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Após reviravoltas, levantador William busca ser protagonista na Seleção

12 jun 2015 - 08h14
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A trajetória de William Arjona no vôlei é repleta de reviravoltas. Melhor levantador das últimas cinco edições da Superliga, com o Sada/Cruzeiro, o atleta precisou chegar aos 35 anos para ter a melhor chance de se firmar na Seleção Brasileira, que nesta sexta-feira enfrenta a Sérvia, às 15h10 (de Brasília), em Novi Sad (SER), pelo Grupo A da Liga Mundial. O Brasil está invicto e lidera a chave, com 11 pontos.

William - seleção brasileira masculina de vôlei
William - seleção brasileira masculina de vôlei
Foto: Divulgação / FIVB

Não foram poucas as vezes em que o jogador viu a possibilidade de defender o time nacional como algo distante. A morte do pai, em um trágico acidente aéreo em São Paulo, em 1996, colocou a carreira em xeque. Entre 2006 e 2010, o sucesso no Drean Bolivar (ARG), somado ao fato de poucas vezes ter sido lembrado no país de origem, o fez pensar em aceitar proposta para se naturalizar e defender os vizinhos.

Dono de uma das barbas mais características do vôlei brasileiro, o “Mago”, como ficou conhecido entre os argentinos, vive uma fase para cima. A presença na lista do técnico Bernardinho, que o convenceu a voltar, veio em ano pré-olímpico. Tudo depois de o atleta ter pedido dispensa do grupo em 2012, quando alegou não estar na melhor condição física, e de ter ficado à sombra de Bruninho em 2013.

– Sabia que a chance iria aparecer de novo se eu fizesse um bom trabalho. Nunca pensei exclusivamente na Seleção, porque dependo de outros fatores. Há bons levantadores, tem a decisão do Bernardo. Mas estou feliz demais – disse William, em entrevista ao LANCE!.

William posa com o líbero Serginho durante viagem da Liga Mundial (Foto: Reprodução/Instagram)

A ausência do filho de Bernardinho, de 28 anos, poupado das quatro primeiras partidas da Liga por ter se apresentado apenas após o Campeonato Italiano, tornou o caminho mais fácil. William foi testado como titular em dois jogos (vitórias sobre Sérvia e Austrália por 3 a 1), enquanto Rapha (35) atuou em outros dois (triunfos sobre Sérvia, por 3 a 2, e Austrália, por 3 a 0).

O jogo contra a Sérvia marcará a estreia de Bruninho em meio a uma disputa acirrada pela titularidade. Mesmo assim, William terá uma certeza: a hora de deixar o posto de coadjuvante para assumir o de protagonista na equipe nacional é agora.

– Que o melhor momento da minha carreira esteja por vir – disse.

Levantador concilia o vôlei com novo filho

Fora das quadras que o consagraram como “mago”, William tem motivação de sobra para defender as cores do Brasil. No dia 11 de maio deste ano, nasceu Cauã, segundo filho do jogador com a esposa Brunna Franco. A primeira foi Nina, de um ano e nove meses. O novato da família Arjona veio ao mundo a poucas semanas da estreia do time na Liga, que aconteceu no dia 29 do mesmo mês.

– Estou tentando conciliar a distância. É uma novidade para mim ficar tanto tempo longe da família. Mas a cabeça é aqui na hora dos jogos e 100% lá quando é o momento de estar com eles – afirmou William.

William posa com o filho Cauã, que nasceu em maio (Foto: Reprodução/Instagram)

Como as quatro primeiras partidas do Brasil foram em casa (duas em Belo Horizonte e duas em São Bernardo do Campo), o levantador pôde aproveitar o lado paizão. Mas agora será preciso controlar a saudade. Depois de enfrentar a Sérvia na casa do rival, o grupo viajará para a Itália, onde vai encarar a Azzurra em Roma e Firenze. Em seguida, partirá para Sydney (AUS), para reencontrar os australianos.

O próximo desafio da Seleção em casa será contra os italianos, em Cuiabá, nos dias 2 e 3 de julho.

BATE-BOLA

William

LEVANTADOR, AO LANCE!

‘Trabalho para fazer o melhor no meu clube’

O Brasil não vence a Liga Mundial desde 2010. É uma motivação colocar o time no topo de novo?

Aqui sempre tem essa pegada. A Seleção está acostumada a disputar títulos. É difícil, o mundo está cheio de times bons. Nunca achei vice-campeonato um demérito. Não é fácil chegar lá. Mas vontade é sempre de ser o número um, estar no topo. Aqui o pessoal trabalha com a meta de ser campeão de tudo.

Após ter sido o melhor levantador das últimas cinco Superligas, esperava essa convocação?

Trabalho pensando no clube, para fazer meu melhor. Seleção é sempre consequência. É uma honra e um orgulho defender esse time, que tem um trabalho tão vitorioso. Aqui se treina com os melhores. Para mim, como jogador, isso é fundamental.

Até quando você pretende deixar crescer essa barba?

Não sei. Cultivar é complicado. Uma barba assim demora um tempo para chegar a esse nível. Muita gente fica falando “corta”, depois a mulher tem que aprovar (risos). Quando você passa por tudo isso, dá dó de cortar.

William na Seleção

2003

Aos 23 anos, o levantador foi chamado pela primeira vez, mas apenas para um período de treinamentos. Ricardinho e Maurício eram absolutos.

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2012

Depois de se sagrar tetracampeão argentino pelo Drean Bolivar, eleito o melhor levantador em todos os anos, além de campeão da Superliga 11/12 pelo Sada/Cruzeiro, foi convocado, mas pediu dispensa alegando dores nos joelhos.

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2013

Foi campeão sul-americano e vice da Liga Mundial, no banco.

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