PUBLICIDADE

LANCE!

Coordenador explica metodologia unificada na base do Fluminense

7 out 2015 - 07h14
Compartilhar
Exibir comentários

Não é de hoje que o Centro de Treinamento Vale das Laranjeiras, em Xerém, é motivo de orgulho para os torcedores do Fluminense. Com um número elevado de jogadores formados pelo clube no elenco principal, os profissionais que comandam as divisões de base do Tricolor não querem parar por aí. Seguindo o exemplo de grandes clubes do futebol mundial, o coordenador técnico das divisões de base, Marcelo Veiga, explica como esta metodologia vem sendo implementada pelo Fluminense.

Jogadores do Fluminense campeões do Brasileiro Sub-20
Jogadores do Fluminense campeões do Brasileiro Sub-20
Foto: Bruno Haddad / FFC

– Nós acreditamos que vamos melhorar a formação desses jogadores com a metodologia de trabalho unificada em todas as formações. Desde o sub-11 até o sub-20. Antigamente, tínhamos treinadores com filosofias diferentes e isso dificultava, porque o jogador encarava um método de trabalho em uma categoria e quando subia, passava a encarar outro. Unificamos este método. Hoje conseguimos ver isso muito bem no sub-11, sub-13 e sub-15. O sub-20 foi campeão brasileiro mostrando um futebol que nos agradou muito – diz Veiga.

Mas o coordenador sabe que este é um processo a longo prazo. Que o estilo de jogo buscado pelo Fluminense não vai ser implementado do dia para a noite. Seguindo o exemplo do Barcelona, um atual jogador do elenco profissional foi muito importante para facilitar o contato dos profissionais tricolores com os catalães. Quando surgiu o interesse do Barça no meia Gerson, o coordenador conversou com representantes da base da equipe espanhola, que ressaltaram que este processo demorou para ser fixado em La Masia, escolinha de futebol dos espanhois.

– Quando o Barcelona fez contato para tentar a contratação do Gerson, nós tivemos a oportunidade de conversar com o pessoal que trabalha na formação de jogadores lá. Um deles me explicou que eles levaram 12 anos para terminar a implementação deste projeto. Sabemos que vamos conseguir resultados, mas não temos pressa. No Juniores isso vem acontecendo. Mas o futebol é imprevisível. Você pode jogar melhor e perder um jogo. Fazemos uma avaliação ao fim de cada jogo. O torcedor, os pais de jogadores que vão a Xerém, todos recebem um papel onde analisam o desempenho dos jogadores. São notas de 0 a 5. Isso aproxima esse torcedor – afirma Veiga.

Se pegarmos pelo exemplo, o Tricolor começou bem, já que o Barcelona tem uma das bases mais fortes do mundo. E é sonhando em ter grandes resultados, assim como o clube catalão, que o Fluminense vem formando novos talentos.

BATE-BOLA

MARCELO VEIGA

Coordenador técnico da base do Fluminense 

Qual é seu principal objetivo com a implantação desta metodologia?

Queremos deixar alguma coisa boa para o clube. Queremos que um torcedor pegue um vídeo do Fluminense daqui há uns anos sem estar com o uniforme e possam dizer que aquele time é o Fluminense só pelo estilo de jogo. Se você analisar um vídeo do Sub-13 do Barcelona nessas condições, com dois times sem estarem uniformizados. Vocês vão saber identificar quem é o Barcelona por conta do estilo de jogo.

Existe alguma chance desta metodologia de trabalho ser implementada no profissional?

A princípio, acredito que não. No profissional existe uma pressão muito grande por resultado. Cobranças da torcida, mudanças de treinador. Nosso grande objetivo é formar o jogador para o profissional e também para o mercado, até porque nem todos os jogadores formados aqui terão chances de jogar no próprio Fluminense. Por isso, pensamos num plano de carreira, para que eles possam ter sucesso em outro lugar.

Como está sendo fazer este trabalho com os meninos?

Muito bom. Será um sonho ver esses meninos do Sub-11, Sub-13 num nível considerado top. Mas estamos satisfeitos com o que conseguimos até agora. A tendência é que esses meninos tenham muito sucesso quando cheguem ao Sub-20, já que trabalham com a mesma metodologia desde o início da formação. O Sub-20 atual conseguiu assimilar bem, mas eles já pegaram esse processo no fim da formação. Não começaram lá atrás, como o Sub-11 e o Sub-13.

Lance!
Compartilhar
Publicidade
Publicidade