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Com a palavra, Amir Somoggi: 'O impacto das novas arenas para os clubes'

1 jul 2015 - 12h17
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O mercado do futebol começa a colher alguns frutos da realização da Copa de 2014 no Brasil. Os efeitos são quase insignificantes pelo volume gasto na construção das arenas, mas o prejuízo está todo com que ficou com a gestão dos equipamentos.

Neste momento as empreiteiras devem estra todas arrependidas por entrarem em um negócio que infelizmente somente trouxe perdas. Os prejuízos são astronômicos. E a culpa é inteiramente das empresas que avalizaram muito mal o mercado, utilizando planos de negócios mal feitos, com investimentos inadequados para a demanda do empreendimento.

Contudo, os clubes meros coadjuvantes na gestão das arenas começam a verificar que novos equipamentos esportivos são positivos para seus negócios. Segundo meu último estudo as receitas com estádios geradas pelos clubes brasileiros atingiram R$ 710 milhões em 2014, frente aos R$ 500 milhões de 2012.

Neste valor foram consideradas as receitas publicadas pelos clubes em seus balanços com sócio torcedor, bilheteria e outras explorações dos estádios, exatamente como na Europa.

Se em 2013 o impacto nas receitas foi ocasionado pelas novas arenas e as campanhas de sócio torcedor, em 2014 a evolução ficou restrita aos sócios, que continuaram em crescimento.

As novas arenas possibilitaram um incremento significativo nos ganhos dos clubes, já que com uma nova casa houve um incremento do interesse do sócio torcedor, além é claro dos ganhos de bilheteria, que aumentaram muito em 2013, mas caíram e 2014.

Um ótimo exemplo do ano passado é o Cruzeiro, bicampeão brasileiro e que viu seus ganhos com sócio torcedor e bilheteria disparar desde a inauguração do Mineirão. Nos tempos do velho e obsoleto estádio faturava R$ 17 milhões, em 2012 viu seus ganhos caírem para R$ 10 milhões e atualmente gera R$ 85,6 milhões, o maior do Brasil, mesmo sem ser dono da arena.

O segundo colocado do ranking, o Internacional também viu seus ganhos crescerem muito com a reforma do Beira Rio. Nos tempos do velho estádio faturava R$ 47 milhões e fechou 2014 com R$ 71,1 milhões gerados. O valor em 2015 deve ser ainda maior.

E outro excelente exemplo é o Flamengo, que nos tempos do velho Maracanã, no auge chegava a gerar R$ 20 milhões em bilheteria e não tinha os ganhos com sócio torcedor. O clube fechou 2014 com R$ 70,5 milhões gerados, também sem ser dono da arena.

Assim, os líderes do ranking em receitas com estádio no Brasil comprovam que as arenas foram positivas para seus negócios. Outros clubes também viram seus ganhos crescer como o caso do Atlético-MG e Atlético-PR, mas em volumes menores. Em 2015 devemos assistir o salto do Palmeiras.

O que está claro é que enquanto os clubes aumentam seus ganhos, mesmo em um ambiente de crise, os verdadeiros donos dos estádios amargam pesados prejuízos.

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