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Dinamite e Eurico: aclamados e criticados na presidência do Vasco

4 set 2015 - 10h11
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Grande parte da torcida do Vasco critica duramente Eurico Miranda neste momento de crise, assim como já fez com outro presidente há bem pouco tempo. Roberto Dinamite também foi aclamado pelas urnas, por torcedores, mas sofreu com vaias durante a maior parte do segundo mandato. O atual e o último mandatário se parecem, desta maneira, em êxitos e problemas.

Eurico Miranda e Roberto Dinamite
Eurico Miranda e Roberto Dinamite
Foto:

O maior artilheiro da história do Cruz-Maltino assumiu o clube em 2008, no início do Campeonato Brasileiro, sob apoio de conselheiros importantes politicamente e aplausos de muitos pelo "fim da Era Eurico", que encerrava seu primeiro ciclo como presidente. Mas a equipe desmoronou na tabela e foi rebaixada à Série B pela primeira vez.

O retorno foi seguro à elite, e, após instabilidade, um grande time foi montado, o que resultou no título da Copa do Brasil de 2011 e no vice-campeonato brasileiro de 2012 (no mesmo ano, o time parou nas quartas de final da Libertadores). Mas, mesmo reeleita, a gestão do clube parecia maior que as pernas. A base sofreu duras críticas por falta de investimentos, e jogadores e funcionários sofriam com atrasos de salários, o que provocou uma debandada.

Assim, em 2013, o time estava desfigurado e foi, novamente, rebaixado. Já isolado politicamente, Dinamite foi apontado como culpado. A volta para a Série A não foi tão tranquila, e teve até a derrota por 5 a 0, em São Januário, para o Avaí. A imagem daquele que se tornou ídolo como jogador estava arranhada a ponto de, após duas décadas, o dirigente não conseguir continuar em função na política pública.

A VOLTA DE EURICO

Então Eurico, com todas as suas polêmicas, estava com o caminho aberto para retornar ao cargo que ocupara antes de Dinamite. Na eleição, em novembro, a vitória foi esmagadora. E, pela influência que possuía também no Conselho de Beneméritos, o Conselho Deliberativo acabou encurralando os questionamentos. De maneira prática, não há espaço para oposição no Vasco.

O início do mandato foi de muito sucesso, com a obtenção de Certidões Negativas de Débitos (as CNDs), que permitiriam a importante renovação do patrocínio da Caixa Econômica Federal. Contudo, diante dos problemas financeiros, o orçamento do clube, e, principalmente, do departamento de futebol, precisaria ser reduzido, mesmo de volta à elite do futebol brasileiro.

Para tal, a histórica base de apoio estava de volta. Com José Luis Moreira, Paulo Angioni e o filho Euriquinho, o time montado para o Campeonato Carioca demorou, mas deu liga e fez voltar a São Januário o troféu de campeão do estado, que desde 2003 não tinha a Colina História como destino.

Porém, o choque com a realidade do Campeonato Brasileiro não demorou a aparecer. Tanto que o time demorou muito a vencer depois de levantar a taça e o técnico Doriva pediu demissão. Problemas no relacionamento entre membros do departamento de futebol acabaram externados e, com Celso Roth, o time não evoluiu.

Com o futebol tão mau, protestos se tornaram rotineiros. Desde a invasão de São Januário, que rendeu momentos de tensão, às ofensas nos aeropostos, quando houve até uma cusparada a Riascos, Eurico era sempre lembrado.

Um fato que ficou como "mico" deste início de gestão foi o anúncio de que Ronaldinho Gaúcho estava 90% acertado com o Vasco, quando, pouco depois, o meia assinou com o Fluminense. Após vitórias sobre o Flamengo, dizer que "o respeito havia voltado" se tornou comum. Tudo, porém, numa estratégia de atrair os holofotes e blindar o elenco da ridícula campanha no Brasileiro.

Os salários, mesmo quando não estão em dia, não atrasam tanto mais como antes. As acusações de que o outro deixara "herança maldita" ao Vasco são recíprocas, mas a verdade é que o rebaixamento do Cruz-Maltino parece cada vez mais próximo. O terceiro do Gigante da Colina em oito anos.

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