira vez ter-se dopado sistematicamente durante a carreira.

Na primeira etapa da Volta da França de 1999, Armstrong foi pego pelo uso de corticóides, substância que é proibida, mas que pode ser autorizada se existir alguma prescrição médica para seu consumo terapêutico.

O jornal citou que já em 1999 surgiram suspeitas de que a receita médica apresentada pelo americano parecesse falsa, já que, no momento do controle, Armstrong afirmava não passar por por nenhum tratamento.

A notícia do resultado do exame antidoping positivo de Armstrong foi publicada pelo jornal em 20 de julho daquele ano, tendo recebido críticas da UCI, em particular do presidente da entidade, o holandês Hein Verbruggen.

No dia seguinte, o órgão publicou um comunicado apoiando Armstrong, informando que ele tinha uma prescrição facultativa, a qual autorizava o uso de corticóides. Apesar disso, a própria entidade não consiga apontar de quando datava a receita. "A UCI protegeu um corredor aceitando um documento falsificado", escreve o jornal, que na época foi acusado de publicar informações "infundadas".

O próprio Armstrong considerou as informações do jornal como fruto de "intrigas" e acusou o diário de praticar um "jornalismo de abutres".

Gilles Smadja, chefe de gabinete da então ministra francesa de Esportes, Marie-George Buffet, afirmou nesta segunda-feira que Verbruggen procurou o governo para protestar pela política antidoping francesa.

O ex-membro do ministério completou dizendo que que "a mentira de Armstrong talvez não existisse se as entidades internacionais do ciclismo tivessem mostrado um mínimo de lucidez e firmeza durante o Tour de 1999".

Armstrong, que devido ao uso de doping teve retiradas as sete vitórias seguidas na Volta da França, entre 1999 e 2005, confessou na semana passada ter usado substâncias proibidas para melhorar o rendimento esportivo, sem entrar em detalhes sobre quem o ajudou e não envolvendo a UCI em qualquer caso. A entidade abriu uma comissão para investigar se o ciclista recebeu ajuda interna para ocultar a utilização de doping.

EFE   
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