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Em crise, Fifa vira atração do Museu da Máfia dos Estados Unidos

4 set 2015 - 08h14
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Enquanto os dirigentes da Fifa que ainda não foram detidos se desdobram para evitar o FBI e autoridades suíças, em Las Vegas, nos Estados Unidos, o Museu da Máfia (The Mob Museum) reservou um generoso espaço à entidade máxima do futebol. Atração turística na "Cidade do Pecado", o local inaugurou a exposição "O jogo bonito fica feio" na última terça-feira.

Blatter e companhia estão presentes no Museu da Máfia
Blatter e companhia estão presentes no Museu da Máfia
Foto: Divulgação

A mostra ficará em exibição permanente. O setor destinado à Fifa conta com fotos, recortes, textos e arquivos que percorrem as maiores denúncias contra a federação mundial. Deflagrado em maio, o episódio de corrupção mais recente estará documentado, assim como a consequente prisão de sete cartolas, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

Inaugurado em 2012, o Museu da Máfia é dividido em três andares. O lugar exibe a trajetória das famílias mais poderosas da Nova York do século 20. Documentos históricos e relatos de como os criminosos burlavam a Lei Seca são, até agora, as maiores atrações do espaço. No entanto, o diretor-executivo Jonathan Ullman acredita que a exposição sobre a Fifa poderá chamar a atenção de um número maior de visitantes.

Museu da Máfia é uma das atrações da agitada Las Vegas (Foto: Divulgação)

- É uma exibição internacional sobre o esporte mais popular do mundo. Queremos atrair pessoas do Brasil, México, Itália, Reino Unido... E mostrá-las como os escândalos da Fifa e do crime organizado têm efeitos diferentes - explicou.

Presidente da Fifa desde 1998, Joseph Blatter, no melhor estilo "Poderoso Chefão, dividirá espaço com figuras do quilate de Al Capone, Lucky Luciano e Sam Giancana (leia mais abaixo um breve relato sobre os gangsters).

E segue a tabelinha entre a Fifa e a máfia...

BATE BOLA: Geoff Schumacher, diretor de Conteúdo do Museu da Máfia, ao LANCE!

'MÁFIA É ALGO MAIS POLÍTICO'

LANCE!: Qual é a grande lição que o visitante terá ao explorar a mostra?

Geoff Schumacher: O objetivo é explicar a conexão entre o crime organizado e a Fifa. A transgressão não ocorre mais na combinação entre  ternos e metralhadoras, como nos anos 20. Ela acontece de diferentes formas e, às vezes, se infiltra nas instituições, como no caso da Fifa. Em comum, as duas épocas têm apenas a busca por poder e dinheiro.

LANCE: O que o visitante encontrará diferente dos jornais e do noticiário televisivo?

Geoff Schumacher: A grande diferença reside na perspectiva. Não teremos grandes atualizações, mas daremos um panorama para situar a Fifa na história do crime organizado.

LANCE!: Você acredita que a Fifa conta com uma estrutura na qual podemos associá-la à máfia?

Geoff Schumacher: Acho um pouco impreciso comparar a Fifa à máfia. Porém, é necessário descrever o escândalo da Fifa como um fenômeno do crime organizado em pleno século 21. O delito, hoje, não está mais na vizinhança ou no bairro. A corrupção ganhou escala global. O que entendemos por máfia está mais na política.

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FIFA NÃO FOI COMUNICADA

Blatter fará tabelinha com Al Capone no Museu da Máfia dos Estados Unidos (Foto: AFP)

A Fifa não foi comunicada pelo Museu da Máfia sobre a exposição. Os responsáveis pela mostra “O jogo bonito fica feio” não temem uma represália por parte da entidade.

– Esperamos que a Fifa esteja ciente, porque a exposição recebeu a atenção do mundo inteiro. Não tivemos contato com ninguém. Creio que, com tantos processos judiciais em curso, eles não terão tempo para nos censurar – brincou Geoff Schumacher, diretor de Conteúdo do Museu da Máfia.

Além da Fifa, a curadoria trabalha para montar novas exibições temáticas. As próximas devem ser relacionadas ao cartel de drogas do México e ao tráfico humano.

CONHEÇA ALGUNS PERSONAGENS QUE ESTARÃO LADO A LADO COM A TURMA DA FIFA

AL CAPONE

É considerado o maior gângster dos Estados Unidos. O "Scarface", como era conhecido, liderou o contrabando de bebidas durante a Lei Seca, nas décadas de 20 e 30. Além disso, controlava informantes, bordéis, casas de jogo, danceterias, bancas de apostas em corridas de cavalos e cervejarias. No cinema, foi consagrado por vários atores.  

LUCY LUCIANO

Ficou com o controle da máfia de Nova York nos anos 30. Ganhou a alcunha de "Chefes dos Chefes" ao derrotar os rivais. Era tão influente na Itália que, durante a Segunda Guerra Mundial, mesmo preso, garantiu o embarque das tropas norte-americanas na Sicília, durante a década de 40. O fato lhe rendeu a liberdade.

SAM GIANCANA

Assumiu a máfia duas décadas após o reinado de Al Capone. Foi o "dono" de Chicago e teve o nome relacionado às mortes de personalidades, como Marilyn Monroe, Robert F. Kennedy e John F. Kennedy. Apelidado de "Momo", era amigo íntimo do cantor Frank Sinatra, que teve um  "empurrãozinho" dos gangsters para despontar no mainstream.

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