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De volta pelo futuro: o primeiro passo rumo ao novo capítulo de uma história

24 ago 2015 - 20h26
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É magnífico o poder que o esporte tem sobre as pessoas. Me chamo Ricardo Libório, tenho 48 anos de idade e 43 de dedicação às artes marciais. Fui um dos primeiros campeões do mundo de jiu-jitsu, no Mundial de 1996, o primeiro da modalidade realizado na história. Tive o prazer de servir o “exército Carlson Gracie”. Aprendi o certo e o errado para então fundar a American Top Team, em 2001. E desde então vivo a ATT. Porém, uma ligação mudou meu foco nos últimos 11 meses.

Tarja Ricardo Libório
Tarja Ricardo Libório
Foto: Reprodição

Me lembro perfeitamente daquele momento. Eu estava em um quarto de hotel no Colorado. Era Guy Neivens, um dos responsáveis pelo ADCC (torneio de luta agarrada) global, sem delongas.

- Libório, você quer lutar pelo título do ADCC, contra o Zé Mario (Sperry)? Ele já aceitou. - disse.

Eu estou desde 2001 sem competir, mas não demorei um segundo para aceitar. E foi naquele dia que a primeira frase deste texto voltou a fazer todo o sentido para mim. O jiu-jitsu tomou conta de mim, mais uma vez.

Aceitei o desafio para inspirar pessoas. Mostrar a todos que, apesar das adversidades – no meu caso a idade e o tempo inativo –, somos capazes. E nesse assunto, superar as barreiras que a vida nos impõe, tem alguém em especial para eu dedicar tudo isso: minha filha Bella. Ela tem oito anos, é deficiente visual e o motivo da minha eterna felicidade. Pensando em inspirá-la, fazendo com que ela sentisse o clima do pai treinando para lutar, ela me inspirou.

Ricardo Libório posa com a filha de oito anos, Bella; aos cinco anos de idade, ele (à esquerda) já participava de competições no judô (FOTOS: Arquivo Pessoal)

A Bella perdeu a visão por um erro médico, quando tinha um ano e meio de idade. Desde então, sua vida passou a ser uma guerra. E militarizando a história, o posto dela é de General. Sabe viver a vida de uma maneira única, feliz e corajosa. Sentindo o pai treinar, ela passou a treinar mais e melhor, aumentando sua dedicação também nos estudos. Ela se sente melhor hoje, pois tem vida regrada, boa alimentação e horas corretas de sono. Seu sorriso é maior, a felicidade está sempre ao seu lado. Por isso eu repito, agora acrescentando: é magnífico o poder que o esporte tem sobre as pessoas. Todas as pessoas.

Durante toda esta semana, incluindo o dia da minha luta – neste sábado, dia 29 –, passarei por aqui para contar as novidades dessa trajetória para vocês. Espero colaborar para que seu dia seja inspirador.

*Promovida pelo LANCE!, a série "De volta pelo futuro" vai contar com relatos diários de Ricardo Libório contando detalhes de sua caminhada de volta aos tatames. O retorno às origens, que acontece no ADCC, neste sábado, é mais do que um reencontro do atleta com a arte suave. É parte de uma arte mais especial, chamada superação. Uma história inspiradora.

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