De Ceni à invencibilidade, São Paulo poderia ter sido perfeito no tri
Ninguém é perfeito, decreta a sabedoria popular. Mas, em 1º de junho de 2005, Rogério Ceni poderia ter contrariado o ditado-clichê no Morumbi.
Aos 24 minutos do segundo tempo da primeira partida das quartas de final da Copa Libertadores da América, o São Paulo vencia o Tigres (MEX) por 3 a 0. Eram duas pinturas de falta assinadas pelo Mito tricolor, que tomava distância para cobrar pênalti sofrido por Diego Tardelli.
Na meta, o argentino Campagnuolo sofria. Seria ele o primeiro goleiro a levar, de um goleiro, três gols num mesmo jogo? Seria o quarto gol de Ceni sobre ele – levara um pelo San Lorenzo (ARG) em 1999? Ninguém é perfeito...
A penalidade do ídolo são-paulino subiu demais e evitou marca histórica no futebol mundial. Souza, porém, apareceu para decretar os 4 a 0, como se fosse preciso aliviar Ceni. Como todos naquele time fizeram em toda a campanha do tricampeonato inédito no futebol brasileiro.
– Era um sonho dele ser campeão do mundo e da Libertadores jogando, e não como reserva, como em 1993. Então, nos esforçamos muito para que isso acontecesse naquele ano. Ele passava muito esse desejo antes de todos os jogos e fazia que esses jogos se transformassem todos em finais – destacou o auxiliar Milton Cruz.
Ceni vibra com uma de suas faltas perfeitas contra o Tigres (Foto: Eduardo Viana)
O presente para Rogério Ceni e os milhões de torcedores sairia em 7 de julho, mas... Ninguém é perfeito. E a campanha invicta que renderia feito inédito desde 1978 acabou interrompida justamente pelo Tigres, no México, com a vitória por 2 a 1.
Ainda assim, há quem defenda: o time de 2005 era, sim, perfeito.
– Era um time maduro, experiente... Para ganhar a Libertadores é preciso jogadores que saibam jogar a competição. Aquele time tinha tudo – assegura o ex-centroavante Luizão.
Relembre as fichas dos dois jogos contra o Tigres (MEX):
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 4 x 0 TIGRES (MEX)
Data: 1º de junho de 2005
Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Árbitro: Daniel Giménez (ARG)
Renda/Público: R$ 784.898,00/42.855 pagantes
Cartões amarelos: Fabão, Renan, Souza e Luizão (SAO); Álvarez, Morales, Sancho e Irênio (TIG)
Cartão vermelho: Da Silva (TIG)
Gols: Rogério Ceni (20’/1ºT), Luizão (39'/2ºT’), Rogério Ceni (12’/2ºT) e Souza (15’/2ºT)
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Cicinho, Fabão, Alex e Júnior; Renan, Mineiro, Souza (Marco Antônio - 26'/2ºT) e Danilo; Grafite (Diego Tardelli - 41'/1ºT) e Luizão (Roger - 38'/2ºT). Técnico: Paulo Autuori.
TIGRES: Campagnuolo; Da Silva, Balderas e Álvarez; Morales, Husain (Silvera - 30’/2º T), Sancho, Saavedra, Gaitán (Peralta - 26’/2º T) e Irênio; De Nigris (Ruiz - 16’/2º T). Técnico: Léo Álvarez.
FICHA TÉCNICA
TIGRES (MEX) 2 x 1 SÃO PAULO
Data: 15 de junho de 2005
Local: Universitario, em Monterrey (MEX)
Árbitro: Hector Baldassi (ARG)
Renda/Público: Não disponíveis
Cartões amarelos: Sancho e Núñez (TIG); Lugano (SAO)
Gols: Silvera (16’/2ºT), Silvera (29’/2ºT) e Souza (43’/2ºT)
TIGRES: Campagnuolo, Ruiz, Balderas e Alvarez; Morales, Sancho, Irênio (Peralta, intervalo.), Gaitán e Saavedra; De Nigris (Silvera, 13'/2T) e Cabañas (Nuñez, 23'/2T). Técnico: Léo Álvarez.
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Fabão, Lugano e Alex; Michel (Souza - 22'/2T), Renan, Josué, Mineiro, Danilo e Júnior; Luizão (Roger - 24'/2T). Técnico: Paulo Autuori.